Netflix - País da Violência (Assassination Nation)

4/22/2021 12:34:00 AM |

Bem sabemos que tudo o que fazemos na internet que aparentemente é seguro mesmo com os devidos cadeados nos links e tudo mais está aberto para invasões e divulgações de dados, ou seja, se você faz algo errado em determinado momento isso pode se voltar contra você, e bem sabemos também que os EUA é famoso pela quantidade de armas e pessoas que acham que podem resolver tudo na força, então usando dessas duas hipóteses o que aconteceria se todos os dados de uma cidade pequena inteira fosse divulgado com as bagunças que cada um faz nos seus devidos telefones? Se você não imagina, confira o longa "País da Violência, que entrou em cartaz hoje na Netflix, que além de tudo isso é jogado uma inverdade para os lobos famintos que acabam surtando ainda mais com tudo. Ou seja, é um filme-denúncia que até tem o seu propósito de mostrar tanto que não devemos usar tanto a tecnologia (principalmente para coisas erradas como de ordem sexual que muitos usam), pois a qualquer momento isso pode vazar, e num segundo momento que violência gera violência, seja ela com armas ou apenas com palavras, e que num momento de loucura ninguém segura ninguém. Porém como todo filme-denúncia, mesmo usando ficção é necessário criar todos os vértices necessários para segurar também o público e envolver também, e isso não foi feito com uma segurança suficiente pelo diretor, ao ponto que pareceu algo mais bagunçado do que realmente um filme envolvente, mas ainda assim é algo que dá para assistir e funcionar no âmbito total.

A sinopse nos conta que depois que um hacker expõe os segredos da cidade totalmente americana de Salem, o caos desce e quatro garotas devem lutar para sobreviver, enquanto lidam com o hackeamento delas mesmas.

Gostaria de entender realmente a cabeça do diretor e roteirista Sam Levinson, pois esse filme foi feito bem antes do seu grandioso lançamento de 2021 "Malcolm & Marie", mas não é possível enxergar qualquer semelhança entre os dois filmes ao ponto de compreendermos seu estilo, ao ponto que vemos aqui um filme até amplo de ideias para valorizar a sua vida, e fazer o que desejar sem precisar se preocupar com o que as pessoas achem, ao mesmo tempo que vemos que a super exposição de uma cidade inteiramente errada gera o caos. Porém a ideia do diretor até que foi boa dentro do que foi proposto, só necessitava criar mais vertentes, pois no final até vemos quem era o hacker e tudo mais (já dava pra induzir bem antes!), mas ficou como algo mais expositivo das ideias das garotas, e logo depois recai para o caos melhor mostrado, a trama acabou parecendo mais com "Uma Noite de Crime" do que com algo visceral realmente sendo passado, e assim não dá para compreender bem aonde o diretor desejava chegar.

Sobre as atuações diria que vale focar somente nos atos da jovem Odessa Young com sua Lily, pois todo o restante acaba fluindo e se jogando para cima dela, ao ponto que a atriz até foi bem encaixada na personagem, fez caras e bocas fortes, e manteve a postura completa para cima dos momentos mais fortes, porém faltou uma explosão maior para seus atos finais, que aí sim cairia para um lado de vingança, mas claro que como toda a ação gera uma reação, a jovem saiu atacando pela sobrevivência e se saiu bem no que fez, mesmo que não tenha uma expressividade forte de vingadora realmente. Quanto as demais garotas é melhor nem ir muito além, pois praticamente nenhuma fez grandes atuações, salvando raro destaque para Hari Nef com sua Bex nas cenas finais. E quanto dos homens da trama, vale um rápido destaque claro para Joel McHale com seu Nick, que de cara já dava para induzir ser o paizinho das conversas, e para Bill Skarsgård com seu Mark levemente forçado que sabemos que o ator sempre entrega.

Agora algo bem interessante na trama foi toda a produção visual, pois desde as festas simples com poucos personagens, aonde muita interação foi desenvolvida como um símbolo sensual por parte das protagonistas, e a equipe de arte trabalhou bem para representar tudo ali, mas quando entra na parte final com tiros e muito sangue pra todo lado não economizaram nenhuma gota, e desde a cena no banheiro com a protagonista lavada de sangue até no cabelo (sair de lá já sem nenhum foi uma falha, ok!) até todo o tiroteio na sequência mostrou que não estavam para brincadeira. Ou seja, uma arte tradicional de guerra realmente, muito bem feita e mostrando que armamento dando sopa vira confusão.

Enfim, não diria que é um filme ruim, pois tem bons momentos interessantes, e a proposta de denuncia funciona bem e mostra que isso facilmente poderia acontecer em qualquer cidade, mas como filme de entretenimento faltou algo a mais na ficção colocada, pois o longa parece um amontoado de situações aonde não criamos vínculo algum com nenhum personagem, e sendo assim diria que não é um longa que recomendo totalmente. Bem é isso pessoal, fico por aqui hoje, mas volto amanhã com mais textos, então abraços e até logo mais.



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