HBO Max - American Underdog: A História de Kurt Warner (American Underdog)

5/03/2022 12:23:00 AM |

Costumo dizer que o melhor drama possível para conferir e se emocionar com o resultado é o drama esportivo, pois juntam questões de superação pessoal, envolvimento emocional, treinamentos, objetivos e ainda podem colocar no miolo algum tipo de romance ou desastre para dar uma ênfase maior ainda na situação toda. E o longa "American Underdog: A História de Kurt Warner", que entrou em cartaz na HBO Max, trouxe todos esses elementos em um esporte que não é tão usual aqui na nossa terra, mas que muitos gostam de conferir, e que mesmo não sabendo das regras pela quantidade de filmes do estilo já lançados acabamos sabendo um pouco sobre como funcionam as seleções dos jogadores, de todo o processo universitário, e claro da explosão que ocorre na maior liga dos EUA. Então colocando algo complexo, ótimas atuações e uma direção primorosa, fez com que o filme fluísse de uma forma tão gostosa e cheia de nuances que acabamos nos emocionando no miolo, torcendo para o protagonista, e até mesmo querendo saber mais sobre o personagem real, pois souberam segurar tudo nas pontas dos dedos, colocando elos que parecem se fechar a cada nova interação, e com isso o resultado empolga demais.

O longa é uma história edificante que demonstra que tudo é possível quando você tem fé, família e determinação. Contando a inspiradora história real de Kurt Warner, que passou de estoquista em uma mercearia a duas vezes MVP da NFL, campeão do Super Bowl e quarterback do Hall da Fama. O filme centra-se na história única de Warner e anos de desafios e contratempos que poderiam ter atrapalhado suas aspirações de se tornar um jogador da NFL – mas quando seus sonhos pareciam fora de alcance, é apenas com o apoio de sua esposa, Brenda e o incentivo de sua família, treinadores e companheiros de equipe que Warner persevera e encontra forças para mostrar ao mundo o campeão que já é.

É até engraçado ver um longa aonde a base não é religiosa vindo dos diretores Andrew e Jon Erwin, pois ultimamente eles só tem nos entregue longas desse contexto, mas ao menos são muito bons no que fazem, e aqui até temos algumas nuances aonde o protagonista fala com seu Deus, a esposa é também tem grandes conexões, e em diversos atos fala sobre o milagre do filho, além de mais algumas nuances no final colocando essa pauta, porém a base é a de jogo, a de superar as barreiras da carreira e com muito treino chegar aonde desejava. Ou seja, o filme que é baseado no livro do verdadeiro Kurt e adaptado por Jon, teve uma condução ampla, mas sem enrolações, trabalhando de uma forma criativa e envolvente do começo ao fim, para que o expectador conseguisse ir além de tudo o que é mostrado na tela, não ficando somente no eixo da religião, ou do esporte, mas sim na vida de uma pessoa que deseja ser algo na profissão de jogador, e que também escolheu ser pai de uma família complexa, e assim o resultado é bem fluido, tem as dinâmicas bem coesas, e principalmente emociona aonde é preciso, não ficando só tentando fazer quem está vendo chorar, mas sim acompanhar e torcer, que é base desse estilo.

Sobre as atuações, muitos consideram Zachary Levi seco demais de trejeitos, mas aqui ele entrou bem na condição meio de brucutu para o jogo, e embora pareça velho demais para o papel de Kurt, ele conseguiu trabalhar as devidas nuances do personagem, passou sinceridade nos trejeitos, e claro se impôs bem no jogo corporal que um bom quarterback precisa ter no futebol, ousando sua síntese e trabalhando claro o carisma que sempre teve, ou seja, talvez alguém mais novo não conseguisse chamar tanta atenção como ele fez, mas o acerto foi tanto que fez valer a pena. Anna Paquin está tão diferente no papel de Brenda que logo que começou o filme dei uma pausa e fui conferir quem era a atriz, pois mudaram seu cabelo, seus trejeitos usuais e contando com um ar sempre meio desconfiado acaba fluindo tudo de uma forma muito própria, ao ponto que vendo depois as imagens da verdadeira Brenda vi que conseguiram assemelhar demais, e a atriz não falhou nas cenas mais densas, o que é incrível de ver. Dennis Quaid sempre gostou de longas com cunhos morais e emotivos, e aqui seu treinador Dick Vermeil aparece só nos atos finais, mas entrega emoção e agrada bastante junto de Chance Kelly fazendo o outro treinador do time Mike Martz. Ainda tivemos bons momentos com Ser'Darius Blain como o melhor amigo do protagonista, Bruce McGill como Jill Foster que é um treinador de um tipo diferente de futebol americano, e claro a mãe do personagem principal muito bem feita por Cindy Hogan, mas sem dúvida os destaques entre os secundários ficou para o garotinho Hayden Zaller que é realmente cego fazendo um carismático Zack.

Visualmente a base do filme é nos campos de futebol americano, inicialmente na universidade, depois nas arenas, tendo inclusive treinamentos no meio dos bois, até chegarmos no final com os campos da liga profissional, mas no meio do caminho ainda tivemos as casas dos protagonistas, bailes country, alojamentos, muita neve e até um furacão destruidor de tudo, isso claro com muitos elementos marcantes e simbólicos para a família verdadeira, como o radinho de Zack, e claro o número da sorte do protagonista sendo usado em todas as suas camisas. Ou seja, a equipe de arte foi bem explícita em todos os detalhes marcantes, e acabou acertando bastante em tudo.

O longa contou com muitas boas canções e uma trilha sonora orquestral na medida certa para dar o tom e o ritmo que era necessário para emocionar e envolver, e felizmente não apelaram para o famoso pianinho que é de praxe em longas do estilo, então deixo aqui o link para todos poderem curtir as canções e entrar no clima do filme.

Enfim, não é uma trama perfeita, pois como já disse poderiam ter usado atores mais jovens, poderia ter alguns elos ainda mais emotivos para pegar mais o público, e até ter deixado ainda mais de lado o ar religioso, mas isso tudo faz parte da história real do personagem, então acaba valendo a forma escolhida de retratar tudo, e assim sendo uma ótima dica para todos que gostem do estilo. E é isso meus amigos, eu fico por aqui hoje, mas volto em breve com mais textos.


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