Código Preto (Black Bag)

3/14/2025 09:11:00 PM |

Sempre que surge algum filme que não tenha visto trailer nas sessões que vou, ou nem ouvido falar nada dele antes da estreia, acabou indo meio que preparado para ser muito ruim ou algo que beire a perfeição! E hoje foi felizmente a segunda opção, pois "Código Preto" é daquelas raras delícias que até já vimos outros filmes semelhantes, mas que acabam sendo tão gostosos de ver, com tantas boas sacadas e entregas na tela, que você acaba rindo e se divertindo no meio de toda a tensão entregue pelos personagens, enquanto vamos tentando descobrir o traidor entre eles, que são espiões de elite. Ou seja, é daquelas tramas que brincam com você, e que acabamos desenvolvendo tudo o que mais gostamos em tramas investigativas, e que sem precisar apelar forçando a barra acaba funcionando com um primor tanto de direção, quanto de história e aonde os atores dão seu máximo sem nem precisar apontar uma arma que seja para o vilão. 

A sinopse nos conta que é preciso escolher: seu casamento ou sua lealdade? No longa acompanhamos o casal de agentes espiões Kathryn e George. Dentro de casa, a vida matrimonial é tranquila e apaixonada, os dois respeitando os segredos e as discrições da profissão. Quando, porém, alguém parece ter vazado informações confidenciais e perigosas da inteligência, Kathryn é a principal suspeita. A missão de George, agora, é descobrir se sua esposa é a verdadeira traidora, testando a confiança de seu casamento. De maneira extraoficial, George precisa ser discreto e encarar um dos maiores testes de sua carreira e vida pessoal: ser leal ao seu país ou ao seu relacionamento.

O bacana do diretor Steven Soderbergh ("Onze Homens e Um Segredo" e suas sequências, "Contágio") é que você nunca sabe se ele vai entregar algo que impressione positivamente, ou que você vai sair xingando tudo, mas suas parcerias com o roteirista David Koepp, que aliás ainda lançarão um novo longa nesse ano chamado "Presença", costumam dar bastante certo. E aqui eles brincaram com uma famosa faceta tão britânica que se tivesse mais ação até poderíamos chamar de algum derivado de 007, mas como tem muito mais dinâmicas investigativas, o resultado flui para um outro lado que julgo ser muito mais genial. Ou seja, é daqueles filmes que você vê o roteiro funcionando tão bem nas mãos do diretor que quase vira uma arma pronta para confundir o espectador, mas que sem precisar abusar de pensar demais, o que vemos na tela acaba virando uma grande brincadeira de gente grande, o que ao meu ver é algo maravilhoso.

Quanto das atuações, Michael Fassbender trabalhou seu George de uma maneira tão seca, que quase virou um polígrafo humano nas relações com todos os seus "amigos" da empresa, e sem mexer uma pálpebra que fosse foi armando todo o circo para o funcionamento do plano, aonde seus traquejos britânicos levaram o longa para outro patamar, ou seja, brilhante. Confesso que tenho uma relação de amor e ódio com Cate Blanchett, pois ela faz seus personagens serem tão fáceis, mas também tão duplos que irrita, e aqui com sua Kathryn, ela praticamente não faz nada e ao mesmo tempo faz tudo, sendo direta e até um pouco óbvia, o que é muito bom de ser visto, ou seja, vou continuar amando e odiando ela. Tom Burke trouxe para o seu Freddie aquele famoso personagem que parece bobo, cheio de traquejos que irritam, mas ao mesmo tempo acaba fazendo tudo ficar mais engraçado no meio de toda a tensão, e assim funciona bastante. Da mesma forma, Marisa Abela foi muito sagaz com sua Clarissa, trabalhando um ar meio pervertido, mas que soa interessante para a proposta, acaba tendo as melhores desenvolturas com tudo o que acontece na tela, e seu olhar final na mesa refletiu exatamente tudo o que fez no filme inteiro. Não sei se muitos sabem disso, mas tenho ranço de psicólogos na vida e no cinema mais ainda, de forma que a Dra. Zoe que Naomie Harris faz é o reflexo máximo da categoria, que muitas vezes sabe de tudo, tem seus podres, você acaba confiando nela, e pronto, perdeu tudo, ou seja, representou demais a categoria, no melhor sentido da palavra. Regé-Jean Page fez de seu James um personagem sério demais para fluir para os rumos que o filme pedia, mas acabou trabalhando bem todas suas cenas e chamou atenção de um modo simples, sem grandes explosões, mas talvez tenha faltado exatamente isso para que o papel fosse mais além. Quanto aos demais diria que deram pouco tempo de tela para Gustaf Skarsgård desenvolver seu Philip, de modo que nem acabou tendo muita importância, já por outro ângulo, mesmo com pouquíssimas cenas, Pierce Brosnan foi cheio de traquejos expressivos para que seu Arthur Stieglitz funcionasse e fosse marcante.

