Amazon Prime Video - Saltburn

12/23/2023 01:29:00 AM |

Não sei o que eu esperava ver em "Saltburn", mas confesso que fui surpreendido com a forma de fechamento dos atos finais, pois a trama tinha um lado que iria para um rumo bem posicionado, mas acabou indo para outro totalmente inesperado, e com isso chega a ser impressionante de ver, mesmo com os exageros desnecessários da cena de fechamento, que combinou muito com a música, mas não era preciso o protagonista balançando suas partes íntimas. Dito isso, o longa tem uma pegada de mistério e drama bem colocada que vai se desenvolvendo a cada momento com algo ainda mais complexo, de tal forma que o protagonista que inicialmente parecia apenas um jovem apaixonado muda completamente de personalidade durante o decorrer, e mostra um trabalho de atuação bem intenso do protagonista, aonde seus atos e atitudes vão chocando com o fechamento, e a reviravolta completa de tudo é daquelas que marca e chama muita atenção. Ou seja, não digo que seja um filme fácil, não digo que seja um filme para todos, mas que tem um estilo que certamente quem conferir irá gostar mesmo que não chame tanto sua atenção no começo, pois tudo começa a pegar fogo mesmo do miolo para frente.

A trama se passa nos anos 2000 e acompanha o estudante universitário Oliver Quick, que tem dificuldades para se encaixar na Universidade de Oxford. Após conhecer Felix Catton, Oliver é imediatamente atraído pelo mundo aristocrático do jovem - que o convida para passar uma temporada na casa de sua família. Mas o que começa como uma amizade aparentemente inocente logo escalona para uma crescente obsessão.

Depois do estouro que a diretora e roteirista Emerald Fennell teve 3 anos atrás com sua estreia como diretor em "Bela Vingança", todos ficaram bem curiosos como ela se sairia em seu segundo trabalho, e se lá ela foi mais concisa nas ideias, indo direto por um fluxo, aqui ela optou por manipular tanto os personagens quanto o público com toda a desenvoltura do protagonista, de modo que quem tiver lido um pouco mais sobre o filme nem vai se chocar com alguns atos, mas quem for conferir sem saber de nada acabará impactado com alguns momentos mais fortes. Ou seja, já podemos dizer que o estilo da diretora é de boas reviravoltas e de fazer com que o público se apegue ao personagem principal para também odiá-lo com uma certa facilidade, e essa desenvoltura acaba sendo bem elegante de ver na tela, mostrando que vai continuar chamando atenção tanto do público quanto dos votantes de premiações, afinal já começa o ano com algumas boas indicações.

Quanto das atuações, diria que Barry Keoghan cada dia dá um salto maior na sua forma de interpretar, de tal maneira que não se contenta com algo simples de trejeitos, e aqui seu Oliver começa de maneira sutil, parecendo um tímido estudante deslocado, mas vai se entremeando com tudo, vai mudando conforme a trama vai pedindo e quando vemos seus atos finais praticamente já chocados com tudo, vemos ele se jogar por completo e mostrar que desde o ato mais singelo como o do pagamento de bebidas já estava todo marcado pelas fichas de sua mente, ou seja, o personagem era forte, e o ator mais ainda. Não consigo enxergar como o povo se apaixona fácil por Jacob Elordi, pois o ator até tem personalidade e trejeitos sedutores, mas suas atuações são sempre secas e iguais, sem tanta desenvoltura e estilo, de tal forma que seu Felix parece mais um jovem mimado e facilmente influenciável que já vimos em tantos outros filmes e ele nem tenta ir para outros rumos, o que é uma pena, pois tem feito um filme atrás do outro e certamente uma hora vai pegar um papel bem bom que não chamará tanta atenção. Os demais jovens até tem propostas interessantes e chamam atenção, valendo leves destaques para Alison Oliver com sua Venetia também mimada ao extremo, Archie Madekwe com um Farleigh invejoso e cínico, e até Carey Mulligan que no filme de ontem estava esplêndida aqui entregou uma Pamela fútil e estranha de ver, de tal forma que vale mais a experiência dos mais velhos que chamaram tudo para si com Rosamund Pike brilhante com sua Elspeth cheia de traquejos, Richard E. Grant com seu Sir James todo requintado e direto, e até mesmo Paul Rhys conseguiu aparecer bem com seu Duncan estranho e durão, ou seja, um elenco que seguiu bem as ordens da diretora e chamou atenção nos devidos momentos.

No contexto visual o longa inicia mostrando alguns quartos e salas de uma universidade, várias cenas em bares e logo depois já trabalha bem um castelo luxuosíssimo dentro de uma propriedade que serviu reis do passado e tem muitos detalhes em cada ambiente mostrado, trabalharam com festas bem marcantes, figurinos de gala para todos os jantares, enterros tradicionais bem encaixados, e claro muitas elementos e alegorias intencionais para fazer com que cada elo tivesse boas conexões. Ou seja, é um filme aonde as nuances se desenvolvem bem com cada momento, tendo vários destaques e atos chocantes para realmente marcar presença.

Enfim, é um filme que tem uma pegada bem mais artística, mas que muitos irão curtir todo o lado misterioso e intrigante que o protagonista desenvolve na tela, claro que já aviso de antemão que temos algumas cenas com partes íntimas bem a mostra, então se você tem vergonha de que cheguem no seu quarto ou sala e vejam, escolha melhores horários, e volto a dizer que daria para fazer elas completamente de outra forma, mas foi opção da diretora, então fazer o que. Fica a dica para conferida pela ótima atuação e claro por ser um filme que veremos aparecer em muitas premiações, então deem o play. E é isso meus amigos, eu fico por aqui hoje, mas volto amanhã com mais dicas, então abraços e até logo mais.


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