Rock Brasilia - Era de Ouro

4/08/2012 01:38:00 AM |

Um problema monstruoso na minha opinião de documentários é cair no formato Globo Repórter de ser e o filme ficar limitado a milhões de entrevistas, uma ligando com a outra, de uma maneira estritamente jornalística de captar os fatos históricos de como foi tudo. "Rock Brasília - Era de Ouro", peca por usar justamente dessa forma, porém para os fãs de Legião Urbana, Capital Inicial, entre outras bandas, que lotaram a sala, nem devem ter ligado pra isso e com certeza saíram satisfeitos da sessão, mas se olhar o filme em si não passa de um especial que passaria na TV sem ter uma didática própria para um longa que se preze de passar no cinema.

O filme mostra como a geração dos jovens de Brasília dos anos 80, filhos de profissionais liberais cheios de utopia, que se mudaram para a capital federal nos anos 60 mudou os rumos da música brasileira.

O diretor Vladimir Carvalho, até tenta fazer uma boa colcha de retalhos juntando depoimentos antigos de Renato Russo, com depoimentos mais atuais dos integrantes das bandas e sempre sincronizando as mudanças do estilo um começa a frase outro termina, consegue deixar bem interessante. Mas o grande problema é que ele esqueceu que era um documentário "musical" que falava sobre grandes nomes da música e na maior parte do tempo temos apenas as pessoas falando e só em determinados momentos ele põe a música das bandas ao fundo, isso foi um pecado imenso que poderia dar um ar completamente diferente e com certeza agradaria mais ainda os fãs e ficaria mais digerível para os apenas que gostam de uma boa sessão de cinema.

Muito pelo contrário eu falar que o filme é ruim, é algo de um valor bem interessante de se ver como eram as vidas dos integrantes e saber pelo que passaram em sua jornada de crescimento, principalmente numa época onde a economia mudava todo dia da mesma forma que as drogas entupia as veias dos artistas, mas se tivesse sido feito de outra forma com certeza seria bem mais rico em questões de cinema e não ficaria tão jornalístico.

Enfim, recomendo apenas para os fãs das bandas, pois como falei, se você apenas curtia as músicas mas não conhece bem os integrantes pode ficar meio perdido ou como vi do meu lado o garoto que cantou a música do começo e logo depois estava num sono bem profundo. Fico por aqui hoje, mas ainda temos mais uma estréia pra essa semana, então até mais tarde pessoal. Abraços.


2 comentários:

Ulisses disse...

Uma coisa que eu sinto falta de um documentário é a figura do narrador contando uma história para o público. As entrevistas e as performances do grupo seriam ferramentas para ilustrar o que o narrador está contando. Quase como um livro lido e interpretado. Deve ser a falta de roteiristas que tem por aqui.

Fernando Coelho disse...

Olá Ulisses, realmente gosto bastante desse estilo de documentário que você citou, veja depois a crítica do "Reino dos Felinos" que gostei bastante (http://temumcoelhonocinema.blogspot.com/2011/08/reino-dos-felinos.html) mas no Brasil o pessoal prefere mais o gênero de reportagem, acredito por formar cada ano milhares de Jornalistas nas faculdades. Tanto é que o Bahea que vi na sexta-feira é o mais próximo do narrado e me agradou mais, além de ter sido o vencedor do Festival pela opinião do público, quem sabe vendo isso não façam mais do estilo. Abraços.

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