Visualmente o estilo costuma pedir muito mais cenas em diversas locações, muitos explosivos, tiros e tudo mais, mas aqui a base ficou quase que integralmente dentro da casa chique dos protagonistas, tendo uma mesa de jantar com tudo rolando ali com a comida que o personagem principal preparou, alguns atos dentro de um escritório cheio de imagens de câmeras, um banco de praça, e um lago ao de o protagonista pesca com seu barquinho simples, e também faz outras coisas por lá. Ou seja, a equipe de arte foi meticulosa e bem prática para acertar com bem pouco, mas com muita classe.

Enfim, é daqueles filmes que funcionam demais, que fui conferir sem esperar absolutamente nada, mas que me envolvi, ri bastante, e sai extremamente feliz com o que me foi entregue, que até pode ser parecido com muitos outros, mas que por enquanto irei lembrar bastante dele para indicar para todos. Só não falo que é perfeito, por mesmo sendo bem curto com pouco mais de uma hora e meia, aparentar ser muito maior, o que indica uma cadência meio que amarrada, mas ainda assim, é brilhante. E é isso meus amigos, eu fico por aqui agora, mas como de praxe nas sextas que vem muitos filmes, lá vou eu para mais uma sessão, então abraços e até daqui a pouco com mais um texto.


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Vitória

3/14/2025 01:44:00 AM |

Realmente estava com muito medo do que veria na telona hoje pelo tanto que se falava de "Vitória" antes da estreia oficial, eram os favoráveis já dizendo que ia ganhar milhões de prêmios, que a Fernanda estava isso, aquilo e aquele outro, que era brilhante e tudo mais, enquanto os contrários só metralhavam que onde já se viu colocar uma mulher branca para interpretar uma negra, o mesmo do jornalista principal, que era feito puramente com dinheiro do governo e tudo mais. E o que tenho de falar é simples e direto: o filme é uma pedrada daquelas que você fica pensando em mil coisas, mas esquece completamente de tudo o que já falaram, pois a trama fala sozinha, você vê a sua avó ali, depois de anos para conseguir sua casinha própria, trabalhando e sofrendo nas mãos de patrões que abusavam da bondade dela, a hora que consegue vê o crime acontecer da sua janela, tem de dormir no chão ou dentro da banheira para não levar uma bala perdida, vê crianças ingênuas caindo no mundo das drogas, mas que não consegue levar desaforo, e corajosa vai lá e financia sua câmera para provar pro policial que queria provas, toma aqui a tonelada de provas. Ou seja, é um filme fortíssimo pela essência em si, com uma atuação direta e imponente da protagonista, mas que mesmo tendo esse tema horrível do crime, consegue ser belíssimo pela simpatia e empatia dos demais ao redor da protagonista, de modo que não cansa, e faz você vivenciar o momento e as dinâmicas mostradas na tela, sendo mais do que reflexivo, mas um nobre e bem trabalhado resultado para ser visto na telona.

A sinopse nos conta que Vitória é uma senhora solitária que, aflita com a violência que passa a tomar conta da sua vizinhança e em conflito com os vizinhos, começa a filmar da janela de seu apartamento. A idosa registra a movimentação de traficantes de drogas da região durante meses, com a intenção de cooperar com o trabalho da polícia. A atitude consegue chamar a atenção de um jornalista, que faz amizade com Vitória e tenta ajudá-la nessa missão.

Diria que o diretor Andrucha Waddington (genro de Fernanda Montenegro) foi muito sutil no que fez quando pegou o filme ainda sem ter andado, já que substituiu Breno Silveira após sua morte no começo das filmagens, que tinha escolhido a atriz por sugestão do jornalista verdadeiro que dizia que a verdadeira Dona Vitória, já que estava sob sigilo policial e ninguém nem sabia sua aparência, gostaria que fosse a dama do cinema nacional que a lhe interpretasse, e ao desenvolver a trama o único momento que dá um vértice que seria realmente uma mulher negra (o que se descobriu em 2023 quando a verdadeira morreu, e aí foi mostrado sua foto mundo afora) é quando ela conta seu passado para o jornalista, de quase escravidão, abusos e tudo mais dos patrões, do restante poderia ser a minha avó ou a de qualquer um ali em qualquer país do mundo, que vê o crime acontecer e deseja fazer algo, alguns mais corajosos que outros, mas pensaria em algo. E a beleza da trama é ver tudo se desenvolver sem precisar de grandes diálogos, ou grandes atos marcantes, pois o ambiente faz o filme, os olhares puxam a emoção ali na tela, e o resultado parece ser simples num primeiro momento, aí você vai ampliando tudo na mente, e fala: "o que foi que eu vi!", e pronto, você está apaixonado pela direção, pela protagonista e por tudo o que é mostrado na tela.

