Argylle: O Superespião em Imax (Argylle)

2/03/2024 11:40:00 PM |

Muitas vezes nos vemos falando que o gênero de espionagem e ação está saturado, sem renovações, sempre recaindo para o mesmo estilão que por vezes fica chato de ver, mas se tem uma mente que sabe brincar com o estilo e entregar coisas novas fazendo com que o público se divirta ao máximo é Matthew Vaughn, pois já fez isso com todos os "Kingsman" e agora entrega "Argylle - O Superespião" em uma proposta tão diferente misturando histórias de uma escritora de livros sobre espionagem junto de reais espiões, numa trama recheada de desenvolturas, reviravoltas, e muita ação que consegue prender o espectador por completo e ainda fazer rir tanto (que até chegamos a chorar) com as ideias colocadas junto de uma trilha sonora perfeita. Ou seja, é daqueles filmes com pegadas, tiros, fumaças, danças, personagens duplos e tudo mais, que até imaginava que seria diferente em algum momento, mas que funciona totalmente do começo ao fim, sendo algo de 139 minutos que nem vemos o tempo passar, e fiquem durante os créditos, pois tem uma ceninha fazendo uma interligação (ou crossover como chamamos) entre o filme e a franquia conhecida do diretor.

No filme, Elly é uma renomada autora que ficou conhecida por uma série de romances de espionagem que acompanham o agente Argylle. Porém, inesperadamente, a trama de Elly deixa de ser apenas uma ficção e acaba se tornando realidade, colocando a escritora no centro de uma complexa e perigosa teia de trapaças e assassinatos. Com a ajuda de Aidan e o gato Alfie - seu fiel companheiro - Elly deve lidar com as consequências do encontro entre o mundo real e fictício.

Diria que o diretor Matthew Vaughn soube usar de uma forma tão bem trabalhada toda a ideia que lhe foi entregue, que acabamos nos envolvendo com todos os personagens, acabamos dando alguns chutes dentro das ideias, e o melhor de tudo é que ele não deixa nada jogado apenas na tela, sendo criativo em todos os detalhes, trabalhando com intuições bem encaixadas na protagonista, bem no estilo que casualmente acabaria ocorrendo em algo bem literário, mas o melhor de tudo são as reviravoltas que acaba entregando, usando bastante das imaginações possíveis e que não forçassem a barra para o público. Ou seja, o longa começa bem, vai melhorando no miolo e acaba se tornando delicioso nos atos finais, mostrando que o diretor ainda sabe usar muito da ideologia de espionagem, contando com boas lutas e ações, e que facilmente ainda vai nos levar bem longe nos seus próximos trabalhos, afinal já está pronto para gravar mais dois longas da série "Kingsman".

Quanto das atuações, diria que o elenco além de entregar boas cenas de lutas e desenvolturas expressivas para a tela, acabou se divertindo bastante em cena, pois são muitas sacadas malucas no roteiro e tudo tem seu momento e estilo, então é nítido no olhar deles que foi algo gostoso de fazer. E para começar tenho de falar de Bryce Dallas Howard que está bem diferente de seus muitos outros papeis aqui com sua Elly, tendo uma personalidade meio que assustada, mas cheia de grandes dinâmicas e ideias durante a primeira metade do filme, depois ela muda completamente de personagem e entrega algo ainda mais intenso, com muita presença e desenvoltura ao ponto de chamar o filme de seu com todas as vozes possíveis, o que mostra muita atitude e estilo. Sam Rockwell dá seu show a parte, pois é o tradicional espião dinâmico, cheio de trejeitos e chamarizes, e principalmente consegue sair da caixa do estilo casual que vemos em muitos filmes do gênero, tendo muita presença em todas as cenas, e agradando sem precisar forçar. Henry Cavill brinca claro com seu charme, sendo um alterego chamativo da protagonista, pois ela vê seu personagem criado fazendo todas as interações, e claro que seu Argylle é todo galanteador, charmoso e bem marcante em tudo o que faz. É até engraçado ver Bryan Cranston com um estilão mais fechado como o diretor da agência, Fowler, de forma que ele consegue ser explosivo e chamativo com seus trejeitos o que agrada bastante com o que faz. Outro que faz bem seus atos sempre bem expansivo é Samuel L. Jackson que traz todo o lado da liderança de uma outra forma mais fechada, e acabou nem sendo tão explorado, de forma que talvez numa continuação encaixem melhor ele. Ainda tivemos outros bons atos rápidos de Ariana DeBose com sua Keira cheia de ideias, John Cena com seu Wyat bem estiloso, Dua Lipa com sua Lagrange sexy e marcante, mas quem acaba tendo mais destaque é Catherine O'Hara com sua Ruth cheia de facetas. E como não poderia esquecer é claro que tivemos o melhor ator possível chamado Chip, fazendo o gato Alfie tão fofo e cheio de expressividade que não tem como não se envolver com ele dentro da bolsa!

Visualmente o longa teve bons atos em salas de leitura com coletivas, tivemos momentos bem intensos em um trem, numa casa na floresta, num apartamento em Londres, num vinhedo na França, e numa instalação militar dentro de um petroleiro, tudo com muitos personagens armados até os dentes, fumaças, e uma cena de patinação no petróleo icônica, mas sem dúvida a cena com as fumaças coloridas foi a minha favorita junto claro da música que acompanhou toda a luta. Ou seja, a equipe de arte brincou demais do começo ao fim com muitos elementos de espionagem, códigos cifrados e claro a bolsa que vai o gatinho.

Tentei pegar a trilha sonora completa no Spotify, mas como é um filme da Apple não colocaram todas as canções por lá, mas para especificar a cena que mais gostei é acompanhada de "Run" da Leona Lewis sendo algo completamente icônico de ver, entre muitas outras que marcaram cada momento da trama.

Enfim, é um filme bem diferente, ousado, com uma pegada incrível e muito divertido de ver, de tal forma que talvez até tenha soltado algum spoiler no texto, então relevem e vá conferir na maior sala possível que é diversão garantida para todos, e claro que irei torcer para termos continuações e/ou a junção de franquias, pois funcionará com certeza na mente insana do diretor. E é isso pessoal, felizmente todas as estreias da semana foram incríveis, e o melhor com sessões bem cheias mostrando que os cinemas estão realmente voltando ao normal de antes da pandemia, então veremos quando vier algum grande blockbuster mesmo o caos. Eu fico por aqui hoje, mas volto amanhã com mais dicas, agora nos streamings, então abraços e até logo mais.


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