Netflix - A Mão de Deus (È Stata La Mano Di Dio) (The Hand Of God)

12/17/2021 12:13:00 AM |

Confesso que não sou um extremo fã da escola de cinema italiana, pois suas comédias são bem exageradas e seus dramas geralmente são bem cansativos, mas ainda assim confiro os longas que surgem, afinal se dá para ver, vamos lá. Dito isso, hoje vi que entrou em cartaz na Netflix o filme "A Mão de Deus", que levou vários prêmios no Festival de Veneza e já foi indicado tanto ao Critics Choice quanto ao Globo de Ouro de Melhor Filme Estrangeiro, então induzi que certamente era algo bem interessante e cheio de nuances, mas o resultado da trama é tão cansativo e monótono que por bem pouco não dormi conferindo a trama, pois até temos alguns atos interessantes sobre o desenvolvimento do garoto que aparentemente é a representação da juventude do diretor Paolo Sorrentino, mas não convence quem gosta de um pouco mais de dinâmica, ao ponto que tudo cansa, tudo parece forçado e se a juventude do rapaz foi dessa forma foi chata demais, e não chega a valer a conferida nem para quem é fã de filmes de festivais.

O longa conta a história do garoto Fabietto Schisa. Ambientada na tumultuada Nápoles da década de 1980, a trama é uma narrativa repleta de alegrias inesperadas, como a chegada da lenda do futebol Diego Maradona. Mas também não faltam tragédias. O destino faz a sua parte, misturando alegrias e tristezas, e o futuro de Fabietto está em jogo.

Conheço poucos filmes do diretor Paolo Sorrentino, mas como já disse outras vezes contar sua própria história ou adaptar algo parecido com ela é algo muito difícil de funcionar, afinal o ego vai lá em cima, tudo passa a ser um floreio que para você é bem explicado, mas para muitos não, e assim acaba sendo necessário entrar completamente no clima para curtir o que ele nos apresenta aqui, pois todo o sentido da trama tem uma figuração maior de pensamentos, tem um ar filosófico, tem toda a essência da juventude mais contida e retraída, e conforme tudo é mostrado até soa um certo ar bonito de ver, mas volto no ponto que falei no começo, é tudo muito lento e cansativo, tudo é monótono e abstrato, e assim mesmo com uma família bagunçada que muitos podem até enxergar um pouco como a sua, o resultado não vai muito além, sendo o clássico filme que só os críticos de arte amam, e o restante pula bem antes da metade, pois com 130 minutos, algo impactante mesmo só vai rolar perto dos 70 minutos.

Quanto das atuações, Filippo Scotti até trabalhou bem o ar pensativo meio deprimido meio confuso de Fabietto, não ousando muito, mas entregando personalidade ao menos, e assim até que consegue fazer com que o foco da trama ficasse todo nele, o que é ruim nesse caso, pois seu personagem é chato e outros chamariam mais atenção, dariam mais dinâmicas, e tudo mais, ou seja, é o famoso caso que torcemos para o protagonista sair de cena logo, o que não acontece. Quanto os demais, como aparecem pouco dando as conexões diferentes de mundo para o protagonista, diria que da família mesmo do garoto só é interessante de ver a loucura da tia Patrizia, vivida por Luisa Ranieri, mas mais por sua beleza corporal do que realmente pela atuação em si, e assim como o jovem tá bem no auge da adolescência é claro que ela vira sua musa, ainda tivemos cenas intensas com o traficante Armando vivido por Biagio Manna, que mostra a vida mais agitada e diferente para o garoto, e claro a Baronesa pelo ato mais chocante de ver acontecer aonde Betty Pedrazzi se entrega muito bem em cena.

Visualmente o longa até tem atos bem bonitos em Nápoles, mostra alguns jogos clássicos de Maradona, o fanatismo das pessoas vendo os jogos em varandas muito bem representado, temos carros dos anos 80 bem marcantes, a famosa TV com controle a cabo de vassoura, o simbolismo bem representado das filmagens da época referenciando a Fellini, mas mostrando outros diretores, colocando em pauta o teatro, as coisas bizarras dos almoços de famílias gigantes e tudo mais que certamente foi representativo para o diretor em sua juventude.
 
Enfim, é um filme com uma proposta até que boa, mas que falha no ritmo, entrega um estilo que só quem mudar de ar completamente vai acabar gostando e que infelizmente mais cansa do que agrada por completo, ao ponto que não dá para recomendar ele para ninguém. Sendo assim amanhã encaro algum outro filme melhor e volto aqui com um novo texto, então abraços e até logo mais.


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