Quanto das atuações, nem é preciso falar nada de Fernanda Montenegro com sua Vitória, pois ela entrega com tanta personalidade, que certamente se Dona Nina estivesse viva certamente daria um jeito de aparecer na surdina na sessão de estreia para aplaudir e abraçar a atriz, pois ela deu um tom que você sente a senhorinha de muita idade, que tem uma afeição incrível para com o garotinho do morro, e que apenas quer viver no seu apartamento sem medo, afinal antes era uma floresta linda o que ela tinha na frente e agora é um antro de matanças, seja pelas drogas, pelas armas ou pela corrupção em si, e a grande dama do cinema nacional precisou falar muito pouco, mas entregou muito com olhares, movimentos e dinâmicas, o que emociona e envolve, ou seja, deu show. Alan Rocha recebeu o maior afago que um ator pode ter com seu Fábio Gusmão, o do verdadeiro representado conseguir se enxergar na tela, e muitos vão criticar a mudança de cor do personagem para o real, mas isso não é algo que incomoda, pois ele soube capturar a essência de se apaixonar pela senhorinha e tentar ajudar ao máximo ela para que sua matéria ficasse boa, mas principalmente que o risco de vida dela não ficasse tão gigantesco, e assim vemos traquejos e dinâmicas tão bem alocadas que o jovem merece muitos aplausos. Conheci a atriz Linn da Quebrada antes de entrar no BBB em um documentário perfeito aonde se mostrou com traquejos expressivos tão bem colocados que me chamou bastante atenção, ao ponto que depois que a vi no programa achei um pouco chamativa demais, mas fez bem, afinal com isso chamou atenção para outros trabalhos na TV e no cinema, e aqui ela tem umas 6-7 cenas com sua Bibiana, mas foi gigante com a entrega que fez com a protagonista, sendo de uma graciosidade, cheia de bons trejeitos, e ficando com um papel muito bem representado na tela. Quanto aos demais, a maioria foi de mais conexões na tela, mas vale dois grandes destaques para Laila Garin como a delegada que assume a investigação do caso e clama pela proteção para a senhorinha, e claro para o garotinho Thawan Lucas que mostrou personalidade nas várias cenas que está presente e conseguiu chamar muita atenção expressiva, ou seja, tem futuro.

Visualmente a equipe de arte caprichou pra valer na composição do apartamento da senhorinha, sendo algo bem casa de vó mesmo, com a cristaleira recheada de porcelanas de estimação, sempre tendo um bolinho e um café, um monte de coisa que você nem sabe o motivo de estar ali, mas fica bonitinho, uma vitrola tocando boas canções, e na janela se vendo o caos, música ruim, pessoas empunhando armas, drogas, tiroteio, matanças, e tudo mais bem representado, as delegacias com policiais que não estão com o mínimo de vontade de atender ninguém, e claro o bingão clandestino quase que um cassino de luxo, com atendentes educados, levando todos para dentro, o bailão e muito mais, fora claro o principal elemento cênico que eu quase morri de tanto rir, do vendedor explicando mil funções da câmera para a senhorinha e ela quase perguntando se ela filmava. Ou seja, um belo trabalho de arte funcional e direto.

Enfim, é um filme muito bom, que traz vários sentimentos e emoções, mas que raspa a trave de errar por repetir muitos detalhes, que claro foi funcional para mostrar a indignação da senhora indo direto nas autoridades e ninguém resolvendo, mas dava para ser mais sucinto, porém isso é uma frescura minha com relação a edições, o que não deve incomodar ninguém e sendo assim se tivesse meias notas daria um 9,5, mas como não tenho vou seguir no 9 por não achar tão perfeito como fui imaginando (talvez a velha saga de ir esperando demais que eu sempre falo para não irem). Então fica a dica para todos conferirem, e eu fico por aqui hoje, mas volto amanhã com muitas outras dicas, então abraços e até logo mais.


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A Versão de Anita (La Versione di Anita)

3/13/2025 01:13:00 AM |

Quem me conhece sabe o quanto evito documentários, pois é muito difícil avaliar algo real, mas gosto muito de ver quando um diretor consegue fugir do tradicional jornalístico e parte para algo quase ficcional, que tenha uma proposta certeira e dinâmica aonde a história sai de apenas uma biografia e também não fica tão pautada na realidade, abrindo asas para que o público conhece mais tudo aquilo que vai ser mostrado, e quando surgiu a oportunidade de conferir "A Versão de Anita", que estreia primeiramente em Porto Alegre no dia 13/03 e depois sai em circuito em várias cidades e países, fiquei bem interessado, afinal além de contar algo que conhecia só o básico de Anita Garibaldi, ou melhor Ana Maria de Jesus Ribeiro, foi feito como se fosse ela viva com 200 anos, mas com rostinho de 30, contando em um podcast suas desenvolturas e vivências no Brasil e na Itália, e claro que junto da jovem falando também tem historiadores, escritores e até familiares, tudo muito bem acompanhado de interpretação dos atos por atores e fotos e filmes que representassem tudo, ou seja, um trabalho de pesquisa impecável e também muita criatividade para que não virasse uma obra ficcional na tela.

