Armas em Jogo (Guns Akimbo)

10/27/2020 10:48:00 PM |

Ultimamente tem saído até que uma quantidade interessante de filmes que lembram jogos de videogame, da mesma forma que muitos jogos de videogame hoje estão parecendo cada vez mais filmes, e nessa briga quem acaba ganhando é quem gosta dos dois estilos, pois passamos a ver trabalhos cada vez mais cheios de tecnologia, que acabam criando insanidades visuais tão boas que acabamos entrando no clima mesmo que não curtindo muito toda a ideia, e nessa toada entrou em cartaz "Armas em Jogo", que inicialmente parece algo visualmente estranho, com ambientações escuras, pequenas telas com molduras, uma bagunça total em alta velocidade, sem muitas explicações diretas, porém conforme vai sobrando uma brecha na dinâmica corrida, vão nos entregando mais detalhes, colocando mais boas músicas, mais tiros e bizarrices, ao ponto que vamos adentrando a toda perspectiva mostrada, e o resultado é que passamos a torcer pelo protagonista no jogo que ele se encontra. Ou seja, é daqueles filmes que vemos um começo bizarro ir piorando na loucura, mas ficamos tão ligados em tudo, que passamos a curtir, e isso é muito bom, pois a proposta embora maluca, é boa, e por incrível que pareça tem potencial para ter continuações, e talvez até melhorar a insanidade para um nível talvez mais aceitável por todos. Não diria que é o melhor filme do gênero, mas entrega uma ação cômica tão boa, que nos vemos rindo de tudo e vibrando com o que acaba acontecendo, e assim sendo, quem for disposto a curtir e entrar no clima vai gostar bastante do que verá.

A sinopse nos conta que Miles se sente empacado em sua vida: seu emprego não tem futuro e ele continua apaixonado por sua ex-namorada. Um dia, ele se vê forçado a participar de uma perigosa competição realizada pela gangue Skizm. O torneio é transmitido online por um sombrio site e as pessoas da cidade se juntam para ver qual dos participantes consegue mais espectadores online. Ao descobrir que sua ex-namorada foi sequestrada por um grupo armado que participa da disputa, Miles decide deixar para trás seus medos e enfrentá-los.

Inicialmente até imaginei que o longa tivesse alguma ligação com algum jogo de videogame pela proposta toda, porém depois de ler um pouco vi que é uma trama original escrita e dirigida por Jason Lei Howden, que em seu segundo filme já mostrou a que veio, pois é uma tremenda produção, pesada, cheia de armas de grande calibre, tiros para todos os lados, uma desenvoltura bem ágil com uma proposta intensa, e principalmente uma história insana com fundamentos, afinal hoje sabemos bem que muitos jovens acabam entrando em streamings de jogos apenas para xingar e torcer para que algum jogador se lasque com o que está fazendo, e aqui mostra algo meio que impulsivo contra alguém desse estilo, e como ele acaba se virando após entrar no jogo também. Ou seja, o diretor foi certeiro na proposta, na dinâmica, e na forma desenvolvida de seu roteiro, agradando bastante pelo estilo mostrado, mas se tenho algo para criticar talvez seria o exagero de efeitos de videogame, que deixaram o filme meio que poluído visualmente, com bordas, com traquejos e tudo mais, que até tem um certo sentido, afinal mostram os espectadores vendo em computadores e celulares pequenos, mas ok isso no começo, depois ficou exagerado, ao ponto que uma trama menos suja agradaria visualmente muito mais. Dito isso, posso dizer que fiquei bem curioso por uma continuação, ou quem sabe uma nova trama original do diretor, pois mostrou serviço, e foi muito bem no que fez.

Sobre as atuações, acredito que Daniel Radcliffe já gastou tudo o que ganhou com seu Harry Potter, pois tem aparecido em tantos filmes que chega a ser até assustador, porém temos um detalhe, ele tem acertado a mão em todos os personagens, entregando sempre algo bem diferente, ao ponto de mostrar sua versatilidade e acerto de estilo, ou seja, aqui seu Miles é completamente desesperado no começo, cheio de percalços sem poder usar suas mãos, soando bem engraçado com tudo o que acaba fazendo, mas depois que entra no clima o jovem se joga completamente, e o resultado é algo que faz com que o espectador passe a torcer por ele, então mesmo fazendo tantos papeis ele tem mostrado um artista versátil bem encaixado e que tem ainda um bom futuro com papeis dinâmicos, o que é bom para tentar apagar sua imagem de Harry Potter. Samara Weaving também se entregou bem para o papel de Nix, usando todo tipo de arma possível para matar quem entrar na sua frente, usando um figurino destroçado, uma personalidade insana de assassina desesperada, e claro um impulso forte bem preparado para cada momento seu na trama sair perfeito, ou seja, deu show. Ned Dennehy certamente passou boas horas na cadeira de maquiagem para fazer seu Riktor, pois com diversas tatuagens na cara e no corpo todo, o ator entrega um personagem de atitudes bem imponentes, cheio de personalidade, e completamente maluco na construção de seu canal de streaming de batalhas, ou seja, foi bem importante, envolvente, só pecando um pouco numa certa fragilidade final que poderia ser diferente, mas de certo modo agradou mais do que errou. Quanto aos demais personagens e atores, praticamente todos acabaram sendo bem figurantes na trama, tendo todos os espectadores/torcedores aparecendo até demais, vindo a todo momento comentar algo ao ponto de que chega a cansar, mas vale destacar claro Natasha Liu Bordizzo com sua Nova, que acaba sendo praticamente uma refém apenas com atitudes bacanas por ser a ex do protagonista, mas nada demais para ficarmos focados nela.

Visualmente volto a dizer que o filme foi bem sujo de estilo, com uma cidade praticamente abandonada, ao menos nos locais que os protagonistas passam, como becos, um desmanche de carros, o próprio escritório da rede de streaming do jogo, e até mesmo a casa do protagonista é bem bagunçada visualmente, ao ponto que temos um pouco mais de calma visual no escritório que ele trabalha, e no parque, mas como sempre está sendo perseguido pela protagonista, temos tiros de todo tipo de arma em todos os momentos, e nesse conceito o visual fica completamente insano e funcional, ao ponto que tudo vale muito o estilo, e o resultado acaba funcionando realmente como um grande episódio de um jogo de videogame.

Um bom filme de ação tem de possuir uma boa trilha sonora, e aqui escolheram canções explosivas no mesmo estilo da trama, funcionando tanto para que os atos tenham um contexto maior, quanto para que a dinâmica do filme fosse além, ou seja, é daquelas que valem demais ouvir tanto durante o filme, quanto depois, e aqui eu deixo o link para quem quiser curtir.

Enfim, é um filme que tem muitos pequenos defeitos que não chegam a incomodar, e que mesmo sendo completamente bizarro e maluco, diverte do começo ao fim com a proposta, com a técnica escolhida, e principalmente com a história contada, ao ponto que até vamos talvez lembrar de outros filmes parecidos com a temática, mas nada que seja exatamente igual, sendo bem original, e valendo demais a conferida para quem curte o estilo, ao ponto que recomendo com certeza. Bem é isso pessoal, fico por aqui hoje, mas volto em breve com mais textos, então abraços e até logo mais.


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