Minhas Férias Com Patrick (Antoinette Dans Les Cévennes) (My Donkey, My Lover & I)

11/21/2020 08:19:00 PM |

Geralmente filmes que envolvem caminhadas fluem por jornadas de autoconhecimento que comumente tem um início de pensamento, mas que acabam levando os protagonistas para outros rumos, e isso é sempre bacana de ver, de modo que se o diretor souber como conduzir bem o resultado agrada demais, e com "Minhas Férias com Patrick" tivemos um bom exemplar do estilo, pois casualmente aparentava que viraria uma comédia romântica boba, mas acabou fluindo para um road-movie bonito, de reflexão, e que com cenas bem engraçadas, por parte claro do jumento Patrick opinando na vida da protagonista, o resultado final acaba sendo bem agradável e gostoso de curtir.

A sinopse nos conta que Antoinette está esperando o verão há meses e a promessa de uma semana romântica com seu amante, Vladimir. Quando ele cancela as férias para ir passear nas Cévennes com a esposa e a filha, Antoinette não pensa muito: ela segue seus passos! Porém, em sua chegada, ela conhecerá Patrick, um burro atrapalhado que a acompanhará em sua jornada.

A diretora e roteirista Caroline Vignal foi bem esperta no desenvolvimento de sua trama, pois baseando no livro de Robert Louis Stevenson, aonde até um dos personagens nós conta a história real do livro, ela fugiu do casual e acabou entregando algo bem coerente de seguirmos, afinal ela colocou a história da protagonista como uma ambientação em cima de sua amizade com o jumento versus o clima romântico com o amante, e o melhor foi a forma de quebra do clima, pois acabamos sentindo toda a história formatada e também o desenvolvimento fluindo de maneira gostosa e prática, tendo um bom conflito, um bom envolvimento, e principalmente uma boa história.

Quanto das atuações, Laure Calamy trabalhou bem sua Antoinette, fazendo uma pessoa sutil, doce e claro desesperada com sua situação, e acaba brincando bem com a desenvoltura proposta pela trama, de forma que acaba acertando bastante e se entrega para todo tipo de momentos, sendo um bom acerto e que agrada bem no que fez. É até engraçado falar isso, mas praticamente todos os demais personagens acabam soando como encaixes, desde Benjamin Lavernhe com seu Vladimir que tem mais um desejo sexual pela protagonista do que um amor realmente, mas que faz mais caras bobas do que tudo, até os demais que apenas passam pela tela como Olivia Côte com sua Eléonore, Louise Vidal com sua Alice e já no final Jean-Pierre Martins com seu Shériff, mas nada que surpreenda.

Visualmente o longa é bem bonito, com locações incríveis numa região cheia de belos campos, com pousadas rústicas, mas bem colocadas dentro do que a trama pedia, brincando com todos os momentos, e claro dando todo o destaque para o super genioso jumento Patrick, que carregando as roupas da protagonista acaba agradando tanto pelas boas expressões, quanto pelas situações que foi colocado, ou seja, sai de ser um objeto do filme, mas sim o protagonista.

Enfim, é um filme simples, porém bem bonito de ver, e que até sendo curtinho (97 minutos) chega a dar uma leve cansada, mas nada que atrapalhe, valendo a conferida e a recomendação. Bem é isso pessoal, fico por aqui agora, mas já vou para mais uma sessão do Festival Varilux, então abraços e até logo mais.


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