O um filme que explora a profundidade da experiência humana através de gerações conectadas por um único espaço: a sala de uma casa, acompanhando diversas famílias ao longo do tempo, revelando as transformações do mundo desde os primórdios da humanidade até um futuro próximo, sempre por meio das histórias vividas nesse local especial. A base principal apresenta Richard e Margaret, um casal prestes a deixar o lar onde construíram memórias repletas de amor, perdas, risos e momentos marcantes, combinando emoção e surpresa ao transportar o espectador por uma jornada única através da linha do tempo da humanidade, mostrando como vidas e histórias se entrelaçam em um mesmo lugar.
Costumo dizer que ousadia e segurança, que são dois termos praticamente opostos quando falamos de uma direção, acaba sendo o estilo que o diretor Robert Zemeckis gosta de trabalhar seus longas, pois tendo as devidas facetas ousadas em tecnologia, em dinâmicas e textos diferentes, ele também não se arrisca a fazer extravagâncias, ao ponto que aqui vemos um filme que não tenta fugir da proposta um segundo que seja, e isso acaba sendo muito interessante de ver, pois você fica tentando se conectar aos tempos, aos acasos e desenvolturas da família principal, mas também se enxerga ali nos outros tempos, reflete com a essência passada, e se seguirmos a ideia do diretor acabamos compreendendo tudo o que a casa "sentiu" durante esses milhares de anos. Fora tudo isso, a trama é baseada nos quadrinhos de Richard McGuire, que o roteirista Eli Roth desenvolveu para a telona. Claro que volto a dizer que o diretor quis experimentar muitas coisas, como inteligência artificial e computação gráfica tanto para criar os ambientes quanto para rejuvenescer os protagonistas sem precisar ter muitos atores nas gravações, e assim sendo pode até ser estranho rever um Tom Hanks muito jovem com sua voz atual, mas isso entra em síntese rapidamente e acabamos vendo que foi uma ideia bem acertada, ao menos para o que ele desejava fazer, que era experimentar inovações que veremos serem usadas por todos num futuro bem próximo.
Quanto das atuações, o elenco principal é composto de velhos conhecidos do diretor por "Forrest Gump", com Tom Hanks fazendo seu Richard em muitos momentos, principalmente após a juventude, afinal antes foram vários outros atores fazendo ele criança, mas a partir dos 18 já é ele auxiliado por computação gráfica para ficar novinho, mas atuando bem como sempre. E do outro lado Robrin Wright com sua Margaret muito bem encaixada e cheia de nuances, também sendo rejuvenescida por computação, e encontrando muita sintonia com o que precisava fazer, tendo seu ato final com um Alzheimer atacado de forma brilhante e emocionante. Ainda tivemos muitos momentos com Paul Bettany muito bem encaixado com seu Al desde o princípio completamente maluco pós-guerra, e depois ficando um velho fora do eixo, juntamente com Kelly Reilly brilhante com sua Rose emocional e cheia de nuances, fora muitos outros que tiveram papeis menores, mas que agradaram muito na tela.
Visualmente embora seja a visão apenas de um cômodo, temos ele em diferentes épocas, mobiliados de diversas formas possíveis, com um fundo mudando as coisas na rua, tipos de carro, situações, e com tantos detalhes que tenho certeza que ao menos 80% do orçamento não foi para a computação gráfica e para a equipe de arte com objetos cênicos e tudo mais, sendo tantas nuances e desenvolturas que não tem como você não ficar olhando tudo ao redor, vendo sensibilidade em elementos e detalhes de época, de cultura, de momento, ao ponto que a valorização é impressionante.
Enfim, é um filme que tem tudo para dar muito errado, e acaba dando muito certo, mas que afirmo que muitos irão odiar, e que só recomendo pela alta experiência cênica e reflexiva que citei no começo, pois do contrário quem for esperando uma história totalmente normal, com começo, meio e fim, vai acabar se decepcionando e ficando irritado com tudo, então fica a dica e a recomendação de ir para viajar no tempo. E é isso meus amigos, fico por aqui hoje, mas volto amanhã com mais dicas, então abraços e até logo mais.
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