A sinopse nos conta que Anita é uma das maiores guerreiras da história. Contando a sua vida 200 anos após o seu nascimento, repassamos a sua biografia a partir de uma nova perspectiva, com a sua voz, através dos seus olhos e do seu ponto de vista muito pessoal. Anita está de volta... disposta a nos contar sua história.

Diria que o diretor e roteirista Luca Criscenti foi muito perspicaz com o trabalho de pesquisa e desenvolvimento na tela, pois seu filme poderia ir por diversos vértices, poderia nem ter a interpretação de atores, mas ao escolher esse estilo ele deu um ar muito mais jovial para o trabalho, fazendo com que não apenas pessoas que já conheciam a Anita pelas aulas de História se interessassem pelo longa, mas sim quem nunca ouviu falar dela (o que é difícil), e mais do que isso, o material trabalhado consegue conectar o ambiente que hoje é tão imponente pelo girl-power, mas que naquela época nem se falava disso, e mais do que apenas uma inspiração e ajuda para o famoso Giuseppe Garibaldi, ela fez muito acontecer, tendo envolvimentos em guerras e até tendo familiares infelizmente no meio do fascismo italiano. Ou seja, tudo soou tão bem colocado que o filme flui e não cansa, pois confesso a História em si não é algo que muitos brilham os olhos, mas que na entrega aqui funciona, mostrando o estilo de direção e claro o olhar do diretor para a personagem.

Quanto das atuações, Marino Sinibaldi trabalhou com muita desenvoltura fazendo ele mesmo em seu podcast, entrevistando e dando as nuances de trechos de livros que falavam sobre a personagem, de modo que a química com a entrevistada fez com que quiséssemos saber mais, e isso só um bom entrevistador sabe fazer. Flaminia Cuzzoli foi imponente com sua Anita, tendo uma postura forte e bem marcante, sabendo pontuar seus olhares e respostas, e não ficando solta na tela, o que acabou chamando muita atenção. Ainda tivemos um bom Lorenzo Lavia fazendo Giuseppe Garibaldi, mas bem em segundo plano, o que acaba sendo bacana de ver, pois sendo um filme de Anita, não cabia ele como já é bem mais conhecido sobrepor. Quanto aos que falaram sobre a mulher e suas desenvolturas, foi bacana ver a bisneta dela, Annita Garibaldi Jalet, além de boas histórias contadas por Silvia Cavicchioli, Maurizi Maggiani, Leticia Wierzchowski, Roberto Balzani e Adilcio Cadorin.

É até estranho falar da direção de arte em um documentário, mas foram bem coesos nos ambientes filmados tanto para os entrevistados ficarem em lugares marcantes, quanto para as cenas externas, sejam em navios, barcos, florestas, descampados e tudo mais, além do estúdio de rádio bem encaixado para a entrevistada principal, ou seja, a equipe constituiu bons figurinos e tudo mais para ser representativo da personagem vivendo tudo na época atual, e assim o resultado funcionou bem.

Enfim, sabia que iria gostar do que veria na tela, afinal a proposta já tinha me chamado atenção quando veio o material do longa, e conferindo entrei completamente na ideia e fui lá para os anos 1800 rever um pouco da História do Sul do Brasil e também da Itália, com bons momentos que não cansam e envolvem bastante, claro que gostaria um pouco mais do uso do podcast para que a protagonista entrasse mais na onda, mas aí não sobraria tempo para os demais (quem sabe colocando eles lá também seria um diferencial), então fica a dica para quem estiver em Porto Alegre no dia 13/03 às 19hs conferir uma sessão comentada Cinemateca Paulo Amorim (R. dos Andradas, 736), e assim que surgir em sua cidade confira também. Fico por aqui hoje agradecendo a Zapata Filmes e a Gugianna Assessoria pela cabine, e volto amanhã com mais dicas, então abraços e até logo mais.


