Netflix - Decisão De Risco (Eye In The Sky)

7/28/2020 12:08:00 AM |


Uma das vantagens das plataformas de streaming é que além dos lançamentos semanais, você também pode ver alguns antigos que acabaram não chegando nas salas dos cinemas do interior, e hoje encarei o filme "Decisão de Risco" na Netflix, mais pelo elenco e pela história em si, do que pelo que aparentou o trailer, pois por lá já era possível imaginar a enrolação gigantesca para que a trama tivesse algum conteúdo, e foi dito e feito, de forma que é um tremendo filmaço, mostrando a polêmica imensa em decidir se abatem ou não um grupo de terroristas que estão juntos numa casa ou se tentam de alguma outra forma capturar eles. Pois bem, isso certamente num ato normal de guerra deveria durar coisa de alguns minutos (ao menos na hora do acontecimento, se tudo foi planejado antes), mas aqui resolveram discutir tudo, questões legais, liga pro fulano, liga pro ciclano, vê isso, vê aquilo, agora não dá que tem alguém ali, meuuuuu teve uma hora que se eu sou o general que está na sala com os políticos quem ia morrer ali eram os políticos, e os terroristas que se virassem depois, pois ô povo chato, mas tirando essa enrolação toda, é um filme interessante e bem intenso, que causa muita comoção principalmente pela mão que atira não ser a que decide, ou seja, a trama até passa bem rápido, mas poderia ser resolvida muito mais facilmente.

A sinopse nos conta que o encontro de três perigosos terroristas em Nairobi, no Quênia, faz com que uma elaborada operação seja coordenada diretamente da Inglaterra. É lá que a coronel Katherine Powell e o general Frank Benson acompanham os movimentos dos alvos, através de um avião-drone estrategicamente posicionado para que não seja detectado por radares inimigos. Inicialmente a operação seria para capturá-los, mas a descoberta de dois homens-bomba faz com que o objetivo mude para eliminá-los a qualquer custo. Inicia então um debate interno, envolvendo o lado militar e também o político, sobre como agir causando o mínimo possível de danos colaterais.

Sabemos bem que o estilo do diretor e ator Gavin Hood é daqueles que geralmente sobra algum canto pronto para cometer erros, visto que algumas obras suas são daquelas que os críticos caem matando em cima, mas também sabemos que ele tem uma boa técnica e geralmente consegue amarrar o público com o que costuma entregar, e aqui como justamente a obra preza "o amarrar", então é um filme que caiu como uma luva para vermos o quanto ele soube brincar com diálogos, revoltas, e principalmente mostrar toda a indústria de guerra atual, aonde hoje nem é mais necessário que os combatentes mesmo cheguem perto dos inimigos, bastando drones, e mais do que isso, pessoas dispostas a fazer uma "boa" negociação do que atacar ou não. Ou seja, o diretor foi preciso, soube trabalhar com um filme digamos não caro, afinal cada elenco pode trabalhar individualmente em pequenas salas, tendo apenas projetores, computadores e monitores, além de um ou outro detalhe, e deixasse com a computação para brincar com o resto, e assim a dinâmica foi muito bem montada, e funciona, embora volte a frisar que é um filme que enrola demais, e poderia ser resolvido tão rápido quanto você pense, mas aí não seria um longa.

Sobre as atuações, são diversos personagens que tiveram muita importância, cada um da sua maneira, e todos com expressões fortes e dinâmicas bem colocadas, de forma que não tenho que falar de um só exclusivamente, mas sim de todos, dando destaques para Helen Mirren claro pela imponência de sua personagem, Alan Rickman da mesma forma pela segurança (e destacaria ainda mais por não dar um tiro na cabeça de cada um dos demais irritantes na sala, principalmente em Monica Dolan), tivemos ainda do outro lado a precisão e o desespero de Aaron Paul e Phoebe Fox controlando o drone, e na linha de frente ainda tivemos bons momentos de Barkhad Abdi que chega a ser desesperador estar no meio de tudo e não levar um tiro, além claro da garotinha bem graciosa Aisha Takow, ou seja, todos se doaram em algum momento e foram bem resolvidos.

Visualmente como já disse o longa foi bem econômico e trabalhou praticamente todo em salas, uma maior aonde a personagem de Helen Mirren comandava todas as demais, outra menor com os personagens que controlavam o drone com um pouco mais de elementos cênicos, outra com os políticos em uma mesa de negociação, e claro os personagens mais simples ao redor da casa no Quênia, com muitos figurantes andando armados ao redor, detalhamento de bombas, drones menores (um beija-flor e um besouro) filmando tudo por controle remoto, e assim a equipe de arte brincou mais com os poucos ambientes e elementos, do que com uma guerra maior, deixando claro que a computação dominasse tudo, e locações mesmo fossem nem utilizadas.

Enfim, é um filme bem bacana, que causa toda uma tensão e comoção em cima de se vai matar civis ou não, se ataca agora ou não, o que é melhor fazer, ou seja, muita discussão e pouca ação, que acaba nos deixando bem agoniados, ao ponto de ser um filme que valha a conferida, porém volto a frisar que poderia ser bem menor, e sendo assim, quem gosta do estilo até vai se empolgar um pouco com tudo, e fica assim sendo a dica, e eu fico por aqui, então abraços e até logo mais.

0 comentários:

Postar um comentário

Obrigado por comentar em meu site... desde já agradeço por ler minhas críticas...