Netflix - Um Emprego de Verdade (Rebelión de los Godínez) (Mutiny of the Worker Bees)

5/26/2020 01:14:00 AM |


Pois bem, eis que hoje ataquei mais um longa mexicano na Netflix, afinal acho que o algoritmo deles resolveu que devo ver todos do país numa levada só, mas ao invés de uma novelona igual foi ontem, hoje veio uma comédia no formato besteirol, porém se pararmos para analisar a fundo, a ideia de "Um Emprego de Verdade" até pode funcionar se lapidarem as partes mais bobas da trama, pois é daqueles que concentram um estilo bem comum de comédias de escritório, possui todos os clichês possíveis, mas funcionaria para divertir se não jogassem tudo na forma mais zoneada possível, pois o estilo pede uma ou outra besteira, uma ou outra traição, um bullying aqui outro ali, mas aqui resolveram apelar e jogar tudo com direito a karaoke bizarro e tudo mais, ou seja, o filme é uma verdadeira zona, aonde só salva a cena da tecnologia com bichinhos que ficou bonitinha, mas de resto é salve-se quem puder, apelativo e desesperado.

A sinopse nos conta que Omar é um jovem que trabalha como boneco em Frikiplaza na Cidade do México. Após um incidente, ele é forçado a procurar um emprego formal para apoiar financeiramente seu avô e entra na Relotech, onde ele não é apenas bom em seu trabalho, mas também tem um bom relacionamento com o proprietário, a assistente da chefe de operações e seus companheiros de trabalho. Quando tudo parece estar indo bem, uma mudança inesperada forçará você a testar suas virtudes para salvar seus amigos e a própria empresa.

A explicação da bagunça de querer colocar tudo num único filme vem assim que vemos a carreira do diretor Carlos Morett, pois é seu primeiro filme e certamente quis mostrar que sabe um pouco de tudo, e não conseguiu ir muito além, afinal quando muito se bagunça, pouco se acerta, e assim o longa tem tantos elementos que chega a ser difícil se concentrar em um, além de logo de cara você já enxergar tudo o que vai acontecer. Claro que isso é algo que vemos por ter visto diversos outros longas do estilo, porém aqui o diretor brincou com tecnologias, deixou que o ambiente fosse mais rebelde, e não prendeu tanto a trama em diversos personagens (o que acabaria virando uma novela), e ao menos nesse quesito ele acertou, já que tudo se centra no protagonista, tendo os vilões, os parceiros e até a amada, mas ainda assim poderiam ter exagerado menos em tudo que sairia um filme gostoso de ver, e que resultaria em algo a mais.

Quanto das atuações, Gustavo Egelhaaf tem estilo e personalidade, porém passa bem longe de um comediante, e certamente por esse motivo o longa precisou ser tão apelativo de situações, pois não vemos ele chamando a responsabilidade cômica em momento algum com seu Omar, e isso é algo que atrapalhou muito, porém vemos nele bons trejeitos e dinâmica, o que em outros gêneros deve funcionar melhor, afinal ele ao menos conseguiu segurar o filme nas suas cenas, não necessitando que outros colocassem a dinâmica maluca no ar. Anna Carreiro até se entrega bem como par romântico com sua Maribel, e com trejeitos bobinhos até engraça o público, mas nada que vá muito além. Os vilões vividos por Bárbara de Regil e Mauricio Argüelles até tiveram cenas interessantes, fizeram o tradicional bullying que filmes cômicos de escritório necessitam, mas se desestruturaram demais ao final com sua Tania e Roberto, o que poderia ter ido bem além, mas não foi. Quanto aos demais, todos tentaram alguma boquinha em cenas maiores, mas nada que impressionasse muito.

Um ponto positivo na trama ficou a cargo do conceito visual da produção, pois mesmo sendo uma trama bagunçada, o filme tem um prédio de escritórios bem interessante, com grupos diversos, mesas com adereços comuns de agências atuais, e contou com uma apresentação de projeto bem tecnológica no estilo que andam falando de coisas futuristas, ou seja, ao menos a equipe de arte soube brincar um pouco mais com a ideia, e mesmo no ato de loucura final abusou de coisas quebrando e voando para todo lado, mostrando serviço ao menos, só a cena do karaokê que ficou meio fraca e bizarra demais, de forma que poderiam ter elaborado ela melhor

Enfim, é um filme bagunçado demais, cheio de loucuras para todos os lados e que apela mais do que entretém, pois não tem uma base humorística forte para conseguir dominar pelas piadas e pelas interpretações, necessitando gritaria e surtos, ou seja, quem gosta de filmes bagunçados até pode se divertir com o que verá na tela, mas não é algo que dá para recomendar. Bem é isso pessoal, fico por aqui hoje, mas volto em breve com mais textos, então abraços e até logo mais.

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