Baghead - A Bruxa dos Mortos (Baghead)

2/11/2024 08:44:00 PM |

Costumo dizer que são bem raros os filmes de terror que não entregam ao menos uma mísera funcionalidade, seja fazendo o público assustar com algo, ou então ficar pensando em toda a situação, ou ficar com nojo/asco de algo mostrado e/ou personagem, ou até mesmo ficar tenso durante toda a exibição, e para isso o diretor procura impressionar no desenvolvimento de sua trama, porém há sempre as exceções, e "Baghead - A Bruxa dos Mortos" tem praticamente todos os elementos que citei, e não consegue convencer em nenhuma delas, sendo daquelas tramas que entregam diversos clichês em cima de algo diferente que poderia dar muito certo, mas que acaba se perdendo sem chamar atenção. Ou seja, não diria que seja um filme ruim pela essência, e certamente o curta que originou a ideia do diretor deve ser bem trabalhado, mas faltou um pouco de tudo para que a trama ficasse realmente interessante para chamar atenção do público.

A sinopse nos conta que após o falecimento de seu pai, Iris herda um antigo bar e se depara com um segredo obscuro: o local abriga uma entidade capaz de incorporar os mortos. Tentada a explorar os poderes da criatura e ajudar pessoas desesperadas em troca de dinheiro, Iris mergulha em um terreno perigoso. Ao lado de sua melhor amiga Katie, ela agora precisa lutar para manter o controle sobre Baghead e descobrir como destruí-la antes que ela as destrua.

Muitas vezes vemos alguns curtas-metragens que entregam situações tão boas em pouquíssimos minutos que ficamos na cabeça como seria ver isso como um longa bem funcional, e certamente isso foi o que ocorreu com o diretor Alberto Corredor, pois após seu curta ter sido aclamado, ele faz aqui a estreia como diretor de longas, e acabou se perdendo na essência da trama, no estilo de algumas cenas mais tensas, e até na forma dos personagens interagirem, isso sem falar na fotografia quase que totalmente escura, aonde você vê quase nada na tela, para tentar assustar o espectador. Ou seja, ele trabalhou seu longa com a famosa frase de ir ampliando tudo na tela sem realmente desenvolver o que precisava, e assim seu filme ficou interessante de ver, mas sem causar nada no espectador, o que é uma falha bem grande, pois acaba não chamando a trama para si como deveria.

Quanto das atuações, diria que a jovem Freya Allan fez uma Iris meio que acelerada demais na tela, sem grandes momentos que marcassem suas desenvolturas, e o principal sem trabalhar trejeitos de espanto frente à uma entidade desconhecida, de tal forma que ficou parecendo que ela estava olhando para algo tão conhecido e normal que estava tudo certo, ou seja, faltou personalidade para a protagonista, e também ser marcante na tela. A lógica nos atos finais fazem um pouco de sentido de insistirem tanto no personagem de Jeremy Irvine com seu Neil, pois o ator até tem uma boa entrega nos seus três momentos junto da bruxa, mas se o esquema era de conversarem com os mortos, teoricamente deveria ter outros personagens indo ali e não apenas o jovem rapaz, mas ele ao menos não desapontou com a ideia toda. Ruby Barker também foi meio que simples em cena com sua Katie, trabalhando alguns atos investigativos, mas sem ir muito além, e claro teve o mesmo problema que a protagonista em não demonstrar medo ou qualquer coisa pela bruxa, o que desaponta bastante em filmes desse estilo. Quanto aos demais, diria que Anne Müller trabalhou bem sua bruxa, não mostrando claro sua cara, afinal quando aparecia estava com a face dos escolhidos para incorporar, então vemos um Peter Mullan desesperado para que a filha não use os poderes da bruxa, uma Svenja Jung meio que atordoada com sua Sarah e uma Julika Jenkins bem colocada com personalidade forte para com sua Regina.

Visualmente a trama alemã trouxe algumas nuances bem marcantes com um casarão imenso que na verdade é um antigo bar, vemos alguns cômodos meio que abandonados, e um porão bem chamativo com estilo e desenvoltura cênica, aonde acaba funcionando bem toda a ideia, com uma bruxa estranha com sua cabeça coberta por um saco, vemos alguns atos fortes com fogo e símbolos, mas tudo muito escuro, de modo que acaba não sendo uma grande valorização cênica.

Enfim, é um filme que com alguns poucos ajustes acabaria sendo bem interessante de ser conferido, mas que da forma que acabou sendo entregue não causa nada no espectador, e isso é uma pena, pois acaba sendo uma trama apenas jogada na tela, e que não vale a recomendação. E é isso pessoal, fico por aqui hoje, mas volto amanhã com mais dicas, então abraços e até logo mais.


0 comentários:

Postar um comentário

Obrigado por comentar em meu site... desde já agradeço por ler minhas críticas...