Os Fabelmans (The Fabelmans)

1/13/2023 11:31:00 PM |

Sempre falo para todos irem conferir os filmes sem expectativas para não ter influência no que vai ser entregue, e o que acontece, lá foi o Coelho cheio de expectativas emocionais conferir "Os Fabelmans", e mesmo sendo um filme incrível para todo amante da sétima arte, acabei não saindo deslumbrado como imaginava que sairia, e não pôr o filme ter falhas ou não condizer com a toda a história do jovem Steven (ou melhor Sam), mas sim por esperar demais dele, e ser entregue algo correto, que é lindo de ver, que traz tudo o que sempre ouvimos de nossos familiares quando falam que ir conferir um filme é um hobby, fazer um filme mais hobby, e tudo mais que envolva as profissões artísticas que são chamadas de hobby pelos demais. Claro a grande base fica na relação familiar conflituosa, na desenvoltura de um jovem judeu que sofre bullying dos demais, mas vemos o olhar do garoto desde o primeiro dia no cinema até seu primeiro dia num estúdio realmente todo feliz após conhecer um grande nome, e isso é exatamente o que faz valer o filme para todo amante do cinema, ver o seu brilho se tornando realidade, e isso não tem preço. Antes da sessão onde conferi teve um depoimento do diretor Steven Spielberg que não sei se está passando em todas as sessões, mas o que ele diz em suma é um obrigado por ir conferir seu projeto mais pessoal numa sala de cinema, aonde a magia te conquista realmente, e toda a trama se desenvolve bem com isso, com os vários filmes do protagonista, com toda a conexão que tem com a mãe, mesmo descobrindo algo não tão bom de se descobrir, e o fluxo funciona bem, levando a arte e o fazer arte para o horizonte e além.

A sinopse nos conta que o jovem Sammy Fabelman crescendo no Arizona pós-Segunda Guerra Mundial, se apaixona por filmes depois que seus pais o levam para ver "O Maior Espetáculo da Terra". Armado com uma câmera, Sammy começa a fazer seus próprios filmes em casa, para o deleite de sua mãe solidária. Porém, quando o jovem descobre um segredo de família devastador, ele decide explorar como o poder dos filmes nos ajuda a ver a verdade uns sobre os outros - e sobre nós mesmos. Os Fabelmans é uma história vagamente baseada na própria infância do diretor Steven Spielberg, com um jovem aspirante a cineasta no centro da história.

Embora Steven Spielberg não afirme 100% ser sua história na tela do filme, temos muitas coisas em comum com quem já leu sobre ele, e o mais raro que temos é alguém roteirizar e dirigir a sua própria biografia, então a sacada de mudar personagens, colocar outros elementos, e assim fantasiar um pouco tudo para que ficasse mais emocional e conectasse talvez com a história de muitos jovens que fazem realmente o cinema acontecer deu muito certo, pois não tem quem assista ao filme e não se conecte com algo, e ele soube trabalhar elos práticos para mostrar a fantasia para o público, como é encantar e surpreender com algo, como eram feitos os efeitos especiais antigamente, e embasa tudo num relacionamento familiar aparentemente perfeito se ocultado as coisas que fariam mal para a família em si. Ou seja, ele pegou algo que poderia ser considerado até simples demais e deu um ganho tamanho que chega a ser difícil imaginar não levar vários prêmios, pois ele toca exatamente na ferida de todo crítico de arte que é o desejo oprimido de seguir carreira fazendo filmes, o olhar das pessoas em não acreditar que sua profissão dê certo e tudo mais nessa briga temática, mas que felizmente uma parte não sobrepõe a outra, e assim o longa comove, funciona, e mostra o motivo de Spielberg ser sempre o nome que qualquer pessoa pensa quando se fala cite o nome de um diretor, pois ele é perfeito no que faz.

