A Maldição do Queen Mary (Haunting of the Queen Mary)

12/17/2023 02:24:00 AM |

Costumo dizer que para um bom terror funcionar ele não precisa entregar muita história, mas que ao menos convença o público do pouco que irá contar na tela, mas alguns diretores gostam de criar vértices e desenvolver um pouco mais tudo para que a trama ganhe um contexto mais realista e por vezes as assombrações/espíritos marquem um pouco mais, e com isso acabam se perdendo no meio do caminho não conseguindo atingir algo que ficasse realmente marcante. E infelizmente o longa "A Maldição do Queen Mary" é um desses exemplares que tentam trabalhar tantas vertentes de uma história, misturando passado, presente, incorporações e desenvolvimentos que quando chegamos na metade do filme ficamos pensando realmente aonde eles estavam tentando chegar, e no final até vemos que a ideia em si funcionou, mas que é tudo tão confuso que só quem realmente não piscar e entrar de cabeça na ideia do longa irá entender toda a base para se convencer de tudo o que acontece. Ou seja, é um filme que tem uma proposta simples interessante, mas que bagunça tanto dentro da forma entregue que acaba parecendo bem mais complicado do que realmente é.

A sinopse nos conta que quando os fotógrafos Anne e Patrick são trazidos a bordo do navio com seu filho Lukas, eles desencadeiam uma série de eventos que entrelaçam sua família com o passado sombrio do navio. À medida que o terror se desenrola à sua volta, eles começam a perceber que há mais neste suntuoso transatlântico do que aparenta: o seu legado notável que mascara segredos violentos.

Diria que o diretor e roteirista Gary Shore exagerou um pouco no desenvolvimento de sua história, pois a trama em si tinha tudo para ser um bom terror de incorporações de espíritos de diferentes épocas, mas acabou tentando misturar criação de livro, história do navio e tudo mais com personagens tão soltos que o resultado fluiu para rumos que acabam mais confundindo o público do que mostrando algo que soasse marcante. Ou seja, acabamos vendo um filme tão complexo de ideias que você vai acabar se perguntando várias vezes se está entendendo a ideia que o diretor tinha para tudo, e isso não é bom, pois mesmo que soasse abstrato alguns elementos, o resultado precisaria fazer um pouco de sentido, e não é isso o que ocorre.

Quanto das atuações, Alice Eve até tentou segurar bem a personalidade de sua Anne, desenvolvendo atos meio que desesperados mistos com alguns atos de descrença, de tal forma que parece ser interessante, mas como a todo momento vamos para o passado e voltando para o presente, acabamos ficando confusos com o que ela deseja entregar realmente, mas ao menos não desaponta com o que faz em cena. Dorian Lough trabalhou bem seu Bittner, sendo direto e com uma personalidade bem forte, que inicialmente parece meio estranha, mas que mais próximo ao final acaba fazendo bastante sentido, e assim o ator mostrou a que veio na trama. Ainda tivemos atos bem tensos de Wil Coban bem marcante com seu David Ratch, colocando muita imponência expressiva sem precisar tirar sua máscara, mas fazendo uma matança com classe e estilo dentro do navio. E claro ainda vale a menção para Wesley Alfvin e Florrie Wilkinson como Fred Astaire e a garotinha Jackie numa cena de sapateado bem encaixada e marcante de ser vista na tela.

Visualmente confesso que as cenas dentro do navio foram muito bem feitas, afinal gravaram muitas cenas dentro do verdadeiro navio para ter uma representatividade maior, mas a equipe de fotografia não ajudou a equipe de arte ter seu trabalho valorizado, pois fizeram um longa escuro demais, aonde você até fica esperando alguns jump scares, masque felizmente não fizeram tanto o uso dessa técnica, ou seja, vemos que tiveram bons trabalhos com figurinos de época, fantasias bem trabalhadas para uma noite de Halloween e até momentos bem intensos com muito sangue, mas quem for conferir vai precisar se esforçar bastante para enxergar tudo com alguma nitidez mais considerável.

Enfim, é um filme que talvez com alguns ajustes seria um terror bem tenso envolvendo épocas e incorporações de espíritos e assombrações, mas que não conseguiu chegar num ápice que marcasse e chamasse realmente a atenção, ou seja, acabou ficando bem mediano para ruim, o que é uma pena. E é isso pessoal, fico por aqui hoje, e volto amanhã com mais dicas, então abraços e até logo mais.


0 comentários:

Postar um comentário

Obrigado por comentar em meu site... desde já agradeço por ler minhas críticas...