Além da Liberdade

8/12/2012 11:25:00 PM |


Como já disse outras vezes, filmes que são baseados em fatos reais geralmente costumam ou ser chatos demais ou acabam comovendo fortemente. O caso de “Além da Liberdade” é um dos que conseguem comover com uma história forte de devoção pelo país de tal forma que ao final do filme já estamos com ódio do ditador e também nervosos pelas opções da protagonista.

O filme nos mostra uma história de amor épica sobre um casal extraordinário e seu sacrifício para atingir a felicidade e a renúncia pessoal por uma causa maior. Aung San Suu Kyi e Michael Aris mantêm o amor apesar da distância que os separa e a hostilidade do regime ditatorial em Mianmar.

O roteiro é bem montado de uma forma precisa que chega a enaltecer o país, mostrando que com persistência se pode vencer uma guerra. Sempre lendo Gandhi, a protagonista usa da mesma filosofia para tentar remover a ditadura da Birmânia, e a forma escolhida pelo diretor Luc Benson para mostrar todo o sofrimento de ter de escolher entre a família e o país embora seja de modo linear, o filme tem ligações temporais que seguram o espectador do início ao fim, sem perder elos e também sem ficar desinteressante.

A protagonista  Michelle Yeoh conseguiu eximir uma mulher forte, mas pregando sempre a paz e os direitos humanos sem exaltar um músculo facial, mesmo nos momentos mais fortes, e isso é brilhante, pois mostra um exercício de atuação dificílimo. O ator David Thewlis também faz muito bem seu papel, pois nos momentos felizes ele apenas demonstra o carinho com sua mulher, e nos dolorosos consegue fazer com que tivéssemos o mesmo sentimento de abandono, mas que torcia para a mulher conseguir tudo. Os atores que fizeram os filhos, embora façam bem seus papéis, pareciam meio afoitos com as câmeras, tanto que nos momentos que aparecem sempre estão de perfil ou amuados meio que fugindo do foco principal. O ditador e seus subordinados também não são atores acostumados com câmeras e acabam fugindo do foco, embora em alguns poucos momentos conseguem fazer seus personagens serem odiados a finco pelos espectadores.

A diversidade cultural juntamente com a pobreza passada do país é bem demonstrada pela cenografia e pela fotografia escolhida, mostrada principalmente na cena em que a protagonista visita os vários povoados do país, onde são vistos povos com suas culturas de distribuir colares, mulheres com pescoços esticados e caras pintadas, e isso engrandece por demais o filme, fazendo ele ficar rico de detalhes de um país que sofreu uma ditadura bem drástica. Além disso embora seja mostrado pouco Oxford, consegue-se também notar o contraponto que o diretor quis de focar riqueza e pobreza em quadro.

A trilha sonora usada também vem de forma a emocionar o espectador, pois é colocado orquestras e sonoridades conforme vai enaltecendo o personagem e com isso vamos entrando no clima que querem sempre focando na doçura e paciência da protagonista. Além de um dos momentos mais belos ser a hora que a protagonista toca o piano e seu marido fala para os soldados o que é aquilo, muito bom.

Enfim, um filmaço para se assistir com gosto. Uma pena ter saído com poucas cópias tanto que fiz uma sessão nostálgica assistindo ele no mesmo cinema onde assisti meu primeiro filme numa sala de cinema anos atrás, um cinema de rua chamado Cine Eldorado em São José do Rio Preto, que apesar de reformado ainda trás muito de sua aparência antiga, mas que conseguiu deixar esse Coelho que vos digita feliz por ver um filme que deve estrear aqui em Ribeirão Preto sabe Deus quando. Fico por aqui hoje, mas essa semana ainda tem mais 2 filmes pelo menos. Abraços e até mais pessoal.


2 comentários:

Guilherme Figueiredo - Toca Admin disse...

Poxa, adorei o seu blog, eu recentemente criei um blog para downloads de filmes, e na procura de conteúdo encontrei o seu... adorei seu senso crítico - tbm sou fascinado por filmes - adicionei favoritos e espero me manter por dentro da crítica dos filmes

Fernando Coelho disse...

Olá Guilherme, que bom que gostou do blog. Procuro ver tudo que lançam no cinema aqui no interior, então caso não ache algum filme significa que a distribuidora boicotou e ainda não mandou pra cá. Abraços e comente sempre que respondo tudo!

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