Netflix - Uma Mente Canina (Think Like a Dog)

7/04/2020 12:39:00 AM |


Filmes que envolvem animais sempre são bonitinhos, bobinhos e divertem como um bom passatempo, isso é um fato clássico e que já vimos ser usado e abusado durante anos, porém um ponto que costumo falar é que toda história necessita saber ser contada, pois as vezes você começa a falar algo para alguém e você vê que seu tempo ali está acabando e precisa correr, então planejamento geralmente funciona para isso, e muitos diretores acabam não pensando nisso e acabam ou alongando demais o filme ou precisando correr para encerrar dentro do tempo solicitado. E comecei escrevendo o texto do novo filme da Netflix, "Uma Mente Canina" por ser um exemplar exato de tudo isso, pois é bem fofo ver o cachorro se comunicando em pensamento com o garotinho (graças aos deuses do cinema não precisaram ficar mexendo a boca do cachorro para ele falar!), é uma trama divertidinha, tem uma pegada bacana familiar, porém o último ato é tão acelerado, com tudo acontecendo em uma correria imensa (inclusive com os cachorros correndo!), que vemos partes importantes sendo cortadas, vemos cenas sem nexo acontecendo, e tudo tão falso para acontecer como um plano elaborado, e isso infelizmente estragou bastante a qualidade da trama, pois tudo poderia ser fechado sem essa correria, bastava mais 10 minutos de cenas, e o resultado seria perfeito, mas infelizmente não somos nós que montamos todos os filmes, então, é curtir a trama e fingir que não viu acontecer.

O longa nos mostra que um menino-prodígio de 12 anos consegue estabelecer, através de um projeto para a feira de ciências, uma ligação telepática com seu melhor amigo, um cachorro. A dupla então une forças, usando suas perspectivas únicas para vencer as complicações escolares e familiares.

O diretor Gil Junger já foi bem falado por séries, por filmes familiares, romances e tudo mais, afinal seu estilo é bem característico por fazer coisas mais simples e fechadas de direção, ou seja, nada vindo dele é algo surpreendente ou que necessite pensar muito, o que não é ruim, porém ele tem esse defeitinho que falei no começo, de enrolar um pouco no começo e acelerar seus finais ao ponto de vermos coisas até estranhas acontecer como foi o caso aqui (a cena no final do cara levar um soco sem ao menos qualquer pessoa falar para o jovem que bate que o cara era o vilão é digna de olhar para e tela e se perguntar se você dormiu!), ou seja, já vimos ele fazer isso em outros filmes clássicos dos anos 90, só que naquela época como não ligávamos para nada, nem ligamos para o que vimos, e aqui acredito que muitos vão deixar passar, pois o filme também não é daqueles que dá para acreditar e reclamar de nada, então é algo exagerado pensar assim também. Porém é notório que o longa tem uma pegada tecnológica bacana, tentou ir por alguns meios para vários temas, como problemas familiares, mas poderia ter sido menos forçado, então o jeito é curtir o papo com o cachorro, e esquecer do restante, inclusive que foi um filme que teve diretor.

Quanto das atuações, friso que você deva focar o olhar nas crianças e nos cachorros e esquecer os adultos, pois Gabriel Bateman foi bem carismático com seu Oliver, entregou bons momentos junto com seu cachorro, fez cenas bobinhas, porém tradicionais de crianças, e acertou em cena. Da mesma forma, Todd Stashwick entregou uma dublagem perfeita para a mente canina, com boas piadas, bons tons cômicos e realmente enxergamos a personalidade que deu para o cachorro Henry como sendo a voz daquele cachorro. Agora Megan Fox (sim aquela que já foi estrela de grandes blockbusters, indo fazer filme sessão da tarde!) como Ellen é lastimável, sem expressões como casualmente já faz, mas com um papel tão jogado, tão sem fluxo, que praticamente poderia nem aparecer em cena que não faria falta. Da mesma maneira, Josh Duhamel (também protagonista de grandes bilheterias) entrega seu Lukas como um paizão que se acha ainda jovem, cheio de trejeitos, sacadas e tudo mais, mas seu mote no filme é mais o de ser um treinador famoso do que o lance familiar, ou seja, bem bobo seus atos. Kunal Nayyar até entrega um Mills interessante no começo, mas seu segundo ato é lotado de trejeitos forçados, além de que seu personagem foi o que mais sofreu com os cortes no final do longa, então não diria que seja um erro do ator, que até foi bem, mas o personagem em si se enfraqueceu demais. Quanto aos demais, volto a falar que foquem nas crianças, pois todos foram bem bacanas, com destaque para o menorzinho Izaac Wang com seu Li todo gracioso.

A equipe de arte brincou com alguns efeitos, mas não abusou da inteligência do público, trabalhando com cachorros reais, bem treinados, usando um ou outro efeito de traquejo de cena para manipular pulos, colocou um pouco de realidade virtual nos jogos do garoto, um holograma simples para dar nuances tecnológicas, e muitas projeções, além de um baile bem produzido para dar um bom desfecho, mas não quis ousar muito nas cenas nas casas e no hangar, ao ponto que o filme pareceu ser bem econômico, mesmo com alguns atores caros.

Enfim, é um filme bacana de conferir, que serve de passatempo para um domingo a tarde, mas que não se pode esperar nada de muito além dele, e claro é necessário relevar o desfecho exagerado no final da trama, que como disse, muitos nem irão notar, mas está lá. Sendo assim, quem gostar de filmes bobinhos, fica a dica. Bem é isso pessoal, fico por aqui hoje, mas volto em breve com mais textos, então abraços e até logo mais.

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