A Incrível História da Ilha das Rosas (L'incredibile storia dell'Isola delle Rose) (Rose Island)

12/13/2020 07:17:00 PM |

Sabe quando você começa a ver um filme e aparece o escrito "baseado em uma história real", e durante toda a exibição você não se convence que tudo aquilo ocorreu daquela forma? No longa da Netflix, "A Incrível História da Ilha das Rosas", você vai ter praticamente a certeza de que sim, tudo aquilo pode ter ocorrido daquela forma, porém com muito menos comicidade, pois transformaram a trama em algo meio que pastelão com situações absurdas, com políticos fazendo quase um circo por conta de uma ilhota de ferro, com conversas de bastidores que parecem a piada do nosso governo atual (e que certamente nos anos 60-70 não eram bem assim!). Ou seja, não é um filme ruim, mas também não é algo muito bom, pois o longa mostra a famosa ideia do querer é poder, basta ter vontade, que foi o que fez com que esses dois engenheiros malucos fizeram construindo sua própria ilha, seu carro e tudo mais, mas que certamente a história original embora cômica pela loucura foi bem mais densa e interessante do que o que foi mostrado, valendo talvez buscar algum outro tipo de material para entender melhor.

A sinopse nos conta que um engenheiro idealista constrói sua própria ilha na costa italiana e a declara uma nação, atraindo a atenção do mundo. Os valores são testados quando o governo italiano o declara inimigo, mas para mudar o mundo é preciso correr riscos.

Diria que o diretor Sydney Sibilia teve uma boa ideia para seu filme, afinal é uma história que certamente pouquíssimas pessoas já ouviram, talvez alguns italianos, mas acredito que nem eles, afinal é algo meio maluco de se acreditar, porém esse roteiro nas mãos de um bom dramaturgo traria um filme incrível, cheio de emoções e situações de julgamento e tudo mais, pois ele quis dar um tom exageradamente cômico por ser uma situação digamos um tanto quanto bizarra, e assim o resultado do filme acabou ficando inverossímil demais, não dando para acreditar em nada do que aconteceu ali. Ou seja, o resultado do filme embora não soe cansativo, acaba soando tão falso que nem mesmo como ficção dá para acreditar na maioria dos atos, quanto mais ser baseado em algo real (e olha que acabamos acreditando na realidade de "Sem Dor, Sem Ganho"!), e assim sendo podemos assumir o erro quase que integral ao diretor/roteirista, pois os atores fizeram seus atos com vontade ao menos.

Já que comecei a falar das atuações, diria que Elio Germano é um ator que sempre passa um carisma sem tamanhos para seus personagens, de forma que acabamos acreditando em suas loucuras (foi assim também em "Homem Sem Gravidade", que da mesma forma acabou sendo uma história mal trabalhada e não um erro seu), e seus trejeito acabam sendo convincentes e bem encontrados para o que os filmes pedem, ao ponto que seu Giorgio até seria visto como um maluco, mas também como um visionário. Leonardo Lidi acabou trazendo para seu Maurizio uma vertente até que bem bacana, meio inconsequente nos primeiros atos, mas funcional e coerente num segundo momento, ao ponto que o ator se encaixa bem e faz bem seus atos malucos. Matilda De Angelis até teve alguns atos envolventes com o protagonista, mas sua Gabriella praticamente evapora na maior parte do longa, ao ponto que quase esquecemos dela, ou seja, poderiam ter investido mais nas cenas deles, que ainda traria um ar romântico para a produção. Agora sem dúvida alguma, não temos como compactuar com as insanidades que deram para os políticos vividos por Fabrizio Bentivoglio com seu Franco e Luca Zingaretti com seu Giovanni, ao ponto que chega a ser decepcionante ver suas cenas. Quanto aos demais, tivemos alguns bons atos com Tom Wlaschiha com seu Neumann malucão, alguns atos simples e bem feitos com Violetta Zironi e sua Franca, mas o destaque mesmo recai para as poucas cenas de François Cluzet com seu Toma', pois ele inicialmente não acreditando no que lia, depois acaba bem empolgado e mostra isso com expressões bem convincentes, ou seja, mesmo aparecendo pouco se saiu bem.

Visualmente o longa foi interessante por usar material da época em alguns momentos, foi coerente com a forma de construção da ilhota de ferro, e até mostrou bem alguns atos práticos, mas como alguns personagens dizem transformaram o visual da ilha em uma boate no meio do mar, com muitas pessoas dançando de roupas de banho, regadas a muita bebida, e claro mostrando também o verão das praias italianas com todos ao sol, ou seja, poderiam ter trabalhado um pouco mais o visual em outras épocas, para dar um conteúdo maior para a trama, além de mostrar um pouco mais da construção completa, não apenas das estruturas no começo, ou seja, a equipe de arte até foi coerente, mas não foi além.

Enfim, é um filme simples, com uma história que merecia uma valorização mais representativa, mas que acabou ficando bobo demais, e assim até chegamos a entrar no clima e conhecer um pouco mais dessa pequena ilha que durou pouco tempo na Itália e foi a única coisa que fez o país entrar em conflito realmente contra outra "nação", mas que volto a frisar, erraram no desenvolvimento, fazendo algo cômico demais, sendo que a história não foi nada cômica. Sendo assim, não digo que recomendo o longa, mas também não o desprezo, pois é algo que se não visse o filme nunca saberia da existência dessa ideia maluca desses engenheiros, mas quem sabe algum dia acho um documentário ou filme sério sobre o tema. Bem é isso pessoal, fico por aqui hoje, mas volto em breve com mais textos, então abraços e até logo mais.


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