Luta Pela Fé - A História do Padre Stu (Father Stu)

5/27/2022 01:39:00 AM |

Diria que para dar um depoimento 100% preciso do filme "Luta Pela Fé - A História do Padre Stu" eu deveria usar da pirataria e ver o longa legendado, pois diferente da maioria dos filmes religiosos que aparecem por aqui aonde as atuações não eram tão importantes e sim a história da fé, a situação toda em si, aqui o longa depende quase que 100% da interpretação e do sentimento do protagonista em encontrar sua vocação para mudar de boxeador para ator de comerciais e paquerador de mercadinho e depois desejar virar padre com tudo o que sofreu entre acidentes e doenças, e a voz que deram para o ator Mark Wahlberg é tão ruim e sem expressão que não sentimos absolutamente nada pela entrega que faz, não o vemos tendo algo realmente, fora o estilo de tudo na trama, ou seja, mesmo com um elenco incrível o filme acabou ficando sem aquela emoção de um filme religioso acontecendo realmente, pregando a palavra de fé, a vontade de dar a benção para alguém, levar para um caminho melhor, e tudo mais que acaba sempre acontecendo em filmes do estilo. Ou seja, é um filme que mostra uma história interessante, que até tem alguns atos bem divertidos pelas coisas que o protagonista faz, mas que não empolga e nem vai muito além, que posso estar julgando mal pela dublagem ruim, mas que pareceu faltar com o principal de um longa religioso: alma!

Baseado em uma história real, o longa nos mostra que Padre Stu é um boxeador que vira um padre. Quando uma lesão encerra sua carreira no boxe, Stuart Long se muda para Los Angeles sonhando em virar um ator. Enquanto trabalha como balconista de supermercado, ele conhece Carmen, uma professora católica. Determinado a conquistá-la, o agnóstico de longa data começa a ir à igreja para impressioná-la. Mas sobreviver a um terrível acidente de motocicleta o deixa imaginando se ele pode usar sua segunda chance para ajudar os outros a encontrar o caminho, levando à surpreendente percepção de que ele deveria ser um padre católico.

Talvez o grande problema do filme seja, além da dublagem mais uma vez, a diretora e roteirista Rosalind Ross estar estreando nas funções, e com isso pegar logo de cara um elenco gigantesco com uma história religiosa real, ou seja, três elos que não são muito comuns de acontecer, e faltou para ela encontrar um algo a mais para que seu filme ficasse amplo também. Ou seja, vemos uma história interessante, afinal o estilo de um boxeador e de um galanteador em hipótese alguma daria certo como um padre, sendo uma mudança exageradamente virtuosa que precisaria de um algo a mais do que apenas um acidente, e isso acabou não ficando explícito na trama embora vejamos as figuras de um Cristo e de uma Virgem Maria em dois momentos bem estranhos que não serviram para muita coisa, e até atrapalharam se formos bem a fundo. Sendo assim, o problema do roteiro é bem grande, e talvez, bem lá no fundo, com uma direção experiente seria resolvido.

Sobre as atuações, o jeito descontraído de Mark Wahlberg até combinou com o primeiro estilo de Stuart Long, mas quando cai para o lado religioso, mesmo que mais despojado, com palavras não tão comuns como um padre mais explosivo não ficou tão interessante de ver, e volto a frisar que talvez isso tenha sido um grande problema da dublagem em não convencer com um tom mais dramático realmente, mas como disse acima a direção também foi falha, então o caos dominou. Outra dublagem péssima foi de Teresa Ruiz pois sua Carmen é latina, e tentaram fazer um português com sotaque somente na cena com a família dela, no restante era uma mulher comum, sem carisma, até chata demais, ou seja, chega a incomodar seus atos, e isso foi difícil de aceitar. Agora, Mel Gibson caiu muito bem para o papel de Bill Long, combinando de uma forma que até mesmo a voz que parece com a sua acabou entregando um homem duro, cheio de personalidade, e que no final até muda de estilo, o que acaba envolvendo de certa forma. Jacki Weaver fez a tradicional mãe, que faz as vontades do filho, que não duvida das loucuras que ele faz, e a atriz até foi bem encaixada no que a personagem precisava, mas a voz não combinou também com ela, então quem a conhece vai ficar olhando e vendo uma garotinha ali ao invés de uma senhora. Quanto aos demais, analisando o personagem, afinal volto a frisar que as entonações foram horríveis, dá para darmos certo destaque para Malcolm McDowell com seu Monsenhor Kelly bem típico da igreja católica, que sabemos como é a mente, e pelo mesmo motivo o papel de Cody Fern que trabalhou seu Jacob com uma inveja monstruosa do protagonista, e depois se confessou dizendo o que sentia, que foi bonita ao menos a cena de fechamento dele.

Quanto do visual do longa a equipe de arte teve momentos interessantes com as lutas, uma boa cena de época com o protagonista na infância bem malucão cantando, todo a representação de seus atos no açougue do mercado, um ato bem marcante da carreira de muitos atores numa seleção, vários momentos fortes no seminário, e claro o acidente fortíssimo após uma cena de bar meio estranha com um Jesus digamos abstrato demais, para na sequência uma Virgem também meio deslocada, ainda tivemos vários atos em hospitais no começo como consequência das lutas, e depois com a notícia da doença, ou seja, a equipe foi bem representativa e soube gastar bem o orçamento para não entregar atos jogados, afinal precisava ser fiel ao retrato real do Padre, e na maquiagem final deixaram bem próximo com Mark com a cara bem inchada que se compararmos completamente nas fotos foi bem trabalhado.

Enfim, é um filme com uma boa história, mas que foi mal desenvolvido, não teve a alma tradicional emotiva dos longas religiosos, e que infelizmente só veio para as salas dos cinemas pessimamente dublado, então vou pesar bem a nota, quem sabe algum dia confiro ele novamente legendado para ter uma segunda opinião, e quem sabe melhorar o que vi, mas não será tão de imediato, pois como já disse no texto tem problemas de direção e de roteiro, então fica a dica para quem não ligar para todas essas falhas, mas confesso que tem longas religiosos espalhados no streaming bem melhores. E é isso meus amigos, fico por aqui hoje, mas volto em breve com mais textos, então abraços e até logo mais.


0 comentários:

Postar um comentário

Obrigado por comentar em meu site... desde já agradeço por ler minhas críticas...