Amazon Prime Video - Um Príncipe Em Nova York 2 (Coming 2 America)

3/07/2021 10:54:00 PM |

Certa vez que estava conversando com amigos de possíveis clássicos da Sessão da Tarde que mereciam continuações foi citado "Um Príncipe em Nova York", e ao conversarmos vimos que seria bacana ver o que aconteceu com o príncipe voltando para Zamunda e seu reinado, mas também pensávamos se teria a mesma graça, e foi o que acabou acontecendo agora 33 anos após o lançamento do original (confesso que não imaginava que tivesse passado tanto tempo!), pois ao trazer uma trama nostálgica que nos faz quase voltar no tempo, o resultado é uma produção gigantesca, cheia de sacadas meio que jogadas, que até tentam parecer com o que vimos lá nos anos 80, mas não atinge nenhum grande ápice e nem diverte como antigamente, afinal os tempos mudaram, e os gostos cômicos também, então o resultado acaba sendo bem mediano, que até serve como passatempo, mas será bem dispensável na memória.

A sinopse nos conta que no luxuoso país da realeza de Zamunda, o recém-coroado Rei Akeem descobre que tem um filho que ele não conhece e que pode ser herdeiro do trono — apesar do nobre já ter uma filha preparada para assumir o governo. Então, Akeem e seu confidente Semmi embarcam em uma hilária jornada que os levará ao redor do mundo: de sua grande nação africana, de volta ao Queens, bairro de Nova York.

Sabemos que o diretor John Landis fez diversas comédias de sucesso nos anos 80/90, mas praticamente se aposentou nos anos 2000, e agora voltando junto com Craig Brewer conseguiram transformar o longa em algo meio como uma reunião de amigos bem produzida, que até tinha chance de ser divertida se ocorresse logo após o lançamento lá pelo meio dos anos 90, porém mudou muito o estilo de fazer rir no público atualmente, e só quem for muito fã do estilo de piadas bobas acabará gostando efetivamente do resultado final. Não digo que não tenha boas cenas, pois alguns atos com músicas funcionaram bastante, e a cena do leão também foi muito bem fechada e idealizada, porém faltou um pouco de tudo para que acabássemos a sessão vibrando com as piadas. Ou seja, é um filme com um certo gracejo que nos faz reviver as primeiras comédias que vimos anos atrás, mas que ao contrário do tanto que rimos lá, aqui apenas sorrimos em alguns momentos.

Sobre as atuações o fato é que Eddie Murphy ainda se mantém bem nos personagens que faz, e aqui seu Akeem está bem colocado, porém sério demais, faltando um pouco de estilo e vida, talvez por o ator entregar algo mais velho, mais marcado, mas ainda assim se mantém bem em cena, e agrada nos atos que precisava aparecer, além claro de fazer outros personagens caricatos como sempre que dão o tom exagerado para a trama. Da mesma forma seu grande parceiro em diversas produções, Arsenio Hall entrega o gritante Semmi parecendo não ter envelhecido nem um dia, chamando bem a atenção para si, e claro para todos os outros personagens que faz, colocando dinâmica e gracejos nos seus momentos. Jermaine Fowler até tentou criar algo a mais com seu LaVelle, mas o personagem não foi muito chamativo, tendo alguns atos com boas sintonias junto aos demais, mas nada que o marcasse. Wesley Snipes até entregou um general Izzi bem interessante, e certamente filmaram cenas ainda mais impactantes suas (algumas do trailer não apareceram no filme), que agradaria ainda mais, pois o ator é carismático e tem estilo para papeis estranhos como foi colocado aqui. Leslie Jones entregou uma boa Mary, com seu gingado tradicional bem chamativo e exagerado, mas não foi tão bem aproveitada como poderia. Quanto as demais mulheres, as três filhas do protagonista lutam bem e chamam atenção, mas ficou mais direto a participação de Nomzamo Mbatha com sua Mirembe e Teyana Taylor com sua Bopoto, além claro de Shari Headley que reprisou seu papel de 88, mostrando aqui uma Lisa ainda agora bem imponente e cheia de força decisiva na família.

Visualmente o longa entrega uma gigantesca produção daquelas com cenários deslumbrantes, um palácio incrível, cenas no meio da selva, alguns momentos no Queens e até uma tentativa de mostrar um país fictício bem interessante que é governado pelo personagem de Wesley Snipes cheio de dancinhas e mercenários armados que dançam pra tudo, ou seja, algo que teria valido mais cenas para chamar atenção ali. Ou seja, a equipe de arte criou diversos momentos de dança em festas, em apresentações no palácio e tudo mais que acabam chamando atenção, porém certamente gastaram bem mais com maquiagens e figurinos do que realmente uma criação de set que poderia ser ainda mais criativo.

Como disse o filme tem grandes apresentações de dança e música, e a trilha sonora acabou chamando muita atenção, então quem quiser ouvir após conferir o longa, deixo aqui o link

Enfim, esperava algo mais próximo do clássico dos anos 80 (que vi algumas vezes nos anos 90) que me faria rir bastante e vivenciar os grandes personagens cômicos do Eddie Murphy, mas aqui acabou sendo algo morno bem produzido que não foi muito além, mas que serve pelo menos como um bom passatempo, e recomendo como algo nostálgico apenas que não deveriam ter gastado dinheiro para fazer, deixando quietinho o sucesso do passado, mas como a Amazon quis, então fica a dica para conferir na plataforma Amazon Prime Video. Bem é isso pessoal, fico por aqui hoje, mas volto em breve com mais textos, então abraços e até amanhã.


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