Netflix - É o Bicho! (Animal Crackers)

7/26/2020 02:42:00 AM |


Cada dia vejo mais empresas do ramo das animações entregando ótimas propostas para concorrer com as gigantes que tanto emplacam grandes sucessos, e usando isso a Netflix tem procurado algumas para também entrar na briga com algo a mais, e eis que a Blue Dream foi a escolhida da vez, e com um elenco cheio de grandes nomes hollywoodianos acabaram entregando "É o Bicho!" com uma pegada bem divertida, situações casuais e familiares, e principalmente colocando o circo como grande conector para que a trama funcionasse bem, e com isso o resultado agrada pelas boas cores, por bons momentos divertidíssimos, e principalmente pelos animais bacanas bem trabalhados com magia. Então o que faltou para o sucesso ser perfeito para arrumar uma boa briga com os grandes estúdios? O carisma! Pois o filme até tem bons atos, tem um ritmo agradável e gostoso de conferir, mas ao final não estamos torcendo para um ou outro personagem, cantando com eles, ou brincando com as imagens, mas sim apenas conferindo uma boa animação, e isso talvez seja o grande luxo que tanto estamos acostumados a ver por parte das três grandes, mas confesso que já melhoraram muito do que já vimos por lá em suas produções originais, tanto que no ano passado já vimos a primeira indicação do estúdio nas premiações do gênero, e possivelmente vão acertar cada vez mais.

A sinopse nos conta que uma família recebe, como parte de uma herança, um circo e uma caixa mágica de biscoitos. Aquele que come algum biscoito dessa caixa se transforma imediatamente em um animal. Junta, essa família fará de tudo para impedir que o circo caia nas garras do maléfico tio Horatio P. Huntington.

E para alcançar altos voos, o filme colocou um trio de diretores de peso comandados principalmente por Tony Bancroft que só é conhecido como animador de várias obras da Disney, mas que tem sua principal direção em cima da animação antiga "Mulan", e aqui junto com Scott Christian Sava que escreveu o livro base para a trama, e o espanhol Jaime Maestro que já vinha fazendo bons trabalhos animados por lá, resultando em uma equipe caprichada, aonde o estilo clássico domina, e lembra muito outras obras, principalmente pelo ritmo, pelo ar de vilania em busca de riquezas, da família bagunçada, e claro de tentar mostrar que não adianta trabalhar em algo que não gosta, pois o resultado flui melhor quando se ama o que faz, além claro de dar prioridade para a família. Ou seja, a base comum da maioria das animações, que o trio fez questão de desenvolver bem no longa. Diria que talvez o maior problema seja a condução tripla também, pois o filme faltou uma direção linear aonde talvez o carisma desenvolvesse melhor, de modo que logo de cara pegamos a ideia, e isso não chega a atrapalhar, pois trabalharam muito bem a comicidade dos personagens, usaram artifícios de gases que a maioria das crianças gostam de ver nas animações, e claro, brincaram muito com a magia, e o circo, fazendo com que tudo funcionasse bem, tivesse boas texturas, e agradasse de um modo geral, ou seja, acaba sendo um bom passatempo que até poderia ter ido mais longe, mas vale o tempo assistindo.

Sobre os personagens, e claro os dubladores originais, tivemos um vilão bem imponente dublado pelo grande Ian McKellen, fazendo com que Horatio tivesse força e bons atos. Tivemos um jovem magrelo e cheio de manias bem colocado por John Krasinski entregando um Owen atrapalhado, porém bem dinâmico. Tivemos uma empolgada e cheia de vida Zoe dublada por Emily Blunt. Temos um ótimo palhaço baixinho Chesterfield que não poderia ser outro senão Danny Devitto. Entre muitos outros bons atores se doando para cada um dos personagens secundários, desde Raven-Symoné com sua carismática e maluca Binkley, até chegarmos no quase "I'm Groot" que aqui virou "Bulletman" feito por Sylvester Stalone, ou seja, todos colocaram um pouco de tudo mas não se doaram ao ponto de termos personagens carismáticos e empolgantes para nos conectarmos tanto como acontece em outras animações, de forma que vemos todos bonitinhos, tudo bem gracioso, mas ficamos esperando algo a mais.

Visualmente o longa é bem colorido, consegue mostrar bem a ideologia do circo que andam tendo que se reinventar para poder chamar cada vez mais a atenção do público, pois o tradicional palhaços fazendo palhaçada, mágicos com suas cartolas, atiradores de facas, homens fortes, equilibristas e malabaristas já não empolgam como antigamente com sua magia tradicional, e aqui o apelo para animais mágicos também mostra a preocupação de não ter animais reais sendo torturados, ou seja, é uma discussão ampla que podemos ir além, e a equipe de arte soube brincar bastante com resultados bem divertidos e ousados, funcionando bastante.

Enfim, é uma animação bem gostosa de conferir com toda a família, que fará com que as crianças e os adultos se divirtam bastante, e que mesmo não sendo nenhuma grande e emocionante obra acaba entregando bons momentos agitados do começo ao fim, com uma boa dinâmica e um ritmo ao menos bem envolvente, ou seja, vale a conferida despretensiosa. Bem é isso pessoal, fico por aqui hoje, mas volto em breve com mais textos, então abraços e até logo mais.

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