Resident Evil - Bem-Vindo à Raccoon City (Resident Evil - Welcome tô Raccoon City)

12/04/2021 06:22:00 PM |

Confesso que estava bem receoso quanto ao novo filme "Resident Evil - Bem-Vindo à Raccoon City", pois já tivemos tantos outros que um recomeço agora seria até bem estranho, ainda mais com todo esse lance de vírus que estamos vivendo, mas como joguei muito na adolescência e curtia demais os sustos que o jogo dava, sempre é bom reviver a época boa que não precisava pagar boletos!! Então eis que fui conferir sem esperar muita coisa, ou melhor, esperava ver coisas que me remetesse aos primeiros jogos, e foi exatamente isso que vi na tela, me deixando bem feliz com o resultado dos personagens, dos monstros/zumbis, e claro de todo o visual misterioso/abandonado da cidade, e nesse quesito capricharam bastante em elementos cênicos, criaram uma certa tensão e trabalharam algo bem rápido e interativo, ao ponto que vemos toda a intensidade dos atos, porém ficou faltando muita coisa para funcionar como um filme realmente, tipo falar um pouco mais da Umbrella, falar o que faziam realmente na farmacêutica, e criará as situações, afinal os personagens da cidade pareciam apenas estar ali e pronto, tudo acaba ocorrendo e seja feliz, exatamente como eram os jogos antigamente que não tinham tanta história como acontece atualmente. Ou seja, é uma jogada bem trabalhada de quase duas horas, mas que poderiam ter melhorado muitas coisas para ser uma obra completa, e que sendo um recomeço de tudo, veremos no que vai dar daqui para frente.

O filme nos conta que quando a próspera empresa farmacêutica Umbrella atuava em Raccoon City tudo ia bem, mas agora que foi embora deixou nada mais do que uma cidade fantasma. O êxodo da empresa deixou a cidade cheia de perigos ainda a serem descobertos. Mas quando o mal é liberado, a população local é ameaçada e apenas um grupo de sobreviventes sobraram para descobrir o mal que se esconde na cidade e na antiga Umbrella para sobreviver a noite.

Diria que o diretor e roteirista Johannes Roberts trabalhou bem na forma de retratar o jogo para a telona, pois com sua experiência em filmes de terror soube conduzir uma trama cheia de tensão e momentos fortes que são bem clássicos do jogo, trabalhando o clima, o ambiente e toda a estética em si, porém ele esqueceu duas coisas principais, a de contar um pouco mais de história e agradar aos fãs novos da franquia que jogam jogos muito mais trabalhados que necessitam de uma intensidade mais forte. Ou seja, a galera que jogou nos anos 90/2000 vai curtir bem a essência do longa, mas a galera da nova franquia vai só ver defeitos, e isso é ruim para um filme, e sendo assim digo que faltou explosão para a trama, pois o pessoal até verá bem os elementos que desejavam na tela, mas não irão ver um filme de terror e tensão mesmo de grandiosas qualidades que esperavam para a franquia RE.

Sobre as atuações, diria que o novo elenco soube encontrar boas emoções para representarem Claire, Leon e companhia na tela, ao ponto que muitos gostam desses personagens do jogo, enquanto muitos preferem outros, mas seus trejeitos foram bem colocados ao menos. Kaya Scodelario trabalhou sua Claire com uma pegada até que forte e rebelde, mostrando atitude e desenvoltura para o papel, ao ponto que toda a síntese da personagem é mostrada no orfanato, sua fuga e tudo mais, mas poderiam ter dado mais cenas para ela, para que não ficasse tão subjetiva na maior parte do tempo. O mesmo acabou acontecendo com Robbie Amell com seu Chris, tanto que no miolo já estamos até confundido ele com outro personagem que tem mais importância na tela, ou seja, ele não se entrega e nem quase aparece, o que é ruim. E falando do outro personagem, Tom Hopper foi bem imponente com seu Wesker e jogou muito com estilo, fez as clássicas jogadas usando o pad, e fez toda a pinta de durão que o papel pedia, mas também podia ter ido além. Quanto do Leon vivido por Avan Jogia, deram um ar muito jogado, de filhinho de papai que só está na polícia por indicação e não sabe fazer nada direito, ao ponto que não vemos alguém pronto para atacar os zumbis, e isso acabou ficando meio estranho de ver. Quanto aos demais, vale falar de Hannah Jonh-Kamen com uma Jill bem imponente, que parte para cima de tudo, e Neal McDonough com seu Birkin nem tanto pelas cenas do médico em si, mas sim pelo que vira no final.

Como disse o filme em si vale pelo visual e pelos elementos clássicos do jogo que foram trabalhados e bem representados no longa, ao ponto que tudo vale ser notado para lembrar da época que jogávamos bastante o game, porém poderiam ter caprichado um pouco mais nos efeitos especiais para que o filme causasse mais tensão, tivesse melhores explosões e até parecesse algo mais dos anos atuais de qualidade técnica, pois usaram tantas texturas antigas que ficou parecendo um filme feito nos anos 90, e não era essa a proposta.

Enfim, não é um filme memorável que vamos lembrar pelas técnicas cinematográficas da melhor qualidade, ou por uma representação perfeita do jogo, e por esse motivo os críticos estão massacrando o longa mundo afora, mas quem entrar de cabeça na trama, lembrar de como era o jogo na época, e vivenciar cada um dos elementos bem representados no filme vai acabar curtindo bastante, e assim sendo eu acabo até recomendando ele. Bem é isso meus amigos, eu fico por aqui agora, mas hoje ainda volto com mais dois longas, então abraços e até logo mais.

0 comentários:

Postar um comentário

Obrigado por comentar em meu site... desde já agradeço por ler minhas críticas...