Netflix - Toscana

5/18/2022 11:59:00 PM |

Costumo dizer que temos de ver de tudo um pouco para que os ânimos e estilos de nossa mente fluam naturalmente, dando uns sustos de vez em quando, explodindo tudo com tramas de mil reviravoltas, ficando revoltado com dramas enrolados, e claro dando aquele alívio simples com um romance sem surpresas que já sabemos completamente o rumo que vai tomar, mas que agrada justamente por ser simples. E hoje foi um desses dias de dar paz para a cabeça do Coelho que vos digita dando play no lançamento dinamarquês da Netflix, "Toscana", que até tem um desfecho não tão esperado como todo longa de romance (pelo menos não de cara), mas que tem uma estrutura bem clássica do gênero, mostra muitas comidas bonitas e aparentemente deliciosas, e que envolve de certa forma como deve ser, mas poderiam ter trabalhado o ar romântico da região melhor, ter criado mais flashbacks e dar um toque mais quente para os protagonistas no desenrolar da trama, para quem sabe o filme ir ainda mais além, mas não é nada que atrapalhe, e assim quem curtir uma trama leve e gostosinha pode dar o play que a dica é boa.

A sinopse do longa é bem simples e nos conta a história de um chef dinamarquês que viaja para a Toscana para vender o negócio de seu pai. Lá, ele acaba conhecendo uma mulher local que o inspira a repensar sua abordagem da vida e do amor.

Diria que o diretor e roteirista Mehdi Avaz até tentou elaborar um pouco mais seu longa para que ele não fosse tão direto na síntese, e com isso acabou abrindo o espaço para não terminar tão na cara de que o resultado seria o tradicional, mas foi colocando todas as nuances tradicionais de negociações, de filho que ficou traumatizado com separação na infância, e ainda colocou pitadas de esquecimento de momentos, que é algo bem bacana de se trabalhar se souber ir além, usando fotos e tudo mais, e com essa abertura vemos alguns atos bem calmos, sem nada que espantasse realmente, então poderiam ter brincado mais com tudo para que o filme fosse mais além, provocasse um pouco o espectador, e ainda assim ficasse simples. Ou seja, trabalhar o miolo como alguns costumam dizer, ou como estamos usando um longa envolvendo culinária também, botar um pouco mais de tempero, que aí sim teríamos algo perfeito, porém como já disse no começo, o estilo escolhido foi bem gostosinho, com muitas comidas chiques e envolvimentos leves, e assim dá para relaxar e curtir tranquilamente tudo.

Sobre as atuações, posso estar errado sobre o que o ator Anders Matthesen fez com seu Theo, mas fez tantas pesquisas de trejeitos, gestuais e desenvolturas com chefes renomados que quase falamos que realmente é ele cozinhando tudo, preparando os pratos e tudo mais, pois foi muito perfeito no que o papel pedia, e além disso deu as devidas nuances nos atos principais, encaixou cada dinâmica junto da outra protagonista, ao ponto de querermos até ver mais dele, e olha que é difícil ver dinamarqueses sendo sutis, e ele acertou bem no que fez. Cristiana Dell'Anna fez uma Sophia mais seca de expressões, mas sendo direta nos atos acabou sendo funcional e racional para o papel, entregando exatamente o oposto do protagonista, ou seja, fez com que sua personagem não se entregasse facilmente com emoções tradicionais, e isso é algo bem bacana de ver, principalmente em papeis femininos, o que foi bem certeiro para o longa. Quanto aos demais foram bem colocados, mas nenhum se expressando com algo que chamasse a atenção, e assim é melhor focar só nos dois mesmo, porém friso que o elenco do restaurante foi muito coeso em tudo o que fez, parecendo ser realmente profissionais do ramo.

Visualmente a trama foi filmada em uma locação incrível, na Toscana é claro, com um casarão rústico, porém sendo muito agraciado pelas belezas ao redor, e não bastando isso ainda montaram um casamento simples e bonito de ver, comidas que encantam e transmitem o sabor só de ver, e muitas dinâmicas clássicas de longas envolvendo alimentos, como arrumações de cozinhas, experimentação de clássicos, e tudo mais, ou seja, a equipe passou muito bem durante as filmagens. 

Enfim, volto a frisar que muitos vão até reclamar da simplicidade do longa, mas é bem bonito e gostoso de ver, levinho, e que acaba sendo daqueles que até podemos lembrar um dia em alguma indicação para comparar as locações e jeitos de fazer algum alimento, além claro de ser um longa dinamarquês que não é tão comum de aparecer, então fica sendo uma boa dica de conferida. E é isso meus amigos, eu fico por aqui hoje, mas volto em breve com mais textos, então abraços e até logo mais.


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