Dog: A Aventura de Uma Vida (Dog)

5/23/2022 01:03:00 AM |

Costumo dizer que não tem um filme de cachorro que qualquer um que tenha um coração não escorra uma lágrima que seja, ou se o filme não conseguir fazer isso algo de errado aconteceu, pois sempre ficamos emotivos com os gestuais dos animais, seus sentimentos para com seus tutores, e até mesmo com a conquista do objetivo de suas aventuras, então basta o diretor saber exatamente aonde botar o clímax que lá está todo mundo lavando a sala do cinema. Dito isso, o longa "Dog - A Aventura De Uma Vida" poderia ser um desses exemplares para lavar o cinema do começo ao fim, afinal estamos falando de uma cachorra do exército que tem problemas após explosões de guerra e também de um soldado com os mesmos problemas, ambos já descartados embarcando em sua última missão: a de ir prestar uma homenagem ao tutor da cachorra morto numa viagem de carro de 800km, para depois ela ser sacrificada e ele descartado do exército como já vinha sendo, e claro com isso todas as desavenças e conflitos entre eles, ou seja, era tudo que daria para muita dramaticidade e emoção, mas ficou levemente artificial sem grandes atos emotivos realmente (tirando claro o velório e o final escolhido), por não irem tão a fundo no problema em si, mas sim na aventura de um quase road-movie que passa por vários momentos diferentes. Sendo assim, pode ser o problema de uma direção iniciante mista com uma experiente demais, pode ser o roteiro que não quis ir muito além, mas uma coisa é certa, que é um bom passatempo e que agrada de certa forma quem for conferir.

A sinopse nos conta que o ex-soldado Jackson Briggs recebe a missão de levar a pastor-belga do exército Lulu ao funeral do melhor amigo humano do cão, o treinador de cachorros Riley. Por estar tentando conseguir uma vaga em uma empresa de segurança privada, tendo seu futuro nas mãos de seu antigo comandante, que o evita - o único capaz de escrever a recomendação necessária para tal - o funeral do treinador de cachorros do exército pode ser a oportunidade perfeita para deixar seu ex-comandante sem saída, e conseguir o documento que precisa. Mas, ao longo do caminho, Briggs e Lulu enlouquecem um ao outro, quebram um punhado de leis, escapam da morte por pouco e para conseguir chegar a tempo do enterro, a dupla precisará aprender a conviver em harmonia, e driblar as confusões e conflitos, enquanto atravessam a costa do Oceano Pacífico.

Como falei no começo, os diretores Reid Carolin (que já dirigiu Channing em tantos outros filmes) e Channing Tatum (em sua primeira oportunidade na função) foram meio que conflituosos num roteiro do próprio Reid junto de Brett Rodriguez, pois é notável que havia horas no filme que tudo deslanchava bem com uma proposta de um road-movie intencional, com paradas diversas para flertes, romance tântrico, hotel com honra militar, prisão, encontro de irmãos e de familiares, e por vezes puxava para algo mais emocional e de conexão realmente entre os protagonistas, e muitos nem vão notar essas quebras, mas irão sentir mesmo a falta de clima e emoção na trama, o que é um grandioso peso para carregarem na execução do filme, afinal tudo poderia ir muito além, o que acabou não acontecendo, mas nunca saberemos qual ideia é de cada um, então o jeito é assistir e se envolver apenas como um bom passatempo de domingo, mas que foi uma primeira direção bem trabalhada, pelo menos isso podemos dizer que Tatum fez, só poderia ter ido mais além.

Quanto das atuações, diria que vale falar apenas de Chaning Tatum mesmo com seu Jackson Briggs, pois a maioria foi apenas aparições pelo meio do caminho, e assim sendo o ator que é também o diretor do longa fez o que sabe fazer bem que é trabalhar trejeitos fortes mistos com situações meio que bobas e sempre com olhares marcantes, e aqui não desapontou nesse sentido, ao ponto que representou bem os apitos na cabeça que muitas pessoas tem com traumatismo craniano, a abstinência de remédios, e tudo mais, ao ponto que mantém seu personagem de uma forma bem dosada e agrada. Outro que agrada na verdade são três garotas, Zuza, Brita e Lana 5, que não dá para determinar em que momento é cada uma, mas foram muito bem na representação de Lulu do começo ao fim, sendo extremamente bem ensinadas e expressivas, tirando o máximo da paciência do protagonista, e assim agradando demais, portanto espero que o cachê delas tenha sido bem bom de petiscos! Já os demais atores nem vou entrar muito em detalhe, pois somente Ethan Suplee foi um pouco além com seu Noah nas cenas de busca dos pertences do protagonista junto com seu cão Rocket, e Kevin Nash junto de Jane Adams brincaram um pouco mais na cena da maconha, mas nada de muito importante para ser destacado.

Visualmente o longa foi bem simples, pois sendo um road-movie só precisou de uma caminhonete velha, que passa por alguns pontos dos EUA, como uma plantação clandestina de maconha com um maluco e sua esposa vidente, sendo algo bem montado no contexto visual da casa com muitos detalhe, depois temos a casa da ex-mulher do protagonista que foi quase dois frames do filme de tão rápido, o lance no hotel de luxo bem representado que já é mostrado quase que na totalidade do trailer, mas que ousa bem com os instintos de ataque da cachorra para que foi treinada, uma prisão simples também, mas com momentos divertidos pelo contexto em si, a casa do irmão da cachorra com uma busca no meio de drogados, sendo bem representativa pelo faro dos cachorros, um galpão no meio do deserto debaixo de uma tempestade bem cenográfica, mas com TV funcionando e criando momentos gostosos dos protagonistas, e claro o velório bem simples e emotivo, ainda tendo depois novas cenas no deserto e num campo de treinamentos, ou seja, tudo bem representativo que quase vemos um livro funcional na telona, e assim sendo algo que a equipe de arte trabalhou bastante para colocar tudo em detalhes.

Enfim, é um bom filme, mas que passou muito longe de atingir o ápice que poderia se colocasse um pouquinho mais de momentos emotivos, para realmente pegar o público e envolver no máximo como a maioria dos filmes de cachorros fazem conosco, então fica a dica para um bom passatempo ao menos, que vale dar aquela conferida em casa no sofá do domingo. E é isso meus amigos, eu fico por aqui hoje, mas volto em breve com mais textos, então abraços e até logo mais.


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