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Netflix - Reality

3/11/2025 11:39:00 PM |

Filmes investigativos costumam ser bem bacanas para tentarmos colocar nossas teorias de espionagem em prova, porém alguns exemplares não nos deixam brincar com as essências do estilo, e o longa "Reality", que pode ser conferido na Netflix é bem a prova disso, pois mostra algo que incomoda e é bem feito dentro da tensão representativa, mostrando quase como uma peça teatral rápida usando inclusive os áudios reais do processo, como o grupo do FBI interrogou a jovem Reality Winner após vazar documentos confidenciais para uma reportagem. A grande sacada do longa é mostrar a desenvoltura calma da protagonista em responder apenas o que era questionada, afinal os policiais já chegaram sabendo de tudo, mas a dinâmica que poderia ser bem agressiva é feita com uma intensidade tão subjetiva que acabamos nos irritando com tudo, pois dava para chegar, prender e tudo certo, mas fizeram uma gravação de mais de 90 minutos aonde apenas ouviram o que já sabiam. O mais engraçado é que o filme poderia ter ficado bem ruim por ser morno demais, mas acaba funcionando justamente por ser dessa forma.

O longa nos mostra que uma ex-especialista em inteligência americana recebeu a sentença mais longa pela divulgação não autorizada de informações do governo à mídia sobre a interferência russa nas eleições de 2016 nos Estados Unidos, por meio de uma operação de e-mail. O filme faz uma referência a história recente dos Estados Unidos e, usando um diálogo original não editado de uma gravação do FBI, reencena a busca de 2017 na casa da denunciante Reality Winner.

Uma grande sacada da diretora e roteirista Tina Satter foi trabalhar o filme praticamente em plano-sequência durante toda a duração de tela, não tendo cortes e fazendo como se fosse 100% real o depoimento desde a abordagem no carro até a prisão da garota, fazendo com que os traquejos dos diálogos só fossem interrompidos nos momentos de informações sigilosas também, o que foi algo engraçado de ver a pessoa sumindo da tela. Ou seja, é meio como se assistíssemos a uma peça na tela, porém tendo as quebras cênicas para não revelar da mesma forma que ocorrem nos depoimentos sigilosos do governo (aonde colocam as famosas tarjas pretas tampando nomes que não poderiam ser lidos), e assim diria que a estreia da diretora foi bem coesa, de modo que não chega a incomodar, mas que também não floreia para que seu filme ficasse mais imponente, o que não é ruim de acontecer também.

Quanto das atuações, Sydney Sweeney entregou com muita propriedade toda a calma e desenvoltura de Reality Winner, sabendo construir trejeitos bem marcantes e não deixar que o espectador fugisse dela, de modo que falei com menos de meia hora que a mulher tinha algo extra, sem saber de nada, e depois vai dosando conforme vai falando mudando olhares e tudo mais, ou seja, deu muito conta do recado. Josh Hamilton e Marchánt Davis chegou a ser tão repetitivos com a ênfase de ter um mandato, que por um momento cheguei a pensar que os caras nem fossem realmente do FBI, mas é a velha tática de repetir e fazer com que a pessoa vá se soltando e confundindo com o que vai falando para no fim entregar exatamente o que desejavam, e assim sendo diria que os atores foram bem no que precisavam se expressar, chamando atenção e não ficando em segundo plano.

Visualmente o longa é bem básico, mostrando a casa simples da garota, muitas fotos, armas e materiais conforme os demais policiais procuravam pela casa, e do lado de fora vemos um cercado para o cão, o gatão gigante amarrado no pé da cama, e um cômodo vazio aonde é feito o interrogatório/entrevista, sendo tudo sem grandes chamarizes, mas bem encaixado na tela, tendo como principal destaque os desaparecimentos dos atores na hora que falavam algo que não podia aparecer, e até o caracol lento andando pela janela foi bem simbólico para marcar a dinâmica do filme.

Enfim, não é um longa que você vai sair envolvido com os personagens, nem vai achar a criatividade máxima na tela, mas serve como um passatempo interessante para quem gosta de ver tipos de interrogatórios, pois foi bem representativo na tela, e sendo baseado em uma peça teatral, o resultado é notável na tela, principalmente pela duração relativa como se fosse tudo numa sequência real, então fica a dica para a conferida. E é isso meus amigos, fico por aqui hoje, mas volto amanhã com mais dicas, então abraços e até logo mais.


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O Melhor Amigo

3/09/2025 11:59:00 PM |

Confesso que nunca esperava ver um musical nacional homossexual como filme, pois no teatro já até tivemos algumas obras do estilo, mas não algo formatado como cinema mesmo, e o melhor é que o filme "O Melhor Amigo" funciona bem com a perspectiva trabalhada, sendo daqueles filmes que saem bem do estilo tradicional, brincando com músicas mais do passado, mas que divertem e se encaixam com a história de um jovem que namora um outro rapaz, mas tem saudades do seu primeiro caso que nunca mais viu, e resolvendo ir passear por onde o rapaz viva antigamente fez boas sínteses e acabou se conhecendo mais por ali. Diria que a trama tem uma pegada leve, sem forçar tanto a barra no conceito geral, mas que tem sua graciosidade nos traquejos, e quem curte um pouco o estilo mais romantizado vai se conectar com a história dos personagens, e mesmo sendo um estilo que poucos gostam, que é o musical, o resultado agrada por entrar somente em momentos chaves, e assim agradará um público maior.

