Mamonas Assassinas - O Filme

12/29/2023 12:17:00 AM |

Diria que o mercado cinematográfico nacional finalmente enxergou que um bom caminho a seguir para se manter bem ativo é recorrer aos longas biográficos para conseguir chamar o público fã e também reviver emoções, e sem dúvida um dos longas mais esperados já há um bom tempo era "Mamonas Assassinas - O Filme", principalmente por ter sido uma banda com uma carreira bem curta de apenas 8 meses, mas que explodiu gigantescamente com seus sucessos, e claro que até hoje ainda vemos muitas de suas músicas sendo tocadas emocionando a todos após o trágico acidente que levou todos à óbito. E a ideia do longa foi bem trabalhada criando todas as nuances em cima de como os rapazes se conheceram, como foi formada a banda inicialmente chamada Utopia tocando um rock mais intenso, e que depois usando canções cômicas acabou estourando, e claro que o principal ponto positivo do longa ficou na caracterização dos atores para viver os integrantes da banda, de tal forma que chega a arrepiar em alguns momentos como todos ficaram tão parecidos visualmente, tendo claro uma boa diferença na voz do vocalista Dinho, mas que foram bem espertos em regravar as canções que aparecem no filme com a voz de Ruy Brissac, e assim ornou melhor tudo. Diria que o filme traz todo um sentimento emocional forte por tudo o que vivemos na forma irônica que a banda entregava, mas que embora seja um filme bem representativo acabou sendo corrido e picotado demais, afinal não sobrou nenhum dos integrantes para mostrar como tudo realmente aconteceu, mas que funciona e certamente irá divertir e envolver demais todos os fãs que forem conferir.

A sinopse nos mostra que estamos em Guarulhos na década de 90. Dinho, Sérgio, Samuel, Julio e Bento são garotos típicos da época com pouco dinheiro e muitos sonhos. Eles nem imaginam que o humor debochado e inteligente, tão característico do grupo de amigos, irá mudar suas vidas para sempre. De algumas tentativas fracassadas ao sucesso absoluto, em pouco tempo, eles se tornaram o maior fenômeno musical brasileiro da década: os Mamonas Assassinas.

Como o diretor Edson Spinello é muito mais conhecido como um diretor de novelas, acredito que ele filmou coisas demais e depois ficou desesperado com o tempo que tinha que colocar na tela imposto pela produção, pois é nítido que a edição é muito corrida em cima do roteiro de Carlos Lombardi que também é um dos principais escritores de novelas do país, então já sabendo que o longa também será exibido como série no ano que vem, acredito que se dimensionarem melhor tudo na tela o resultado acabará sendo muito mais satisfatório, mas longe de estar falando que o filme ficou ruim, muito pelo contrário, o sentimento de emoção passado na tela é incrível, fará com que você cante todas as canções junto dos personagens e se divirta bastante com tudo o que acontece, mas ficou parecendo muito pouco o que foi mostrado, e muito claro o tanto de material gravado, pois temos muitos recortes e dinâmicas que se fundiram durante as canções, formatações rápidas demais das composições e tudo mais, que acaba refletindo um pouco de peso de tela. Porém essa dinâmica escolhida na montagem fez também que o longa fosse bem explosivo, direto e cheio de nuances que acabam sendo marcantes, e assim sendo faz valer o estilo escolhido.

Quanto das atuações posso dizer que é algo incrível ver todos os atores muito semelhantes aos verdadeiros integrantes da banda, de tal forma que Ruy Brissac praticamente é o Dinho incorporado na tela, com sua irreverência, seu estilão solto e principalmente os trejeitos bem encaixados, afinal já tinha feito o papel em 2016 no teatro, o que lhe garantiu algumas premiações, e aqui deu seu nome com uma personificação marcante e bem chamativa. Rhener Freitas também deu um estilo bem marcante para seu Sérgio, fazendo todo um ar mais sério e de galanteio, mas também brincando bastante com toda a estrutura da trama, sendo bem colocado na tela. Beto Hinoto não chegou a conhecer seu tio Bento, já que nasceu em 98 e a banda morreu em 96, mas ficou tão parecido que chega a assustar a semelhança visual e até mesmo da personalidade mais fechada, e acabou agradando demais também com seus atos. Adriano Tunes colocou uma personalidade tão descontraída para seu Samuel, que consegue brilhar com o sonho na tela, sempre com um olhar brilhante e chamativo. Robson Lima também deu uma boa vivência para seu Julio, empolgando nas danças e nas colocações, chamando muito para si também. Ainda tivemos atos bem trabalhados de Fefe Schneider e Isa Prezoto com suas Adriana e Grace, respectivas namoradas de Dinho e Sérgio, mas quem teve muito destaque e também ficou muito parecido com o produtor da banda foi Ton Prado com seu Enrico Costa (aliás não sei o motivo que não colocaram o nome verdadeiro do produtor da banda, provavelmente por não ter cedido os direitos, mas todo mundo saberá quando ver na tela!).

Quanto do visual a trama mostrou bem vários shows da banda, os ensaios e gravações dentro do estúdio aonde saíram praticamente todas as músicas como brincadeiras entre as sessões, os diversos figurinos famosos, os "showmícios" do início da carreira, e tudo com muita irreverência em cima dos palcos e claro ares mais sérios junto dos familiares em suas casas, de tal forma que toda a trama nos transporta bem para o ano de 96, e em síntese funciona como algo bem saudosista e interessante de ver.

Enfim, é um filme bem produzido, que vai matar a saudade que muitos estavam de ver o grupo irreverente se jogando na telona, aonde poderiam ter ido mais além em algo menos acelerado, mas que funcionou bastante dentro da proposta, afinal aqui só tiveram como pesquisa tudo o que fizeram e a família da banda, então fica mais difícil desenvolver algo que teve tão pouco tempo de desenvolvimento, então recomendo ele mais para os fãs se envolverem com todo o saudosismo, em pensar como estariam hoje se não tivessem ido embora tão cedo, e quem sabe a série completa funcione ainda mais, então fica a dica. E é isso meus amigos, fico por aqui hoje, mas volto amanhã com mais dicas, então abraços e até logo mais.


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