Enquanto Estivermos Juntos (I Still Believe)

11/23/2020 01:28:00 AM |

Se tem algo que tem me animado muito em conferir longas religiosos ultimamente nos cinemas é que os diretores finalmente enxergaram que não precisam colocar o culto/igreja em foco para mostrar a fé e o poder de cura na essência de uma trama, e aliando isso a longas com boas canções, um bom ritmo, romances e tudo mais acabam criando histórias tão boas, algumas reais, que o resultado acaba sendo filmes de qualidade, envolventes, e que principalmente trazem muita emoção com a síntese passada. E na estreia da semana, "Enquanto Estivermos Juntos" vemos a história real do cantor cristão Jeremy Camp com uma pegada musical gostosa de ver, uma história bem trabalhada cheia de boas dinâmicas, e principalmente um romance envolvente e com um carisma tão bem colocado nos protagonistas (que inclusive possuíram uma química tão boa), que o resultado final não poderia ser outro senão o sorriso no rosto de alguns, e claro lágrimas em outros pela emoção passada, funcionando muito bem do começo ao fim, agradando demais por tudo, e diria até que quase sem erros. Ou seja, alguns até vão achar a trama teen demais, mas ela funciona tão bem passando a mensagem de acreditar tanto no amor da vida quanto no amor e poder de cura de Cristo, que tudo o que acabam errando é bem suprimido, e o resultado agrada demais.

O longa conta a história real de Jeremy Camp, famoso cantor de rock cristão e indicado ao Grammy. A obra deseja focar como a religião foi essencial para o artista superar dores de sua vida, principalmente quando sua esposa Melissa é vítima de câncer.

Os irmãos diretores Andrew e Jon Erwin são conhecidos por diversos outros longas religiosos, e tem acertado a mão nas adaptações de histórias dos cantores religiosos, e se em 2018 foram muito bem com "Eu Só Posso Imaginar" contando a história de Bart Millard vocalista da banda MercyMe, agora  adaptando aqui a história de Jeremy Camp foram bem coesos nas escolhas, souberam segurar bem o envolvimento religioso novamente sem ser apelativo, e principalmente passando muita emoção, pois o filme tem toda a pegada que necessita para envolver do começo ao fim, e conta uma bela história tocando o coração seja de alguém religioso, de alguém que acredita num amor de conto de fadas, ou até mesmo quem gosta apenas de um bom romance, sendo certeiros no estilo escolhido e não pecando por falta de boas músicas, ao ponto que colocaram até o ator para cantar e o acerto acabou sendo bem trabalhado, pois inicialmente acreditei até ser uma voz falsa, mas depois o jovem soltou melhor e mostrou uma boa capacidade para tudo. Ou seja, uma perfeita harmonia entre canções, romance, religião e claro boa história, que vai agradar quem for disposto a conferir.

Diria que a escolha do elenco foi muito precisa, pois todos conseguiram passar uma certa verdade nos olhares e sentimentos, além claro de boas expressões e químicas entre si para convencer o público do que estavam mostrando, e mesmo o jovem ator não parecendo nada com o verdadeiro Jeremy Camp, o acerto foi bem bom para claro chamar um público mais teen cativo do ator. Dito isso, K.J. Apa mostrou algo que quem confere séries sabe que ele tem potencial cantando também, e de início confesso que achei que tivesse alguém dublando ele nos momentos das canções, mas não, o ator botou o gogó para jogo e entregou muita personalidade com seu Jeremy, seja cantando ou envolvendo nos atos mais românticos, passando até um ar de fé bem grande nos atos que foram precisos, e que com uma boa expressividade chamou a responsabilidade para si, e acertou na medida para fazer o personagem. Britt Robertson também foi muito bem com sua Melissa, ao ponto que a atriz se mostrou segura nas expressões tanto de paixão quanto de dor, fazendo atos bem duros, cortando seu cabelão (apesar de ter ficado linda também com ele curtinho!), e que vem mostrando um crescimento tão forte nas últimas atuações que logo mais deve estar brilhando em papeis maiores, ou seja, a garotinha meio que jogada de "Tomorrowland" já ficou bem longe do que anda fazendo agora. Quanto aos demais, cada um se entregou pelo menos um pouco, dando conselhos, fazendo conexões para os protagonistas, e acertando bem nos encaixes, ao ponto que vale destacar Nathan Parsons com seu Jean-Luc cheio de facetas (que inclusive achei ser realmente o vocalista da banda The Kry por não conhecer a banda e o ator mandar muito bem no estilão) e claro Gary Sinise com os momentos mais próximos do filho com um ar bem envolvente bem colocado, dando um bom tom para seu Tom, já os outros praticamente não reconheci Shania Twain com sua Teri, pois está muito diferente, e também não chamou tanta atenção na trama, além de não ter sua música tradicional de casamento fora da cena do casório.

Visualmente o longa teve momentos bem marcantes, com cenas em estúdios de gravação, em dormitórios estudantis, em muitos shows, e claro em um hospital, ao ponto que em cada um dos locais a equipe de arte foi bem direta e trabalhou com elementos cênicos marcantes para que cada ato fosse preciso e envolvente, desde os violões do protagonista, até o diário da protagonista sempre junto dela, que depois acabam sendo bem importantes para o fechamento do filme, ou seja, tudo é bem utilizado, e que junto de uma equipe de fotografia precisa nas iluminações coerentes cheias de sombras e contraluzes incríveis deram o tom correto e emocionante para a produção.

Claro que sendo um filme musical, a trilha sonora foi marcante e emocionante, ao ponto que não conhecia as canções de Jeremy Camp, mas que gostei bastante do que ouvi, e claro que lendo as letras ainda mostram algo muito a mais para cada momento do filme, ou seja, vale muito a conferida, e deixo aqui o link para isso.

Enfim, é daqueles filmes que é difícil não se emocionar e se envolver com o que é mostrado, ao ponto que mesmo tendo leves falhas de propostas, como alguns exageros tradicionais do estilo religioso, e claro o famoso romance de conto de fadas de pessoas bonitas que se apaixonam loucamente no primeiro olhar, o resultado acaba empolgando bastante e valendo muito a recomendação para que todos que possuem alguma fé, ou até mesmo a quebra dela por algum motivo possa pensar um pouco mais com o que é mostrado, além claro de ser um bom romance também, então vale para quem não for conferir com algum propósito religioso. Bem é isso pessoal, fico por aqui hoje, mas volto amanhã com mais longas do Festival Varilux, então abraços e até logo mais.


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