A sinopse nos conta que frustrado com seu atual relacionamento com Martin, que adora grandes declarações de amor, o jovem arquiteto Lucas decide viajar sozinho para Canoa Quebrada, no Ceará, para espairecer. Mas, mais do que um cenário paradisíaco, Lucas reencontra uma antiga paixão de faculdade, o sedutor Felipe. Entre questões mal resolvidas do passado e novas possibilidades para o futuro, Lucas embarca em uma jornada musical, capaz de revelar descobertas importantes sobre si mesmo.

Quando lá em 2019 o diretor Allan Deberton explodiu com o filme "Pacarrete" muitos apostaram que o jovem iria despontar ainda mais no futuro, só que ninguém esperava que ele fizesse um musical para os cinemas, algo que pouquíssimos diretores nacionais se arriscam a trabalhar, e por incrível que pareça conseguiu o feito de algo complexo como um romance homossexual ter tanta desenvoltura e brilho com o que fez. Ou seja, ele pegou a história base de um curta seu de 2013 e amplificou sem precisar ficar no famoso "encher linguiça", trabalhando bem todo um contexto musical de época, sem destoar o tom e ainda criando algo que tivesse pegada e funcionasse bem. Claro que por ser um estilo que muitos não são muito fãs, e também trabalhar com algo mais de nicho como é um romance homossexual, o diretor fez algo que possivelmente tenha muitas críticas por quem não for do meio, mas como ele fez uma trama bem dentro do casual, o resultado funciona na tela.

Quanto das atuações, Vinicius Teixeira se entregou bem para a personalidade mais fechada de seu Lucas, não tendo tanta ousadia para as cenas mais intensas, mas se jogando bem nos atos cantados e que precisavam de maior intimidade, de forma que soube chamar atenção com sutilezas, porém poderia ter sido mais dinâmico em alguns atos que traria um tom menos tímido para o papel. Gabriel Fuentes fez o tradicional guia galã sedutor de cidades turísticas, que trabalha em várias funções para ganhar a vida e também os clientes, e seu jeitão mais jogado ficou bem colocado dentro do que o filme pedia para seu Felipe, e assim acabou chamando muita atenção, quase sobrepondo o protagonista. Ainda tivemos outros bons personagens secundários, como Léo Bahia fazendo Martin, o namorado atual do protagonista, Deydianne Piaf entregando a dona de uma boate, e até Mateus Carrieri fazendo um outro turista que vai se relacionar com o jovem, além da participação especial de Claudia Ohana como uma vidente que talvez pudesse ter sido melhor aproveitada.

Visualmente a trama passeia pelas dunas, praias e bares de Canoa Quebrada, mas a grande base é dentro da pousada aonde o jovem se hospeda e claro na boate aonde vemos muitos shows, além de boas entregas musicais por todos os lados não tendo tantos elementos cênicos, mas tudo sendo bem funcional para que o longa se desenvolvesse e tivesse bons elos.

Enfim, é um filme interessante que mostra que o cinema nacional cada dia tem entregue coisas novas, de gêneros e estilos bem diferentes, provando que com uma boa ousadia e uma história bem trabalhada acaba funcionando na telona, e assim sendo vale a recomendação para a conferida na Sessão Vitrine Petrobrás a partir do dia 13/03 nos cinemas. Então fica a dica, e eu fico por aqui hoje, mas volto amanhã com mais textos, então abraços e até logo mais.


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Mickey 17

3/08/2025 02:34:00 PM |

Costumo dizer que é um pecado bons filmes estrearem logo após o término das premiações, pois até entram em festivais mais clássicos como Veneza, Berlim e Cannes, mas depois acabam esquecidos das premiações que realmente o grande público fica maluco para ver os ganhadores, claro que existem os lobbys das distribuidoras e alguns diretores e atores até chamam bastante público para dar bilheteria, mas não é a mesma coisa que aparecer mesmo na grande mídia. E o filme "Mickey 17" certamente levaria  muitos prêmios em categorias técnicas e até mesmo nos de atuação e história, pois é o limiar certo entre uma trama artística e uma trama comercial bem divertida e cheia de ação, aonde o diretor coloca pontuações entre grandes políticos e comandantes que acham que sabem muito, mas são explorados pelos ao seu redor, nos apresenta a ideia de clonagem tanto falada de uma forma fácil e imprimível de pessoas descartáveis, ironiza tecnologias e pessoas, e muito mais com traquejos bem conectados e de fácil assimilação, aonde até assustamos de ver algo assim de um diretor que gosta de algo mais complexo, mas quando deixou-se levar e com muito dinheiro para gastar, entregou algo que quase chega a ser brilhante, mas é tão gostoso de ver que nem vamos ligar para alguns momentos perdidos ao vento.

