O longa acompanha Dé (Big Jaum), morador da periferia de Chatuba, que passa a viver com sua avó Dona Almerinda (Teca Pereira), diagnosticada com Alzheimer e com pouco tempo de vida. Dé, ao lado de seus dois amigos inseparáveis Adrianim (Diego Francisco) e Martins (Ramon Francisco), tenta aproveitar a convivência com a avó da melhor forma.
Diria que em seu primeiro longa metragem, o diretor Luciano Vidigal precisava de um pouco mais de segurança, pois seu roteiro funcionaria muito bem em um curta ou média metragem, mas quando foi expandido para ter a duração maior acabou saindo um pouco demais nos trilhos, pois ao dar dinâmicas para os coadjuvantes também, muita coisa acaba parecendo não fazer tanta parte do filme, e isso pega demais, ao ponto que não precisaríamos saber tanto da vida dos demais jovens, apenas servindo para mostrar que o protagonista não está tão envolto de amores e nos rolês fora do que envolva sua avó. Ou seja, talvez a mesma história centrada com diríamos uns 40 minutos a menos ficaria perfeita, mas sem tirar esse "excesso" o resultado não é ruim, apenas ficaria mais encaixado como uma novela rápida em um único capítulo, que ainda mostra uma concisão funcional e interessante, tanto que levou muitos prêmios por onde passou.
Quanto das atuações posso afirmar que o diretor fez um excelente trabalho com os jovens, ao ponto que conhecemos bem os secundários que aparecem de outras produções, mas o trio de jovens protagonistas entregou uma química tão bem colocada que acaba surpreendendo em todos seus atos, que mesmo como reclamei acima do longa ter recaído para o estilo novelesco, eles fizeram seus atos funcionais e muito bem trabalhados. Ou seja, Big Jaum é o principal dentre todos, sendo a emoção e a razão, tendo o envolvimento e o cuidado com a avó algo como seu Dé fosse extremamente preparado para aquilo, sendo realmente grande em todos os sentidos da expressão e passando muita sintonia nos olhares que faz. Diego Francisco e Ramon Francisco brincaram e se expuseram bem com cenas mais rápidas com outras mulheres, mas em momento algum vemos seus Adrianim e Martins saírem da base familiar com o amigo, apoiando ele, ajudando com dinheiro, com remédios do jeito que conseguem, e até levando o jovem para algumas frias para realizar alguns sonhos, imaginados por eles, da senhorinha, ou seja, foram bem no que fizeram. Ainda é claro que vale o destaque para Teca Pereira que se arriscou ser carregada pelos jovens no colo, na cadeira em ladeiras, e claro fazendo trejeitos de dor de uma forma apática, mas incrivelmente perfeita para o que o papel pedia.
Visualmente a trama trabalhou alguns momentos dentro da casa simples do jovem e da avó, um pouco da comunidade aonde vivem, a laje da casa do amigo com seu ofurô/caixa d'água, o parque aonde a senhora tirou uma foto no passado, o morro com vista para a cidade inteira, uma farmácia simples, e claro o famoso baile com DJ e cantor, tendo claro momentos chaves com a cadeira da senhorinha sempre parando para ver o trem passar, e outros elementos cênicos simples, mas bem colocados aonde a equipe de arte não onerou o orçamento e agradou sendo tudo bem simbólico.
Enfim, é um longa bonito e interessante pela discussão de quem acaba cuidando dos mais velhos no final da vida, aonde a doença chega e não tem mais quem apoiar, que discute um pouco da doença, mas que pecou em alguns detalhes como já disse no quesito novelesco, que não chega a ser algo que incomode pela essência da trama aonde vemos as diferenças entre as vidas dos amigos do rapaz, mas que dava para limpar e ficar bem melhor, isso é inegável. E é isso meus amigos, fico por aqui hoje agradecendo os amigos da Sinny Assessoria e da Vitrine Filmes pela cabine, e depois me falem o que acharam do longa quando ele entrar em cartaz no próximo dia 23/01, então abraços e até logo mais.
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