Netflix - Pequenos Grandes Heróis (We Can Be Heroes)

12/27/2020 12:56:00 AM |

Certamente você não verá falando que o longa da Netflix, "Pequenos Grandes Heróis", é a melhor opção para se conferir, porém certamente passa bem longe de ser uma bomba como imaginava só de ver o pôster, pois trama envolvendo crianças, super-heróis estranhos, e ainda ter na sinopse algo como uma continuação indireta de Sharkboy e Lavagirl é algo no mínimo preparado para uma grande fuga. Mas como costumo dizer, se não assistirmos não podemos opinar, então resolvi dar a chance para o longa, e até me surpreendi com alguns estilos das mensagens de união, boas sacadas com poderes, e principalmente por funcionar de maneira bem irônica com as personalidades de cada um, de modo que o filme é completamente apelativo e exagerado como todo longa de Robert Rodriguez, mas souberam dosar os atos e fazer funcionar principalmente para a criançada que deverá curtir alguns momentos e sacar um pouco antes as surpresas que acabam ocorrendo. Ou seja, não vou dizer que você saia correndo e dê o play no filme, mas quem estiver com medo de ser uma bomba imensa e nem passar perto pode ficar tranquilo que certamente você já viu muita coisa pior no streaming.

A sinopse nos conta que quando invasores alienígenas sequestram os super-heróis da Terra, seus filhos são levados para uma casa segura do governo. Mas a esperta adolescente Missy Moreno não vai parar por nada para resgatar seu pai super-herói, Marcus Moreno. Missy se junta ao resto dos superkids para escapar de sua misteriosa babá do governo, a Sra. Granada. Se eles vão salvar seus pais, eles terão que trabalhar juntos usando seus poderes individuais - da elasticidade ao controle do tempo e prever o futuro - e formar uma equipe de outro mundo.

O mais engraçado de tudo é que praticamente todos os fãs do filme "As Aventuras de Sharkboy e Lavagirl" de 2005 sempre sonharam com uma continuação, e o pior ainda é que a maioria adorava os efeitos toscos da produção, então o diretor Robert Rodriguez (que também dirigiu o original) preferiu não apenas trazer de volta seus personagens, como criar algo maior para a produção, com mais desenvoltura, colocando muitos outros personagens heroicos, e criando um bom motivo para a junção com mensagens bacanas e bem colocadas, ou seja, temos aqui efeitos bizarríssimos, situações completamente insanas, e claro lutas bobas, mas tudo bem encaixado para funcionar dentro da história. Ou seja, é um filme que talvez alguns vão odiar só pela proposta, e nem irão dar o play, outros irão cansar com o começo meio bagunçado e enrolado de apresentações, mas quem sobreviver a essa parte irá curtir o andamento geral, e principalmente os momentos finais bem conjuntos que funcionam e agradam bastante.

Sobre as atuações, basicamente temos como protagonista mesmo da trama a jovem YaYa Gosselin que tenta segurar o andar da trama com sua Missy tentando liderar os jovens heróis sem ter nenhum poder, e ela sendo um pouco insegura também como a personagem, o resultado fica levemente amarrado nas ajudas dos demais personagens, ou seja, talvez para o papel alguém mais imponente chamaria mais atenção. E falando em atenção praticamente os olhos se vertem totalmente para a filha de Sharkboy e Lavagirl, Guppy, que com um carisma fora do padrão vivida pela pequenina Vivien Lyra Blair acabamos envolvidos demais com cada momento seu, até torcemos por mais cenas suas, pois a jovem soube dosar estilo, movimentos, e claro envolver a todos com seus atos. Priyanka Chopra Jonas trabalhou bem a sua Sra. Granada, com olhares meio que bobos e atitudes clássicas que sabemos sempre no que vai dar e apenas ficamos esperando, mas não chega a ser apelativo seus atos, e o resultado acaba agradando. Quanto aos demais, diria que todos os jovens foram bem no que fizeram, uns aparecendo mais, outros menos, mas dá para ficar bravo com as cenas lentas do jovem Dylan Henry Lau, e com a soberba de Nathan Blair, mas tudo bem sutil que acaba funcionando com as personalidades dos superkids, agora os pais foram exagerados demais, e que junto de figurinos forçados acabou ficando ainda pior, então era melhor ter trabalhado tudo um pouco mais para não forçar tanto a barra, ao ponto que até Pedro Pascal acabou ficando escondido na produção.

Visualmente a trama tem muitas cores, muitas cenas com poderes bizarros (como o garoto que estica o pescoço e braços, a garota que canta e faz as coisas e pessoas voarem, os gêmeos que retrocedem e aceleram o tempo), e claro os alienígenas com tentáculos que atacam de inúmeras formas, mas tirando esses detalhes estranhamente mal feitos, o filme tem até uma certa grandiosidade de estilo, com muitos elementos amplos, ambientes cheios de luzes e modelagens, e que chega a passar até uma certa tridimensionalidade, ou seja, o filme traz as características do original de 2005 evoluídas, mas sem tirar o exagero característico. 

Enfim, é um filme que confesso que fui conferir já preparado para odiar, que tem tudo o que pode dar errado em uma trama: crianças, muitos efeitos, aliens e super-heróis, e que de tão bizarro acaba sendo divertido e interessante. Ou seja, tirando a demora no começo para apresentar todos os muitos personagens, o resultado final funciona, e quem gostar de uma composição bem maluca pode ver e se divertir, mas não espere nada além de um filme infantil de super-heróis, pois senão a chance de odiar é bem alta. Bem é isso pessoal, fico por aqui hoje, mas volto em breve com mais textos, então abraços e até logo mais.


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