O longa acompanha Mickey Barnes, um homem consumível enviado em uma missão suicida para colonizar o planeta gelado de Niflheim. Como parte de um grupo descartável, cada integrante é designado a tarefas perigosas, e quando morre, suas memórias são transferidas para um novo corpo, um clone que continua a missão sem interrupções. Após dezesseis mortes, Mickey começa a perceber que sua existência não é tão simples quanto parece. Confrontado com os segredos sombrios por trás de sua repetitiva jornada, ele se vê diante de escolhas que podem abalar a ordem estabelecida e alterar o destino da missão.

O diretor e roteirista Bong Joon Ho sempre fez bons filmes, mas desde "Expresso do Amanhã" que começou a chamar atenção real da mídia, e depois ganhando um Oscar com "Parasita" que nem falado em inglês era, simplesmente virou um gênio que todos querem ver seus próximos trabalhos o quanto antes nas telonas, e aqui ele resolveu pegar um livro completamente maluco, aonde precisaria de um orçamento gigantesco para que tudo funcionasse, ele simplesmente ligou o desapego total e surtou com algo brilhante, aonde brinca com diversos assuntos complexos e com coisas que muitos outros morreriam de medo de mostrar na telona como um retrato de muita coisa que possivelmente veremos em breve acontecer, e ao sair atirando encontrou um elenco disposto a ir na sua onda e conseguiu um feito mágico, daqueles que novamente mostra que ele não erra. Ou seja, ele conseguiu sair de algo bem menor para algo gigante e não deixou de lado simbolismos, essências e tudo mais que gosta de trabalhar, agradando na medida desde o público mais cult de festivais até o espectador mediano que vai no cinema apenas para se divertir, e isso na visão de um produtor é fazer cinema bem feito.

Quanto das atuações, se tem um ator que a cada filme novo evolui anos em sua carreira é Robert Pattinson, de modo que muitos acharam que ele desapareceria após ter estourado em duas franquias, sendo uma como o protagonista mais criticado da história do cinema (e não foram poucos filmes para conseguir melhorar algo apático), mas aqui pegou o papel de Mickey e a cada nova impressão feita pela máquina, seu papel e trejeitos se moldavam para alguém diferente e diferenciado na tela, mostrando ainda mais perspicácia no segundo ato inteiro que tem de trabalhar em dobro com dois personagens completamente diferentes, ou seja, ele se jogou para o que o diretor precisava na tela, e o acerto foi realmente incrível de ver. Muitos vão enxergar diversas personalidades que existiram e algumas que ainda existem no Marshall que Mark Ruffalo faz brilhantemente, mas ainda assim ele conseguiu ser alguém completamente diferente de tudo o que já fez na sua carreira, e isso deu ao mesmo tempo para ele um tom cômico interessante e estranhamente bizarro de ver. Naomie Ackie trabalhou sua Nasha não tão explosiva quanto poderia, de modo que o brilho do protagonista ofuscou demais ela, e não era bem isso o que a personagem poderia entregar, não sendo algo falho, mas faltou chamar alguns momentos mais para si para realmente aparecer na tela. Ainda tivemos muitos outros bons atores brilhantes em cena, como Steven Yeun com seu Timo bem amigável, mas meio traíra também com o protagonista,; Anamaria Vartolomei fazendo uma Kai bem variada; Daniel Henshall trabalhando como um bom marqueteiro do comandante com ideias de câmeras, discursos e tudo mais; mas entre os secundários quem não foi nada secundária foi Toni Collete com sua Ylfa criando molhos para tudo, mas sendo quase como a responsável pela articulação do comandante da nave, ao mesmo tempo que parece inofensiva e maluca, de modo que todos juntos ficaram perfeitos na tela.

Visualmente a trama entrega uma produção impecável cheia de detalhes, que mesmo com ambientes amplos se preocupou em ocupar todo o espaço, tendo a grandiosa nave com vários quartos e nos dois que entram procurando ter muitos elementos para parecer algo interessante, a cabine do capitão num jantar bem requintado, porém estranho, a "impressora" puxando o "papel-corpo 3D" indo e voltando para renascer o rapaz, muitos fios e testes malucos de vírus, venenos e tudo mais com ele, o plante bem gelado com muita neve e buracos, pedras gigantes, os shows bizarros do comandante, e claro muitas armas, naves, tanques, mas sem dúvida o melhor de tudo foram os vários rastejadores "fofinhos" bem detalhados com seus tentáculos engraçados, ou seja, algo bem rico e marcante.

