Netflix - Ninguém Precisa Acreditar Em Mim (No Voy a Pedirle a Nadie Que Me Crea) ( I Don't Expect Anyone to Believe Me)

12/05/2023 12:36:00 AM |

Olha, confesso que demorei para escolher um filme para ver no streaming hoje, já que perdi a hora da sessão que veria no cinema, mas não imaginava que o filme mexicano "Ninguém Precisa Acreditar Em Mim" da Netflix fosse ser algo tão sem futuro como me foi entregue, pois a trama até tenta ser bem sacada misturando cartel mexicano em conflito com cartel espanhol, investigações meio sem nexo, conflitos entre personagens e estudos de estilos humorísticos sem graça, de tal forma que a classificação como suspense cômico acaba sendo tão desleixada que no final tudo é literalmente jogado no lixo como se nada tivesse ocorrido. Ou seja, é daqueles filmes que pareciam ter algo para entregar, que talvez com uma direção mais eficaz até vire algo mais interessante, mas que não funcionou, sendo algo que certamente quem começar a ver pode ser que espere que termine melhor do que o começo, o miolo vai fazer parecer algo conflituoso, mas o fechamento desaponta tanto que não vai ter como não xingar, então é melhor nem perder tempo e procurar outra coisa.

A sinopse nos conta que Juan Pablo viaja com sua namorada Valentina para fazer doutorado em literatura em Barcelona. Antes de viajar, ele se vê enredado em uma rede criminosa que o inspira a escrever o romance que sempre quis, enquanto sua vida toma rumos cada vez mais absurdos e sinistros.

Diria que o diretor e roteirista Fernando Frias até teve uma história bem trabalhada para desenvolver, só que faltou dar mais impacto para que seus personagens fossem interessantes, afinal é uma história contando a história deles, e essa dinâmica só funciona quando os personagens são interessantes o suficiente para que tudo flua bem, ou seja, faltou personalidade nos atores para que a trama vivesse na tela, de tal maneira que no final quando a policial tá lendo o livro, nem ela sente uma vontade forte de ir além, e isso é o que acabou acontecendo com o filme por inteiro. Claro que não posso culpar 100% os atores jovens, mas eles entregaram seus personagens sem vida, sem força, parecendo estar se arrastando pela tela sem vontade alguma de seus atos, e isso pesou muito no resultado, de tal forma que aposto que a trama com um elenco explosivo, cheio de personalidade com um diretor que instigue o público usando o mesmo roteiro certamente veríamos um filme genial aonde tudo fluiria bem e mesmo tendo o final igualzinho como se o livro não fosse importante, os atos surpreenderiam e o resultado seria bem diferente.

Falando diretamente das atuações, Dario Yazbek Bernal trabalhou seu Juan Pablo de uma maneira até que interessante, cheio de perebas e feridas de uma dermatite nervosa gigantesca, mas não trabalhou tanto seus olhares, de modo que ao ver algumas mortes não expressa nenhum sentimento, em outros atos parece um morto vivo caminhando, em algumas festas se entrega mas sem aparecer realmente, de modo que não assume o protagonismo em quase nenhum ato, com o chinês que lhe acompanha  se destacando até mais do que ele, e isso é algo bem ruim, pois não era para isso ocorrer. Da mesma forma Natalia Solián até tenta expressar alguns momentos mais chamativos nos atos finais de sua Valentina, mas também entrega desânimo demais do começo ao fim, sendo que em alguns momentos até eram bem válidos, e sua ironia nas falas até soaram engraçadas se olhando os seus trejeitos, mas dava para ter ido mais além. Alexis Ayala apareceu pouco com seu Doutor, mas teve imposição e chamou para si alguns momentos, então ao menos não desapontou, enquanto Anna Castillo que talvez fosse uma co-protagonista com sua Laia, acabou ficando bem de escanteio em quase todas as suas cenas. Ou seja, quase ninguém se entregou para os papeis, de modo que Juan Minujín que era o secundário do secundário com seu Facundo acabou tendo mais expressão em suas cenas que todos os demais.

Visualmente a trama entrega uma Barcelona como diz um dos personagens sedutora, mas sem muita graça, com cenas numa universidade, em alguns apartamentos, bares e ruas com ocupações, algumas cenas em depósitos com mortes sem grandes nuances, e até exageraram em cenas aparecendo o protagonista escrevendo seu texto com a tela do "word" aparecendo os escritos enquanto ia falando, o que era bem desnecessário, de modo que a equipe de arte trabalhou mais nos casacos de frio e na maquiagem para mostrar a dermatite do protagonista.

Enfim, é um filme que até tinha um potencial para surpreender, mas que resultou em alto tão fraco que até a energia da minha casa acabou várias vezes me pedindo para que eu parasse de ver, mas como sou persistente fui até o final para não recomendar ele para ninguém. E é isso meus amigos, fico por aqui hoje, mas volto amanhã com mais textos, então abraços e até logo mais.


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