Netflix - Carter (카터)

8/09/2022 12:43:00 AM |

Se você tem labirintite ou qualquer tontura com cenas exageradas em movimento fuja de dar o play no lançamento da semana da Netflix, o sul-coreano "Carter", pois o longa tenta enganar o público como se fosse inteiramente filmado em plano-sequência, com uma câmera completamente desesperada em modo drone se movimentando de um lado para o outro, dando looping, virando com quebras completas de eixo e tudo mais para que a ação frenética não se desligasse de forma alguma, mas como disse "tenta enganar", pois é notável vários pedacinhos de mudanças e pausas, e claro que também ninguém acreditaria completamente que um filme de ação tão insano quanto esse teria sido filmado diretão, que nem em sonho uma equipe de filmagens conseguiria acompanhar tamanhas desenvolturas. Digo isso, e já peço uma proibição que diretores de filmes americanos de ação assistam a trama, pois virá mil loucuras na mente desses malucos, e o resultado poderá ser algo ainda com mais vertigem, pois sempre querem aumentar um pouco mais. Brincadeiras à parte, o longa tem uma trama maluca, mas interessante, de um vírus que está se alastrando e a única vacina está numa garotinha que precisa ser levada da Coréia do Sul para a Coréia do Norte aonde está seu pai o criador da vacina e a filha de um agente que acorda desmemoriado, e precisará levar a garota no meio do conflito entre os dois países e os EUA, ou seja, algo que facilmente poderia ocorrer no mundo aonde estamos, mas sem tantas explosões, tiros e brigas com tudo em movimento (ao menos acredito nisso, que seria algo mais diplomático ou com bombas mais diretas!). Ou seja, se você gosta do estilo, tome um remedinho para tontura e boa sessão, senão fuja!

O longa nos mostra que Carter desperta em uma pandemia mortal originária da DMZ que já devastou os EUA e a Coreia do Norte. Não tendo lembranças de seu passado ele encontra um dispositivo misterioso em sua cabeça e uma bomba letal em sua boca. Uma voz em seus ouvidos lhe dá ordens para evitar ser morto e ele é jogado em uma operação misteriosa enquanto a CIA e o golpe norte-coreano o perseguem.

O diretor e roteirista Byung-gil Jung gosta de filmes amplos de ação, e gosta de revolucionar em técnicas com coisas que não tenham sido usadas, e aqui ele aproveitou um ator bem disposto, muito dinheiro para criar tudo de forma prática bem combinada com a computação gráfica, e soltou toda sua loucura na tela, ao ponto que a maioria que leu o roteiro certamente ficou pensando até minutos antes das filmagens como aquilo poderia ser possível de filmar, e o resultado é claro que impressiona até os mais céticos de como foi criado, então a Netflix postou um pouco de como foram as filmagens nesse link, e assim é possível ter um pouco da noção completa, que funcionou quase como um jogo de videogame, aonde vamos acompanhando o protagonista na missão, com suas desenvolturas, e tudo acontecendo sem que a câmera lhe perca de visão, o que é muito interessante no estilo de ação. Ou seja, é um filme que tem uma história maluca que muitos nem vão comprar, embora no mundo em guerra, com alguns vírus aparecendo do nada dá para se pensar nas possibilidades, mas que certamente não será lembrado pela história em si, mas sim como o filme doido que não para um segundo, e assim a vontade do diretor será feita com gosto.

Sobre as atuações, basicamente tenho de falar e muito de Jon Woo que entregou um Carter com tanto primor que até chega a parecer que já conhecíamos o personagem de outros filmes, não necessitando aprender nada dele, e ao mesmo tempo sendo misterioso para que conheçamos enquanto se descobre no meio de lutas e tudo mais, ou seja, ele se jogou literalmente (pelo que foi falado nem usou dublê!!) e conseguiu trazer o personagem para si, agradando e fazendo tudo de forma muito coerente e convincente, embora maluca demais. O vilão dos atos finais, vivido por Sung-Jae Lee foi também bem imponente, no melhor estilo daqueles generais dissimulados que vemos em vários filmes, e se portando de uma maneira bem insana saiu atirando tanto com frases quanto com armas, o que ficou bem bacana de ver. Ainda tivemos a pobre garotinha Kim Bo-Min que literalmente foi jogada para todos os lados nas cenas de ação com sua Ha-Na Jung, que se realmente ficou presa a cabos para ficar "voando" pelos carros, motos e cenários, a jovem também saiu do filme quase que vomitando, mas fez boas carinhas, e agradou como a personagem necessitava, só poderia ter tido um pouco mais de carisma e frases com o protagonista, mas essa não era a intenção.

Visualmente o longa é um verdadeiro show de ação com elementos cênicos sendo usados como armas, facas, ganchos, vidros, o que tiver na frente do protagonista vira algo cortante de gargantas, além de muitas armas para dar tiros, saltos e tudo mais, com ambientes prontos para serem explodidos ou quebrados como janelas e paredes, muitos saltos de trem, helicópteros, aviões (aliás um avião com enfermaria, mesa de negócios e tudo mais), passeatas bem marcantes debaixo de chuva, cenas com motos voando e saltando para tudo quanto é lugar, perseguições nas ruas, nas florestas, pontes desabando e o que mais você imaginar, o diretor colocou na trama, e a equipe de arte teve de se virar para reproduzir e estar preparada para destruir, além claro de muito fundo verde para recriar tudo nos computadores, e o melhor, com qualidade, pois na maioria das cenas o realismo surpreende. Detalhe para os amigos que amam 3D, o longa foi filmado e convertido na tecnologia, então fica a dica para arrumar o material que certamente é de muita qualidade.

Enfim, é um bom filme de ação, que quem gosta do estilo vai curtir bastante, principalmente pelo desenvolvimento rápido, mas certamente poderiam ter trabalhado um pouco mais os diálogos e a trama, para que fosse um pouco mais convincente e chamativa, mas isso mudaria completamente os planos, então vamos seguir assim, que ficou bacana ao menos de ver algo diferenciado na proposta, e veremos o que vai rolar na segunda parte, afinal deixaram brecha com a cena de encerramento para uma continuação, então é aguardar para falarem mais sobre isso. E é isso meus amigos, eu fico por aqui hoje, mas volto em breve com mais textos, então abraços e até logo mais.


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