O Céu Sobre os Ombros

8/08/2012 12:31:00 AM |

Mais um filme sobre a realidade!!! Estou achando que os diretores brasileiros estão indo contra a maré que prefere ver uma novela bem ficcional, pois querer mostrar a vida de pessoas sob o ponto de levar isso para o cinema não de forma inventiva e abstrata não está agradando. O filme "O Céu Sobre os Ombros" é mais um desses. Mas acredito que caso fizesse uma interlocução dos personagens virando uma história caberia melhor e acredito que não faria as pessoas saírem da sessão com cara de "O que foi isso que eu vi? Porque eu paguei para assistir isso?"

O filme nos mostra alguns dias da vida de três personagens: Everlyn é uma transexual que fez mestrado sobre os diários de um hermafrodita do século XIX e vive entre a prostituição e os cursos de sexualidade que ministra como professora. Murari é um devoto da religião Hare Krishna e líder de torcida organizada. Lwei é africano descendente de portugueses e escreve vários livros ao mesmo tempo, sem nunca ter chegado à conclusão de nenhum.

Ao ler a sinopse já vemos que o filme é um retrato filmado que poderia ser bem um desses programas da TV, mas por usar algumas câmeras diferenciadas, resolveram que poderiam colocar isso no cinema e que o público, principalmente os de festivais, iriam adorar o que veriam, o que se esqueceram é que muitos festivais são pagos, e daí a coisa muda porque pagar para ver a vida de pessoas diríamos "diferentes" é algo ruim, já temos o Big Brother e tantos outros realities gratuitos que sempre tem suas bizarrices. Acredito então que o maior erro foi não conectar as histórias de forma a dar algo ficcional para elas e aí sim transformar em cinema.

Quanto da atuação nem irei comentar, pois não são atores e sim pessoas, então o que estão mostrando na tela são o que são, claro que devem ter dado uma pequena aumentada, mas ainda assim são eles.

Outro problema imenso é a fotografia extremamente escura, como já estando em meu último dia de festival quase já não conseguia distinguir mais imagem do fundo negro que optaram por não iluminar, e com isso o que vemos em muitas cenas são borrões no meio de uma penumbra. Péssimo.

Enfim, a única coisa que salva um pouco do filme são as músicas de fundo que são boas, pois se tirar isso não se aproveita nada. Seria mais ou menos bem colocado numa matéria dessas que o Fantástico ou outros programas da TV fazem para mostrar a vida de uma pessoa e mais nada. Bem é isso, não recomendo para ninguém esse filme e assim como os próprios organizadores do festival falaram, esses vieram empurrados pelas distribuidoras para que passassem os bons filmes que foram pedidos. Uma pena essas vendas casadas, mas fazer o que? Fico por aqui, mas daqui a pouco tem o último filme do festival que assisti. Até daqui a pouco.


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