Netflix - Noite de Lobos (Hold The Dark)

5/31/2020 12:29:00 AM |


Se você quer ver um daqueles filmes que em momento algum podemos apostar como vai terminar, em que tudo pode acontecer e o resultado final surpreende mesmo que não para algo que imaginávamos de melhor, pode pegar e colocar para conferir na Netflix, "Noite de Lobos", pois o filme começa de uma forma, tem uma sinopse de uma maneira, de repente muda tudo, tem um miolo completamente insano, e uma finalização que me acabei jogando a almofada no chão de raiva, pois é muita maluquice, e por incrível que pareça, isso tudo não é ruim, pois o filme é tenso, tem um viés bem forte, tem nuances diferentes, e o resultado completo funciona. Ou seja, é daqueles filmes que ficamos pensando muito sobre tudo o que acabamos de ver, e que repleto de tramas cheias de simbolismo resultam em algo fora do comum, que pode ser bacana para alguns e horrendo para outros, mas ainda assim vale a conferida para poder discutir com a TV.

A trama nos conta que o naturalista aposentado e especialista em lobos Russell Core viaja para a beira da civilização no norte do Alasca com o pedido de Medora Slone, uma jovem mãe cujo filho foi morto por uma matilha de lobos. Enquanto Core tenta ajudar Medora a rastrear os lobos que levaram seu filho, um relacionamento estranho e perigoso se desenvolve entre as duas almas solitárias. Mas quando o marido de Medora, Vernon, volta para casa após a Guerra do Iraque, a notícia da morte de seu filho acende uma violenta cadeia de eventos. Enquanto o policial local Donald Marium corre para deter a fúria vingativa de Vernon, Core é forçado a uma odisseia perigosa no coração da escuridão.

A maior certeza que tenho de muitos que forem conferir o longa é falar que o diretor Jeremy Saulnier estava maluco e não sabia o que fazer com sua trama, pois é notável que as reviravoltas da trama não são comuns, e misturar crença, guerra, naturalismo, escritores e loucura em um único filme é algo para se pensar duas vezes antes de compilar as ideias de um roteiro. Ou seja, não digo que o filme seja ruim, muito pelo contrário, pois ele segura a tensão, tem cenas fortes e interessantes, mas certamente o roteiro é deveras bagunçado e o resultado geral até funciona, mas é necessário refletir muito e prestar atenção em todos os símbolos da trama para que não saia crucificando alguém após assistir, de forma que não vamos erguer uma estátua para o diretor por fazer um bom filme, mas certamente a trama poderia ser melhor planejada para não ter tantas loucuras.

Sobre as atuações, chega a ser meio estranho ver a performance de Jeffrey Wright com seu Russell Core, pois ao mesmo tempo que tem uma personalidade abalada, trejeitos cansados e tudo mais, o cara vai pro fim do mundo, no meio da neve, enfrentar lobos e loucos de uma seita, ou seja, o personagem é estranho e o ator não soube trabalhar tanto qual postura deveria seguir, mas ainda assim seu tom é bacana mesmo perdido demais. Alexander Skarsgård trouxe para seu Vernon toda a insanidade de uma guerra aliada a perda do filho mais a loucura de uma seita maluca, ou seja, o caboclo ficou com trejeitos fortes, estranhos, e disposto a tudo, ou seja, sua volta é o caos em pessoa, e ele é um dos poucos atores que sabe fazer bem esse estilo. Julian Black Antelope trouxe para seu Cheeon a loucura total, e se nas cenas iniciais não parecia já bater bem da cabeça com os olhares, no miolo então a ignorância vai a mil, e o ator fez muito bem seu papel também. Riley Keough entregou uma Medora estranha demais, ao ponto de não entendermos nada de suas atitudes, e logo de cara desconfiamos dela, mas a atriz soube incorporar bem os olhares, e fazer todo o mistério inicial mudar completamente de vértice. E para finalizar, James Badge Dale trouxe até uma certa serenidade para o policial Donald, com boas atitudes, trejeitos marcados, e com isso ele foi direto ao ponto em todas as cenas que precisou, claro que tirando a absurda de sua última cena, mas isso foi do roteiro, então dá para defender ele. Quanto aos demais, nem temos como falar nada, pois quem conferir, verá.

Visualmente a trama é bem tensa, com uma vila praticamente isolada no meio mais remoto do Alasca, cercada de neve e montanhas, casas rústicas, e muitos elementos simbólicos por onde quer que os protagonistas passem, seja na própria vila, ou numa mina abandonada, no meio da floresta ou até mesmo numa gruta, de modo que o ambiente em si fala, os animais entregam perspectivas, e claro muitas armas malucas sendo usadas, além de uma cena de guerra também bem forte no Iraque que mostra um pouco da personalidade do protagonista, ou seja, a equipe de arte teve um primor técnico bem marcado, aonde cada detalhe procura remeter a algo, mas que tudo junto pareceu uma loucura só, ou seja, um acerto e um erro pra cada momento.

Enfim, é um filme bem interessante, que desponta vários sentimentos a cada nova cena, que explode a mente com o final, e que muitos vão amar, outros vão odiar, e até terá o grupo dos que não vão entender nada do longa, mas ainda assim vale a conferida, então tentem a sorte. Bem é isso pessoal, fico por aqui hoje, mas volto em breve com mais textos, então abraços e até logo mais.

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