Me Chama Que Eu Vou

1/08/2023 03:59:00 PM |

Conferir o documentário "Me Chama Que Eu Vou" sobre a vida de Sidney Magal é praticamente viajar pelos anos 70, 80 e 90, pois mais do que apenas um cantor, ele marcou a época com suas canções, foi adorado pelas mulheres e sempre esteve em pauta nos programas de entrevistas, de modo que o longa conseguiu trabalhar bem seu material e entregar para o público as canções icônicas que marcaram a época, suas roupas extravagantes e suas danças icônicas, bem como todas as desenvolturas e curiosidades que teve durante sua vida. Ou seja, é quase uma sessão de contos de causos pelo protagonista, ao abrir seu armário de memórias guardadas aonde vai criando uma narrativa bem bacana e interessante que prende o espectador, e isso é algo que funcionou bem no documentário quase que 100% narrado pelo protagonista, em algo gráfico bem pautado e que envolve por não ser linear, mas sim por ter estilo como ele, e que brincando nos leva nessa sua saga completa.

O documentário mostra a trajetória dos 50 anos de carreira de Sidney Magal, narrado por Sidney Magalhães. Os momentos mais significativos da vida do cantor, dançarino, ator e dublador que se tornou um ícone da música popular brasileira. O homem por trás do ídolo, sob o ponto de vista dos próprios participantes da história.

Já havia elogiado muito a diretora Joana Mariani em seu primeiro longa "Todas as Canções de Amor", e aqui ela mostrou muita desenvoltura ao capturar bem toda a emoção de Sidney Magalhães contando a sua vida e a de seu personagem Sidney Magal, e sendo uma amiga do cantor desde que dirigiu ele no clipe de "Tenho", ela conseguiu desenvolver todo o símbolo sensual que o cantor tinha na juventude, todas as dinâmicas em cima de materiais de arquivo desde jornais, revistas, até shows em grandes programas, passando no meio pelos musicais, novelas, filmes e tudo mais, ao ponto que vamos nos afeiçoando ao homem Sidney e sua família que entra para alguns depoimentos como a esposa e o filho. E o mais bacana é que tudo tem uma boa síntese, toda história acaba sendo um causo bem contado, e toda a intimidade do cantor é determinante para o bom envolvimento que conseguiram passar, de modo que mesmo sendo um documentário em primeira pessoa, com apenas o protagonista falando sobre tudo, não cansa como acontece na maioria de longas desse estilo, e assim o resultado funciona bem e certamente deve estar sendo usado para o longa ficcional que estão gravando sobre a vida do cantor. Ou seja, a diretora soube extrair tudo com muita paixão e capturar um material rico e muito bem editado para um resultado único e bem feito.

Pode até ser que os fãs mais aficionados pelo cantor já até saibam de metade das coisas que aconteceu, mas o mais bacana de tudo é ir vendo como mostraram a evolução dele, suas vontades e dramas que passou, saber do elo musical com sua mãe, da carreira internacional bem antes da nacional, dos shows em churrascarias e restaurantes, de como conheceu, se apaixonou e conquistou a esposa Magali, seus planos de filhos, a época que mudou de gênero e não conseguiu sucesso, e claro sua volta ao estrelato com a lambada. Ou seja, é um filme completo que foi muito bem dirigido e teve uma edição premiada de Eduardo Gripa que soube dar dinâmica e conteúdo para tudo o que a diretora desejava ver na tela.

Enfim, é um filme bem feito, cheio de grandes nuances e que funciona bem dentro do propósito de mostrar quem foi e quem é Sidney Magal, juntando tudo o que o cantor tem em seu armário das recordações com muito material que a equipe preparou, fazendo um bom documentário que vale a pena ser conferido a partir do dia 12 de Janeiro nos cinemas, e que quem for fã certamente sairá da sessão cantando seus clássicos, então fica a dica, e eu fico por aqui agora deixando meus abraços para todos.


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