Sobre as atuações tenho de começar pelo garotinho Mateo Zoryan que foi muito gracioso e seu olhar viciante em cima encanta demais, de modo que seu Sam é apaixonado pelo que vê na telona e pelo que consegue fazer depois, mas fica pouco em cena, pois logo assume Gabriel Labelle e esse botou a banca como um jovem cineasta destemido, fazendo diversos tipos de filmagens, sofrendo alguns abalos psicológicos e bullyings com a religião, trabalhando trejeitos e dinâmicas bem colocadas, de forma que agrada demais e chama muita atenção, sendo realmente o protagonista da história e cadenciando o filme como deve acontecer, ou seja, foi preciso e marcou presença. Michelle Williams sempre entrega atos bem marcados nos filmes que faz, e aqui sua Mitzi até acaba sendo um pouco exagerada demais, mas tem uma liberdade cênica muito envolvente e chamativa, de forma que acabamos nos conectando bem com sua personalidade. Agora assustadoramente foi ler nos créditos que o pai do garoto é o Paul Dano, pois aparentava ser um ator bem mais velho, e aqui ele trabalhou tão bem a personalidade de seu Burt que convence no que faz, tem uma paixão gigante pela esposa e dá bons elos para o filme, mas faltou ir além nas conexões com o garoto protagonista, pois teve algumas dinâmicas meio que artificiais ali. Tivemos ainda boas cenas de Seth Rogen com seu Bennie bem piadista e com fluxos mais fechados, tivemos a garota Chloe East divertidíssima com sua Mônica como uma religiosa fervorosa e bem explosiva, e até atos bem impostos pelos garotos da escola, mas sem dúvida valeram bem mais as duas pequenas participações do filme com Judd Hirsch fazendo um tio que fugiu da família para o circo e para o cinema, dando ainda mais vontades para o garoto, e claro o fechamento do filme com o diretor David Lynch interpretando a lenda do cinema John Ford bem rápido, mas brilhantemente feito.

Visualmente o longa é mágico, e entrega muito da magia do cinema com o garotinho indo pela primeira vez num cinema, vemos ele aprendendo a filmar sua cena predileta, depois vários pequenos filmes com as irmãs de protagonista, depois mais jovem fazendo filmes com os amigos escoteiros entre eles alguns bem interessantes de velho-oeste, de guerra com uma imponência monstruosa, e claro vários vídeos caseiros em acampamentos aonde tudo vira a chave, temos uma casa bem trabalhada nos detalhes e uma nova mudança de cidade, aonde temos uma escola bem colocada, um filme de praia com gravações incríveis, a casa da namoradinha e o baile, ou seja, tudo muito simbólico para fechar num estúdio de cinema que se o diretor quiser pode fazer uma continuação mostrando todos seus icônicos trabalhos, filmes e prêmios, mas aí vai ser outro trabalho para a equipe de arte, que aqui foi bem direcionada e conseguiu chamar atenção com o que devia.

Enfim, é um filmaço incrível que consegue emocionar bem, mas como disse fui esperando um algo a mais dele, então para mim acabou pesando um pouco, mas ainda assim é lindíssimo e recomendo sem dúvida para todos que amam o cinema em si, e querem conhecer um pouco mais da história do jovem Spielberg antes de virar diretor de cinema realmente, e só isso já faz valer o ingresso, só não diria ser o melhor filme do ano passado como já começou levando as premiações, que como disse o acerto foi no público alvo, então veremos o que vai rolar nas demais. E é isso meus amigos, fico por aqui hoje, mas volto em breve com mais textos, então abraços e até logo mais.


2 comentários:

Anônimo disse...

Que filme chato, chaterrriimoooooo, meloso demorado. A Mãe o Pai parecem tudo plastificados. Nem consegui chegar ao final, alias a melhor invenção são os controles remotos que vc avança e avança até não suportar mais e vai pro final. André

Fernando Coelho disse...

kkkkkk... oloko André... é a história do mestre Spielberg... mas concordo que os pais são ruins! Abraços!

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