La Chimera (La Chimère)

12/13/2023 01:20:00 AM |

Confesso que diminui bastante minhas idas para conferir filmes artísticos demais, e a Mostra Internacional de São Paulo tem essa pegada maior, de forma que fiquei bem receoso em ir conferir hoje o primeiro filme da Itinerância que chegou na cidade, e dito e feito, "La Chimera" é daqueles filmes que levam nada a quase lugar algum, que dava para ser resolvidos em bem menos tempo, e que certamente alguns vão se apaixonar falando que é algo maravilhoso, introspectivo, que fala da vida remexendo com a morte, e muitos outros blá blá blás. Ou seja, quem me conhece um pouco viu na minha cara que não curti o que assisti, que passei os 130 minutos me mexendo o tempo inteiro na poltrona para não pegar no sono, e que sinceramente não conseguiu me cativar de forma alguma com nada da trama, mas se você curte esse estilo de tramas mais fechadas talvez até veja algo a mais no longa.

A sinopse nos conta que todos têm a sua própria Quimera, algo que buscam, mas nunca conseguem encontrar. Para uma gangue de ladrões de antigos objetos funerários e maravilhas arqueológicas, a Quimera significa o desejo pelo dinheiro fácil. Para Arthur, a Quimera se parece com a mulher que ele perdeu, Beniamina.

Diria que a diretora e roteirista Alice Rohrwacher quis desenvolver demais o seu roteiro e acabou se perdendo no que tinha para entregar de forma que na metade do filme a trama já não tinha muitos rumos para acontecer e acabou se arrastando até um final bem jogado que até se conecta bem com o começo, mas que se perdeu por completo com tudo o que foi mostrado durante todo o filme. Acredito que se o filme acabasse com ele jogando a cabeça fora ficaria perfeito tanto no tempo quanto na conexão com todo o filme, mas como não sou o roteirista, o jeito foi aguentar até o final.

Quanto das atuações Josh O'Connor até segurou bem o estilo de seu Arthur, mas é um personagem monótono e sem muita vida, parecendo quase estar realmente morto durante todo o longa, mas acredito que não era bem essa ideia e acabou não chamando atenção como um protagonista deve fazer. É engraçado ver a brasileira Carol Duarte com sua Italia num longa italiano, pois de cara não dava para imaginar sua nacionalidade, mas quando começa a mandar ver no português entrega até mais personalidade para o papel, chamando até atenção demais que não sei se era a opção do filme, o que não incomoda, mas talvez pudesse ter ido por outros rumos. Quanto aos demais, todos tentaram dar mais abertura para o protagonista, de modo que Vincenzo Nemolato com seu Pirro acaba sendo o amigo empolgado com os roubos, Isabella Rossellini com sua Flora entrega a ex-sogra apaixonada pelo genro, Lou Roy-Lecollinet com sua Melodie mostra a assistente que está pronta para olhar tudo, e claro Alba Rohrwacher com sua Spartaco fez atos mais diretos e com isso conseguiu chamar um pouco de atenção nos seus momentos, mas como apareceu só duas vezes não pode ir muito além.

Visualmente o longa trabalhou com uma cenografia meio estranha, afinal revirar túmulos não é algo comum, mas ficou algo meio estranho com o protagonista caçando as tumbas com um galho de árvore, tivemos um FIAT 147 ninja que praticamente voava baixo, algumas casas meio que abandonadas e jogadas, parecendo realmente que tudo estava bem morto, ou seja, dava para terem trabalhado um pouco mais com tudo para ter as devidas nuances.

Enfim, é um filme extremamente cansativo, que raspei de não dormir ou desistir por vários momentos, sendo que dava para facilmente ser mais enxuto, e assim sendo não é algo que recomendo para ninguém, mesmo sabendo que muitos gostam desse estilo mais reflexivo, mas já vi outros filmes nessa mesma pegada mais envolventes. E é isso pessoal, fico por aqui hoje, mas volto em breve com mais dicas, então abraços e até logo mais.


0 comentários:

Postar um comentário

Obrigado por comentar em meu site... desde já agradeço por ler minhas críticas...