O Pior Vizinho do Mundo (A Man Called Otto)

1/28/2023 06:47:00 PM |

Costumo dizer que todo filme para ser considerado excelente precisa causar algo no público, e dessa forma posso colocar sem dúvida alguma o novo longa de Tom Hanks na lista de melhores do ano, pois "O Pior Vizinho do Mundo" é daqueles longas que criam um carisma tão grande no público que nos vemos conectados ao protagonista, à todas as suas ações e desenvolturas, nos vemos um pouco nos seus atos, e quando chegamos ao fim é só olhar pro lado da sessão e ver todo mundo enxugando os olhos, pois a emoção veio ao nível máximo. Ou seja, mesmo sendo uma refilmagem de um longa que chegou a concorrer ao Oscar de Melhor Filme Estrangeiro em 2017 pela Suécia, o diretor conseguiu imprimir algo tão bem trabalhado pelo ator que o filme ficou realmente parecendo ser seu e original, tendo situações comuns e bem atuais trabalhadas e que funcionaram incrivelmente bem para trazer o resultado para todos, só sendo uma pena que a inscrição dele deva ficar para os prêmios do ano que vem, e assim sendo lançado agora em janeiro muitos irão esquecer dele na hora de votar, mas facilmente entraria em muitas categorias pelo que foi entregue.

O longa conta a história de Otto Anderson, um viúvo rabugento que é muito apegado ao modo de vida que estabeleceu para si. Quando uma família jovem e cheia de vida se muda para a casa em frente a sua, ele conhece a esperta e extremamente grávida Marisol, e eles desenvolvem uma amizade improvável que vai virar seu mundo de cabeça pra baixo. Viva uma divertida e calorosa história sobre como algumas famílias podem se formar em lugares onde menos esperamos.

Chega a ser até engraçado como o diretor Marc Forster oscila bem entre os gêneros, pois está fazendo um filme de guerra, pega outro meio que de terror, passa por um infantil e quando vemos está nos entregando um drama cômico do melhor estilo possível, e com tanto envolvimento e estilo ele não joga apenas algo abstrato na tela, mas sim algo com muito sentido, com situações que muitos podem achar exageradas, mas não são, pois temos muitas pessoas com essa nuance toda de Otto, que reclamam de tudo e que muitas vezes mesmo reclamando ajudam mais do que os bonzinhos com tudo. Ou seja, o diretor pegou a história do livro, juntou com a trama do longa sueco que foi o filme estrangeiro mais assistido nos EUA em 2016, colocou algumas situações mais atuais e pronto, o resultado acabou único, envolvente, emocional e perfeito, de tal forma que é difícil enxergar algo que incomode ou dê para reclamar, fazendo tudo o que precisava em poucos gestos bem encontrados.

Sobre as atuações, a escolha do protagonista foi mais do que certeira, pois a equipe quando começou a escrever a adaptação tinha outro nome em mente, mas com Tom Hanks o personagem de Otto foi para outro nível, sendo emocional e rabugento na mesma medida, trabalhando trejeitos gostosos e falas ácidas com a mesma síntese, e principalmente chamando sempre a responsabilidade cênica que é uma característica sua para a maioria dos atos conseguiu ir muito além do que se pensava ser possível com o filme, fora o detalhe que a produção acertou demais em dar para seu filho o papel dele jovem, então Truman Hanks conseguiu chamar muita atenção nas lembranças do protagonista de como chegou ali na sua vida. Ainda tivemos muitos bons atos com Mariana Treviño com sua Marisol explosiva, cheia de sensibilidade e com um bom carisma para conectar perfeitamente ao protagonista, tivemos Rachel Keller fazendo situações bem impactantes como a esposa do protagonista em cenas bem encaixadas, e até mesmo Mack Bayda e Cameron Britton conseguiram chamar atenção com seus Malcolm e Jimmy, conquistando o protagonista nos atos certos, além de outros que tiveram cenas menores, mas não menos expressivas, isso sem esquecer das garotinhas Christiana Montoya e Alessandra Perez que foram bem graciosas.

Visualmente a trama foi bem simples e correta, tendo um pequeno condomínio de casas bem iguaizinhas aonde o protagonista dita as regras e faz sua ronda diária para ver se todos estão cumprindo com elas, temos os vários atos de tentativa de suicídio fracassadas por alguma desenvoltura mal preparada, vemos todo a conexão com a família mexicana tanto pela comida como pelos lutadores, tivemos todos os atos simbólicos bem marcados da forma que o protagonista conheceu a esposa no trem, colocando a moeda de 25 centavos em evidência, e claro entrando quase como um personagem do filme, o gatinho que acaba sendo acolhido por todos ali, ou seja, é um filme sem grandes impactos cênicos, mas que funciona bem dentro do contexto que precisava.

Enfim é um filme que me tocou muito (talvez por eu ser meio semelhante ao personagem principal em alguns quesitos ou não), e que conseguiu ter estilo dentro de uma proposta envolvente e emocionante, tendo sua base bem encaixada em vários momentos, e conseguindo chamar muita atenção, valendo demais a conferida para quem gosta de um drama cômico muito bem atuado e dirigido que certamente vai fazer muitos derrubarem algumas lágrimas na sessão, então fica a dica, e eu fico por aqui agora, mas volto em breve com mais textos, então abraços e até logo mais.

PS: Até pensei em não dar a nota máxima para o filme, talvez por ser simples demais, mas o filme me emocionou tanto que resolvi deixar com a nota completa, diria que se tivesse notas quebradas seria um 9,5.


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