Netflix - Não Estava Morto, Estava na Balada (No Andaba Muerto, Estaba de Parranda)

5/07/2020 02:17:00 AM |


Todos gostamos muito de dramas e suspenses daqueles que ficamos pensando por horas, tensos na cadeira/sofá, mas também temos aquele momento de ver as comédias bobas, as românticas e até mesmo os famosos besteirol/pastelão, afinal servem para passar um tempo, rir do absurdo e até comparar com outros que saem por aí para não criticar o primeiro que já sai falhando. Dito isso hoje resolvi cair em um que nem estava na minha lista da Netflix, mas estava nos lançamentos da semana, então resolvi arriscar, e eis que o colombiano "Não Estava Morto, Estava na Balada" lembra muito os filmes nacionais estrelados por Leandro Hassum, mas com um humor menos forçado ao menos pelo protagonista, mas mais bobo pelos personagens secundários, de modo que o filme até tem bons ensejos, diverte com um belo passeio por locais turísticos famosos na Europa, mas poderia acabar melhor, pois foi o fechamento mais jogado possível que já fizeram em um filme, além das armas serem falsas demais ao ponto de não dar para acreditar de forma alguma. Ou seja, é um bom passatempo, que você não pode esperar nada dele, mas quem gosta de uma comédia besta vai acabar rindo. 

A sinopse nos conta que Juan Pablo, ao saber que ia morrer, pensou em roubar a máfia e gastar cada centavo na Europa com Javier, seu único amigo. Assim, esses humildes funcionários embarcam em uma jornada cara e divertida, com a cumplicidade de Monica, sua colega de trabalho. A rumba, lutas clandestinas e um assassino que as persegue, fará com que vivam todos os tipos de aventuras nessa louca viagem. O que você nunca imagina é que eles teriam que responder pelo dinheiro gasto, já que Juan não estava morto, mas estava festejando!

O mais bacana de comédias no formato besteirol é que elas sempre possuem dinâmicas bem rápidas, não cansam, e geralmente possuem sacadas próprias que você acaba achando até idiota demais alguém fazer aquilo, mas é do estilo, e o diretor Fernando Ayllón soube conduzir sua trama com uma pegada bem pontual, usando de efeitos para mostrar as mudanças de cidades/países, deixou que os protagonistas se divertissem bem com suas peculiaridades, e trabalhou o texto sem muitos exageros, tanto que nos erros de filmagens que mostraram ao final vemos que algumas cenas foram feitas de diferentes maneiras, ou seja, ele criou bem dentro do texto, mas deixou que os protagonistas se desenvolvessem, e assim o resultado ficou leve e divertido, embora forçado dentro do possível, mas sem exagerar tanto como vemos em muitos filmes do estilo.

Sobre as atuações, é bacana ver a química dos protagonistas durante a viagem, mas confesso que no escritório não deu muito certo os atos não, de modo que Nelson Polanía foi tão exagerado de trejeitos com seu Javier, que chegamos a ter até raiva de tudo o que faz, numa tentativa de soar engraçado com bobeiras e atos toscos que chegam até a desanimar, mas felizmente esses trejeitos bobos durante a viagem acabam funcionando dentro da proposta, e assim se salva um pouco. Já Ricardo Quevedo é daqueles atores que não possuem muita graça no estilo, mas que acaba se envolvendo em situações engraçadas que chamam atenção para seu Juan Pablo, e ele se entrega bem, fazendo com que o personagem seja bem crível e funcional na trama, ou seja, não desaponta. Liss Pereira até tentou ser chamativa com sua Mônica, sabendo ser um misto de espiã com contadora (acho que essa foi fora do comum na ideia do roteirista), e soube sem exagerar muito se segurar na trama (claro que tirando a cena de invasão da casa, que ali não tem uma que salva). Agora quanto aos demais, é lastimável os exageros de todos, desde o patrão mimado cheio de achismos, da empregada maluca que larga tudo pelo meio do caminho, do velhinho vendedor que morre trabalhando sem ganhar nada, da amante/namorada ninfomaníaca maluca, até chegarmos na mãe traficante bizarra, isso sem contar nos policiais, e principalmente no comandante policial, ou seja, uma bagunça completa de elenco, que faz rir pelo exagero, mas poderiam ter forçado menos, além de um assassino bizarro que perde na luta para os dois malucos.

No conceito visual, o ambiente na Colômbia é bem básico, com um escritório, uma casa mais chique da traficante e uma casa simples e efetiva do contador, com alguns poucos detalhes, e nada de surpreendente, porém ao saírem do país e chegarem na Europa, os protagonistas brincam bastante em Barcelona, mostrando escadarias e igrejas famosas, aonde fizeram seus gracejos com alguns elementos, depois foram para a França passear em Marselha com os navios e também sacanearam os famosos guias que tentam falam demais de coisas desnecessárias em museus, além de bagunçar com elementos históricos, depois indo para uma rinha de cobras, até chegar nas festanças de Ibiza, e voltar para a cena inicial dentro de um caixão, ou seja, tudo simples, mas efetivo para o funcionamento da trama, mostrando que a produção gastou um bom pacote de viagens para brincarem mundo afora.

Enfim, a trama não é, nem nunca será daqueles filmes que você verá esse Coelho elogiando tudo, pois como já disse outras vezes prefiro uma comédia que faça rir sem precisar exagerar em nada, tendo boas piadas, boas situações engraçadas, e que a diversão flua sozinha, porém passa bem longe de ser um filme ruim, dando para curtir tranquilamente sem precisar pensar em nada, para dar um refresco na mente depois de um dia cansativo, então fica a dica. Bem é isso pessoal, fico por aqui hoje, mas volto em breve com mais textos, então abraços e até logo mais.

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