A Ilha da Fantasia (Fantasy Island)

10/16/2020 12:16:00 AM |

Muitos irão conferir o novo longa, "A Ilha da Fantasia", com diversas referências à série que foi exibida de 1977-1984 na TV, ou seja, pode ser que se decepcione um pouco esperando encontrar tudo o que via lá, mas já adianto pelo que li (afinal nasci em 82, então não vi a série!) que apenas no final há uma grandiosa referência para ela, então vá limpo e se divirta com toda a história maluca, se assuste com alguns personagens surgindo do nada, e curta toda a ideia geral, afinal a história é daquelas que a princípio não entendemos muita coisa, mas quando tudo é revelado as peças se encaixam bem, mesmo que para isso precisassem forçar um pouco com tudo. Ou seja, não é uma história muito simples, mas que de forma geral agrada bastante, tem cenas de ação e tensão na medida certa, e cria uma base sólida tanto para a trama funcionar, quanto para caso desejem continuar com mais um filme, ou no caso, o encaixe para com a série.

O longa acompanha alguns visitantes que visitam uma ilha mágica no meio do Oceano Pacífico que oferece aos seus viajantes a possibilidade de realizar seus sonhos e viver aventuras que parecem impossíveis em qualquer outro lugar. Porém, como avisa o anfitrião da ilha, Sr. Roarke, realizar seus desejos pode não acontecer da maneira esperada.

Diria que o diretor e roteirista Jeff Wadlow foi muito esperto em relação ao que moldar dentro da trama, pois o filme num primeiro momento parece inofensivo de ideias, mas com o desenrolar de tudo vamos pegando uma ponta aqui, outra ali, um personagem começa a fazer ligação com o outro, até termos todos na mesma conexão, e a partir daí a história já vira outra completamente diferente, e empolga muito tudo isso. Claro que vemos muito do uso condicionado de ideias paralelas, o que num primeiro momento faz parecer que o filme é uma junção de várias histórias, e que iremos ver o desenrolar de cada uma meio como uma novelona, e por um leve momento isso chegou a me irritar, porém logo em seguida o diretor dá uma guinada tão boa com a conexão de todos os personagens, que ficamos meio que chocados, até ao final ele precisar usar algo meio que bobo para explicar tudo (talvez a ideia de ser a história de Nick seria melhor, mas a explicação para não ser isso também é fácil, então vamos manter a que foi usada), que acaba funcionando, e até impressionando bastante.

Sobre as atuações, gostaria de ter visto mais cenas de Michael Peña como Sr. Roarke, pois ele é um tremendo ator (que erra muito em alguns filmes), e aqui talvez pudesse ter dado mais imponência em algumas cenas para que toda a situação acontecesse ao redor do personagem, pois ele ficou mais como um elemento do que como um personagem forte da trama. Maggie Q trouxe uma Gwen com tantas dúvidas do que realmente queria, com uma personalidade confusa, mas que soube dosar estilos nas cenas principais e acabar agradando com o que fez. Lucy Hale fez uma Melanie bizarra, com pensamentos bem ruins, daqueles que você certamente não faz nem ideia da sua insanidade toda, e muito vingativa ao ponto de desejar coisas bem ruins, ou seja, a atriz precisou de muita atitude, e fez bem todos os seus momentos. Austin Stowell acabou fazendo um Patrick meio sonso demais, com atitudes não muito imponentes para quem desejava ser um soldado imponente, mas fez boas caras e bocas na maior parte das cenas, e até chegou a chamar atenção com o que fez em muitos momentos. Jimmy O. Yang fez um Brax meio bizarro, que logo de cara jogaram toda a loucura gay para cima dele, mas sem fazer exageros, ao ponto que o jovem nem forçou muito a barra, mas faltou um pouco de atitude para ele, principalmente com o final escolhido, mas não atrapalhou muito. Portia Doubleday se entregou bem para sua Sloane, ao ponto que foi quem mais sofreu no filme, com cenas fortes e imponentes para cima de sua personagem, fazendo com que a atriz precisasse de muita força expressiva para mostrar toda a tortura em cima dela, mas seu desejo final foi meio que zoado ao ponto de que poderiam ir mais além. Ryan Hansen trabalhou seu J.D. de uma maneira simples demais, parecendo sempre empolgado com tudo, mas com uma história meio bobinha demais de fundo, ao ponto que não chega a chamar tanta atenção. Quanto aos demais, tivemos até que boas cenas com Michael Rooker como Damon, mas seu personagem misterioso mereceria um pouco mais de atenção para que o filme se jogasse em cima dele, mas não foi ruim o que fez, e o mesmo acabou acontecendo com Parisa Fitz-Henley com sua Julia, de forma que a personagem acaba sendo até mais importante que a atriz na trama, e os outros, foram mais participações realmente, então melhor nem destacar.

Visualmente o longa foi bem imponente, tanto no visual do hotel, quanto na construção das fantasias de cada um dos personagens, com um restaurante bem chique, um campo de guerra no meio de uma floresta, uma festa gigantesca com tantos figurantes modelos que nem dava pra imaginar fazendo acrobacias com jet-sky e até um homem voando pelas águas, uma sala de tortura cheia de detalhes sórdidos, e um labirinto no meio de uma gruta, ou seja, a equipe de arte teve muito trabalho, e conseguiu mostrar num nível gigantesco de produção algo muito bem feito.

Enfim, é um filme muito interessante, com uma proposta melhor ainda, daqueles que você vai ficar pensando tanto nos atos que acontece, como o que aconteceria se fosse parar na ilha e realizassem sua principal fantasia, e que mesmo tendo alguns defeitos e sendo meio que confuso com a amarração final escolhida para fechar, acaba valendo muito a conferida, e acabou sendo uma grata felicidade na volta das salas dos cinemas após sete meses fechados. Sendo assim recomendo a trama para todos que gostam de um bom suspense/terror, e volto amanhã com mais um texto, afinal vieram muitas estreias por aqui, então abraços e até logo mais.


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