Os Pequenos Vestígios (The Little Things)

4/24/2021 04:42:00 PM |

Sabe quando você assiste a um filme inteiro bem intrigante e no final não sabe se ficou satisfeito com o resultado? Essa é a sensação que estou após conferir "Os Pequenos Vestígios", pois é daqueles filmes intensos que ficamos presos junto dos protagonistas tentando desvendar o crime, acusamos ao máximo o personagem que os detetives colocam como principal suspeito, e que a cada cena torcemos para que logo no final tudo seja explicado e estivéssemos certos das nossas dúvidas, porém terminam o longa de uma maneira frouxa que acaba nem impactando, nem sendo o que queríamos ver. Ou seja, passa bem longe de ser um filme ruim, pois tem um bom impacto e causa uma tensão completa do começo ao final, mas não conseguiu surpreender como poderia no final, e isso deu uma broxada gigantesca, daquelas que não dá para defender, e assim sendo o filme não nós faz vibrar.

A sinopse nos conta que o delegado adjunto do condado de Kern, Joe “Deke” Deacon (Denzel Washington), é enviado a Los Angeles para o que deveria ser uma rápida coleta de provas. Em vez disso, ele se envolve na busca por um assassino em série que está aterrorizando a cidade. À frente do caso, Jim Baxter (Rami Malek), delegado do Departamento de Polícia de Los Angeles, impressionado com os instintos de Deke, designa o policial, extraoficialmente, para ajudá-lo. Mas enquanto eles rastreiam o assassino, Baxter não sabe que a investigação está desenterrando ecos do passado de Deke, revelando segredos perturbadores que podem ameaçar mais do que seu caso.

O diretor e roteirista John Lee Hancock é conhecido por dramas imponentes como "Um Sonho Possível", "Walt nos Bastidores de Mary Poppins", "Fome de Poder" e "Estrada Sem Lei", e aqui nos entrega um bom longa investigativo daqueles que gostamos muito de ver, criando possibilidades, trabalhando o envolvimento forte tanto dos detetives, quanto do suspeito, e principalmente consegue amarrar toda a criatividade para não irmos para outro rumo, ao ponto que mesmo se o suspeito fosse provado inocente iríamos reclamar, porém toda a desenvoltura final não vai para um rumo bem marcado, ao ponto que até o novo detetive chega a falar o que queríamos ouvir, porém não como queríamos, e assim sendo ficou parecendo que o diretor não desejava um final óbvio, e ao inventar algumas possibilidades extras saiu de eixo, o que não é muito bom, porém ainda vemos bem o seu estilo, vemos uma tremenda investigação, e principalmente vemos o que fez com que o velho policial fez para ficar maluco, que no fim praticamente também deixa o detetive mais novo maluco também.

Sobre as atuações, é fato que o tremendo elenco fará vender ingressos, pois temos três grandes nomes que sabemos o potencial, e que raramente nos decepcionam, e Denzel Washington soube ser preciso com seu Deke, trazendo momentos introspectivos, criando surtos, e principalmente indo direto aonde o feeling do seu personagem determina, ao ponto que conseguimos criar um carisma forte no seu personagem, e toda a desenvoltura criada por ele nos convence demais, sendo o ator preciso que sempre gostamos de ver. Rami Malek trabalhou bem o seu Jim, sendo incisivo nos diversos momentos, criando teorias interessantes, porém vai precisar fazer um novo papel muito forte para apagar seu último personagem, afinal ainda está com muitos trejeitos que fez para seu Freddy Mercury, e assim sendo o resultado acaba impactando aqui também, e mesmo fazendo bem tudo, não o vemos como Jim, mas sim como um Freddy investigativo. Jared Leto precisou engordar bastante para fazer seu Albert, mas isso não atrapalhou nos seus famosos trejeitos indagativos para cima dos demais, de forma que nos deixa sempre confusos com cada ato, trabalha demais as diversas ironias, e principalmente brinca com o personagem com uma precisão incrível muito bem acertada, sendo irônico na medida certa tanto para desconfiarmos dele, quanto para o que pedia no papel. Quanto aos demais, praticamente não temos grandes momentos para chamar a atenção, afinal o longa se prende quase que por inteiro no trio principal, mas vale destacar Chris Bauer com seu Sal envolvido nos dois momentos da trama, e Michael Hyatt com sua Flo precisa na investigação e que descobrimos depois que também esteve bem envolvida com o caso antigo, mas nada de muito surpreendente.

Quanto do visual do longa, como todo bom filme investigativo temos mortes cheias de impacto, cadáveres cheios de detalhes, e claro locais de crime extremamente bagunçados para que os investigadores trabalhem e nós também tenhamos muito o que ficar olhando ao redor, além de muitos ambientes escuros, vários objetos cênicos intrigantes na casa do suspeito, e um fechamento num descampado bem interessante, ao ponto que tudo vale ser analisado, e certamente a equipe de arte pensou bastante em cada detalhe para que a trama funcionasse e chamasse atenção, só faltando realmente um final melhor.

Enfim, é um filme bem interessante e envolvente, que acaba decepcionando demais com um final não tão impactante quanto poderia ser, mas que quem gosta do estilo investigativo acabará se envolvendo bastante com toda a duração, verá bastante como as vezes os policiais exageram em suas teorias, e que talvez também acertem sem saber que acertaram. Ou seja, é um bom filme, mas que poderia ser excepcional se tivesse um final melhor. Bem é isso pessoal, fico por aqui agora, mas já vou aproveitar que vim no cinema para conferir a outra estreia de hoje também, então abraços e até logo mais.


0 comentários:

Postar um comentário

Obrigado por comentar em meu site... desde já agradeço por ler minhas críticas...