Gato de Botas 2 - O Último Pedido em 3D (Puss in Boots: The Last Wish)

1/02/2023 01:06:00 AM |

Se o primeiro filme do gato lendário me surpreendeu demais com histórias, desenvolturas e muitos elos divertidos, nessa sua nova jornada diria que faltou um pouco de vontade dos diretores e roteiristas para entregar algo que cativasse mais o público, de modo que "Gato de Botas 2 - O Último Pedido" acaba sendo uma trama com muito movimento, lutas, corridas, bagunças e vários personagens, alguns até bem fofos e outros meio que jogados na tela, mas seu miolo não se desenvolve tanto como deveria, e ao ponto que ficou parecendo algum preparativo para um terceiro filme ou mais uma trama de Shrek, já que o final do longa dá ensejo para esse último momento. Ou seja, não digo que seja algo ruim, pelo contrário tem momentos icônicos bem divertidos que fazem o público gargalhar na sala, mas faltou um algo a mais na história para que ela não ficasse tão simples de contexto, o que acaba cansando quem for esperando algo dele.

No longa o Gato de Botas descobre que sua paixão pela aventura cobrou seu preço: por conta de seu gosto pelo perigo e pelo desrespeito à segurança pessoal, ele queimou oito de suas nove vidas. Com apenas uma vida restante, o Gato precisa pedir ajuda para uma antiga parceira - que atualmente é sua rival e inimiga mortal, Kitty Pata Mansa - para continuar vivo. Então, o destemido bichano parte em uma jornada épica pela Floresta Negra para encontrar a mítica Estrela dos Desejos, capaz de proporcionar o legendário Último Desejo e restaurar suas nove vidas.

Se passaram 11 anos desde que vimos o filme solo do Gato de Botas, e lá o diretor Chris Miller vinha com a bagagem do último Shrek sabendo bem o que desejava fazer com o gatinho famoso, e aqui ficou parecendo que Joel Crawford recebeu uma encomenda e sem conhecer muito a base da trama fez algo corrido, sem praticamente apresentar os personagens, jogando tudo na tela de forma que digeríssemos tudo de uma forma mais fechada e sem grandes atos marcantes, ou seja, vemos um filme que tem boas sacadas, tem músicas e personagens viciantes, mas que provavelmente amanhã já nem lembraremos do que a história desenvolveu, o que não aconteceu no passado, pois até hoje lembramos de tudo seja de qualquer um dos filmes do Shrek ou até mesmo das cenas do Gato com o ovo dourado no filme dele, e isso é algo que poucos diretores sabem como criar que é a representação de uma boa história que fixe no público. Volto a falar que o filme aqui entregue não é ruim, apenas demoraram demais para fazer uma continuação, e não se preocuparam em segurar o carisma para outros filmes, sendo algo simples demais para um personagem que é complexo.

Quanto dos personagens, é bem bacana ver todo o ego lá em cima do Gato de Botas e sua decadência quando vai para a casa cheia de gatos, ao ponto que a voz de Alexandre Moreno combinou demais com toda a personalidade, foi cheia de nuances e certamente não desapontou em nada do que Antonio Banderas fez na versão original, ao ponto que diverte bem, cria bons tons, e o personagem tem as devidas oscilações que o filme pede, passando desde atos memoráveis, toda uma decadência bem trabalhada, atos de medo e tudo mais, ou seja, o personagem faz o filme dele, e agrada com as vozes escolhidas. Embora tenha sido colocado como alívio cômico, Perrito ficou bem colocado nos atos, teve um bom envolvimento e chamou várias cenas para si, ao ponto que poderiam ter usado mais os elos emocionais dele, pois o personagem tinha carisma para isso, e foi muito bem dublado na versão nacional por Marcos Veras que deu um tom meio maluco para o personagem, e que acabou funcionando. Já tínhamos visto muitos aos de Kitty Pata Mansa no primeiro filme, e aqui a personagem teve alguns bons atos também, mas usada meio como personagem secundário, o que não chama tanta atenção, mas Miriam Ficher deu bons tons de vozes para ela, agradando com estilo. O personagem do lobo da morte foi dublado na versão original pelo brasileiro Wagner Moura, que tem uma voz rouca bem puxada e certamente deve ter dado um tom a mais para o papel, mas na versão nacional veio com a voz de Sérgio Moreno, que também foi bem, mas era esperado que Wagner fizesse seu papel nas duas versões, pois funcionaria mais, e quanto do personagem, pode ser que ele assuste os menorzinhos na sessão, já que é bem intenso de atitudes. Ainda tivemos bons momentos com a família de ursos e a Cachinhos Dourados que é dublada por Giovanna Ewbank, e um gigante maluco colecionador de objetos mágicos que deu um bom vilão para a trama, mas nada que surpreenda muito.

Quanto do visual, tivemos atos com bons desenhos, paisagens interessantes e muitas cores para fazer com que os pequenos entrem no clima da trama, além de muitas cenas com atos dinâmicos e todo um contexto funcional para o resultado, porém tivemos alguns atos estranhos, aonde tudo pareceu meio que com desenhos rabiscados, com elementos cênicos não tão chamativos, e isso pesou um pouco a mão, mas não atrapalhou, apenas diria que o ritmo foi muito oscilante, com atos rápidos demais e outros lentos em excesso, o que não fez o clima funcionar tanto. Quanto do 3D, posso dizer fácil que quem ficou sem os óculos não se incomodou com nada borrado na tela, pois dá para contar nos dedos de uma mão a quantidade de cenas com efeitos funcionais na tecnologia, ou seja, quem não quiser gastar a mais pode ir tranquilamente nas sessões 2D que vai ver o mesmo filme.

Enfim, é um bom filme, mas bem simples e bobinho, que tem alguns motes emocionais, mas que não são tão aprofundados, usando algumas bases familiares e também todo o elo do ego/lenda que o gato tem, então levem os pequenos e se divirtam, só não vá esperando ver algo melhor que o longa de 2012, pois lá sim foi algo muito bacana e divertido de ver. E é isso meus amigos, eu fico por aqui hoje, mas volto em breve com mais textos, então abraços e até logo mais.


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