O longa reconta o trágico Massacre de Munique de 1972 sob a perspectiva única da equipe de transmissão da ABC Sports. Durante os Jogos Olímpicos de Verão na Alemanha, a tranquilidade da Vila Olímpica é interrompida quando o grupo terrorista Setembro Negro invade o local e faz 11 atletas israelenses reféns. O que deveria ser uma celebração esportiva se transforma no maior atentado terrorista da história dos eventos esportivos. A trama acompanha os jornalistas esportivos que, de forma inesperada, precisam abandonar a cobertura das competições para reportar ao vivo os desdobramentos de uma tragédia em tempo real. Em meio à tensão e à incerteza, eles enfrentam dilemas éticos e emocionais enquanto o mundo inteiro assiste. O filme explora a transição de uma cobertura esportiva leve para uma reportagem de crise, evidenciando a pressão, os perigos e o impacto humano por trás das câmeras.
Diria que o diretor e roteirista suíço Tim Fehlbaum certamente já trabalhou na TV e ficou impactado ao conhecer um pouco da história de como tudo foi televisionado em plenos anos 70 que não se tinha muita tecnologia desse caos durante uma Olímpiada, afinal ele nasceu em 82, ou seja, não vivenciou todo o momento dramático que mais de 900 milhões de espectadores viram ao vivo pelas imagens da emissora ABC, um número maior do que pessoas que viram o primeiro pouso de um homem na Lua, ou seja, algo fora dos padrões, e a grande sacada do diretor foi trabalhar a trama quase que em um plano sequência, mas mostrando como foi um dia agitadíssimo na vida de um jovem produtor que assumiu os rumos de tudo comandando desde os primeiros tiros na vila olímpica até o encerramento final da tragédia. Ou seja, o diretor brilhou na condução técnica e fez um filme que muitos vão enxergar como algo ok apenas, mas quem for da área ou gostar de saber como são os bastidores de uma TV realmente vão surtar como tudo era feito na raça, e dessa forma o roteiro ficou brilhante, a direção impressionante, e as atuações incríveis, e assim sendo, o pacote completo!
Quanto das atuações, sem dúvida alguma o show de imposição que John Magaro entregou para seu Geoffrey Mason é de tirar o chapéu, pois o ator soube ser coerente nas expressões, pegar todas as devidas nuances dos momentos, saber como operar cada elo, mostrando que não era apenas um jovem aprendiz que estava ali, mas alguém que estava pronto para pegar o rumo e comandar tudo, e o resultado foi impecável. Ben Chaplin foi direto e objetivo com seu Marvin Bader, criando os elos da comunicação, buscando todas as dinâmicas e diretivas, e principalmente passando a sensação de controle de tudo. Mas quem brilhou muito foi Peter Sarsgaard com seu Roone Arledge pronto para negociar o satélite com as demais programações, encontrar a possibilidade de dividir o sinal com outra emissora concorrente, e encorajar os jornalistas de filmarem tudo o que fosse possível, ou seja, o ator foi direto, seco e preciso, o que agradou muito. Outra que trabalhou muito bem em cena foi Leonie Benesch que era apenas a tradutora de alemão contratada Marianne Gebhardt, mas que acabou sendo o elo importantíssimo da emissora, ouvindo o rádio da polícia, as demais entrevistas da emissora estatal alemã, e passando detalhes in loco para que o produtor montasse sua programação com nuances, olhares e muita dinâmica expressiva, ou seja, encaixou bem demais no papel. Entre muitos outros que valeria citar, como Benjamin Walker praticamente narrando direto da sacada vizinha tudo o que estava ocorrendo na vila olímpica, Daniel Adeosun que virou quase um maratonista levando os rolos de filmes de um lugar para o outro, e Georgina Rich que fez uma reveladora recordista para que as fotos e os filmes entrassem na programação em segundos, ou seja, todos foram muito bem no que precisavam entregar.
Por incrível que pareça, mesmo sendo uma reconstrução de época, a equipe de arte foi muito enxuta, tendo a base cênica de um estúdio de TV tradicional, com muitas câmeras, televisores, rolos e tudo mais da época, ou seja, coisas imensas, mas foram bem espertos de arrumar muito material da própria ABC e restaurar para que tudo ficasse o mais real possível, ou seja, o que o longa fez mesmo foram os bastidores precisos e bem entregues, enquanto o restante usou e abusou dos arquivos, fazendo com que a trama ficasse incrivelmente realista e muito bem dinâmica para vermos como era fazer jornalismo ao vivo nos anos 70.
Enfim, sei que não é um filme que todos vão se impactar tanto com o resultado na tela, mas no meu conceito já colocarei ele certamente entre os melhores desse ano, pois confesso que quando o longa acabou eu jurava que tinha se passado no máximo uns 45 minutos, e eis que já tinha rolado os 95 minutos contidos e muito bem feitos, sem precisar exagerar em nada, sendo funcional e direto. E como disse no começo, vá conferir, pois vai valer a pena demais. E é isso meus amigos, fico por aqui hoje, mas volto amanhã com mais dicas, então abraços e até logo mais.
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