Netflix - Por Trás da Inocência (Deadly Illusions)

3/20/2021 01:44:00 AM |

Sabe aqueles filmes que tentam confundir você do começo ao fim, vão introduzindo coisas insanas durante toda a exibição, colocam uma graciosidade exagerada na inocência da personagem que você não consegue enxergar alguém ser dessa forma, e claro você a todo momento fica falando o que vai rolar, o que é verdade e o que é mentira, mas aí eis que o diretor resolve finalizar de uma forma tão sem jeito que não empolga, nem chega perto do que imaginávamos, ficando algo frouxo demais. Ou seja, se você já viu vários assim, com certeza irá ficar na dúvida se dá ou não play no lançamento da semana da Netflix, "Por Trás da Inocência", pois ele até tem alguns momentos de tensão, vários momentos de dúvidas, mas faltou aquele fechamento que todos esperavam realmente, além de o lance da voz ter ficado bem boba demais para nos convencer do que foi mostrado. E sendo assim, diria que é um filme que até tinha um certo potencial para ser interessantíssimo, mas não conseguiu ir muito longe, e o resultado soou frouxo demais para agradar no fechamento, não valendo muito a recomendação.

A sinopse nos conta que uma romancista best-seller, que está sofrendo de bloqueio de escrita, contrata uma jovem inocente para cuidar de seus filhos gêmeos. À medida que a romancista se entrega perigosamente a seu novo best-seller, a linha entre a vida que ela está escrevendo e a que está vivendo se torna tênue.

Diria que a diretora e roteirista Anna Elizabeth James até pensou em algo a mais para a sua trama, pois é visível a preocupação em abrir os elos da protagonista, colocar ela para pensar realmente se fez tudo o que aconteceu, entrar em contradição do que estava escrevendo com o que estava pensando, e também a ideia da coadjuvante de uma forma dupla também foi boa, porém ela precisaria ter desenvolvido isso bem antes, logo nas primeiras cenas, o que não aconteceu, ao ponto que usar isso apenas no final acabou soando falso e estranho demais. Ou seja, não vemos um erro próprio da trama, pois a ideia embora maluca e estranha no final até tem uma validade inteligente se formos olhar a fundo, porém faltou um desenvolvimento precoce dele para que aceitássemos o que ela quis nos passar, e assim sendo o filme não falha por inteiro, mas sim falha por exageros em momentos errados. 

Sobre as atuações, ambas as jovens mandaram muito bem em cena, cada uma da sua forma, no tempo correto, e claro aparecendo demais para que todos os atos fossem de certa maneira impactados, e assim o resultado entre elas é de uma química tão imponente que agrada bem. Dito isso, Kristin Davis entrou muito bem no papel da escritora Mary Morrison, fazendo todo o estilo de mulher riquíssima que não necessariamente precisa do trabalho, mas que entra no clima e sai fazendo besteiras com tudo o que vem em sua mente, soube aproveitar bem a vontade a maioria das cenas, e se jogou mesmo quando precisava, chamando a responsabilidade expressiva para si, e agradando. A jovem Greer Grammer é figurinha carimbada nos longas da diretora, e aqui sua Grace de cara já imaginamos que não era quem devia, pois ninguém é tão doce da forma que a atriz entregou, e assim ela trouxe uma personalidade bem marcante que chama a atenção e agrada com todas as sutilezas possíveis para ser revelada ao final a verdadeira face. Dermot Mulroney até fez um Tom interessante, mas foi pouco aproveitado na trama, ao ponto que se desenrola mesmo em três ou quatro cenas, e assim acaba sendo daqueles que nem lembraremos que participou do filme. Da mesma forma Shanola Hampton trabalhou sua Elaine em duas cenas, e acabou sendo usada nos atos finais para algo a mais, mas nem necessitariam dela se não quisessem. Quanto aos demais, foram enfeites cênicos, então melhor nem pontuar nada, já que as crianças também apenas participaram sem chamar quase atenção nenhuma.

Visualmente o longa é riquíssimo, afinal arrumaram uma mansão de cinema, com tudo gigantesco, ambientes bonitos e cheios de detalhes, livros espalhados, mas ao mesmo tempo arrumados, uma piscina incrível, uma banheira preparadíssima para ser usada na medida, um banheiro imenso, tudo muito rico de detalhes, e de uma forma tão clean que chega a impressionar. E o melhor, saíram do ambiente diversas vezes para lugares mais simples e ainda tiveram bons atos, como um bosque detalhadíssimo de folhas de outono alaranjadas (numa fotografia lindíssima), um baile de jantar beneficente num ambiente minúsculo, uma apresentação simplíssima de escola, e um hospital também sem muitos detalhes, ou seja, era melhor ter ficado só na casa mesmo, que mostraria todo o potencial da direção de arte, e o resultado seria melhor.

Enfim, é um filme interessante, com uma boa proposta, que foi desenvolvido com uma cadência meio lenta demais, e com um fechamento que precisaria ter sido melhor trabalhado antes para convencer, mas não chega a ser ruim, valendo como um rápido passatempo bem mediano que talvez muitos nem vão gostar do resultado geral, e sendo assim recomendo com mais ressalvas do que elogios. Bem é isso pessoal, fico por aqui hoje, mas volto amanhã com mais textos, então abraços e até logo mais.


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