Enfim, é daqueles filmes que certamente iremos lembrar muitas vezes seja pela ideia mostrada na tela, seja pelos personagens, ou até mesmo pela loucura grandiosa completa da direção, e assim sendo funciona facilmente como algo que brilha e vai muito além do comum, pois mesmo repetindo a mesma cena uma tonelada de vezes conseguiram fazer isso de forma diferente e completa na tela, a única pontuação que deixo é que mesmo sendo uma nave com muitos viajantes, acabou não desenvolvendo muitos bons secundários, e assim ficando como única falha. Sendo assim recomendo demais ele para todos verem nas maiores salas, se possível, pois vale demais a pena. E é isso pessoal, fico por aqui hoje, mas volto em breve com mais textos, então abraços e até logo mais.


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O Homem-Cão (Dog Man)

3/07/2025 08:49:00 PM |

O que mais gosto das animações da DreamWorks é que eles não ligam para que tudo vire uma bagunça na tela, bastando que fique divertido na tela e entregue a proposta está valendo, não importando loucuras que sejam necessárias para isso. E comecei falando dessa forma do longa "O Homem-Cão" que mesmo que você não conheça nada do Universo desses quadrinhos, a história acaba se desenvolvendo de forma tão divertida e carinhosa, com sacadas duplas, que os pequenos não irão pegar tão fácil, mas que nós mais velhos vamos rir de e tudo, que ao final você já está imerso na trama querendo até mais do filme, mesmo tudo sendo infantil para ser lúdico para as crianças. Ou seja, é uma animação bem simples que até estava pensando em pular, mas que acabei curtindo bastante o resultado final que acabei vendo e me envolvendo com toda a entrega do personagem.

A sinopse nos conta que o Homem-Cão nasce depois de um acidente entre um policial humano e seu fiel cachorro de estimação durante uma operação. Uma operação para salvar a vida dos dois realiza a fusão do corpo de um com a cabeça do outro. Sob essa nova identidade, o homem-cão vira então um protetor da cidade e precisa parar os planos de destruição do malvado gato e supervilão Pepê. Pronto para criar uma versão sua em miniatura, o pequeno Pepezinho, e duplicar sua capacidade criminosa, o gato, porém, perde o controle da situação e acaba precisando se unir com o homem-cão. Os dois precisam, então, correr contra o tempo para salvar o pequeno gatinho das garras de um inimigo em comum. 

Diria que o diretor Peter Hastings foi muito bem colocado no desenvolvimento da história de sucesso que David Pilkey criou, pois ao brincar com cenas bem ágeis e outras mais afetivas, junto de um desenho sólido, porém bem representativo (e que belamente veio com a maioria dos escritos convertidos para nossa língua) acabou mostrando tanto técnica quanto conhecimento dos personagens, de tal forma que não lembro de já ter lido os livros ou visto qualquer coisa anterior sobre ele, porém em diversos momentos parecia já conhecer tudo, ou seja, a precisão cênica acabou sendo graciosa e funcional para que tudo tivesse uma boa imersão, e certamente veremos mais trabalhos dele, pois é uma saga que dá para desenvolver mais, mesmo com tudo sendo rápido e como dito pelos narradores, editado ao máximo 

Quanto dos personagens, o mais bacana foi não darem uma voz e falas para o protagonista Homem-Cão, para que ele ficasse mais real e icônico com os traquejos de uma mente canina mesmo, e assim funciona bem e agrada do começo ao fim por todas as loucuras que entrega. Também gosto quando o vilão tem um ar depressivo, e Pepê, o Gato foi muito bem dublado por Gustavo Pereira, ao ponto que ele não economizou no sotaque carioca, mas ainda assim deu uma boa personalidade felina para o tom do personagem, ao ponto que não ficamos bravos com as "maldades" que faz em cena, mas acabamos mais rindo da entrega toda. O Chefe que Rodrigo Oliveira dublou ficou meio surtado demais, mas pelo estilo do desenho acredito que essa foi a intenção, de forma que funciona bem nas cenas mais malucas possíveis como a do local secreto que quase rolei de rir no cinema. Ainda tivemos outros bons personagens na tela com a jornalista bem carismática Sarah Hatoff dublada por Flavia Fontenelle, o graciosa e bem criança mesmo cheio de porquês, Pepezinho que Bernardo Lopes deu voz e até o verdadeiro vilão Flippy acabou bem entregue por Sérgio Stern.

Visualmente como falei no começo, a animação não tem muita texturas, sendo quase um 2D com um pouco mais de imersões usando sombras e profundidades, mas tudo tem muita cor, muitos ambientes, e claro por ser uma obra infantil, tudo muito explicado e mostrado pelos narradores, de modo que qualquer coisa que pareça minimamente difícil de se conectar acaba sendo escrita e falada na tela, desde as várias lojas da cidade até os sons que cada um faz, ou seja, tudo virou animação e isso é bem legal de ver.

Enfim, confesso que estava muito descrente do que veria hoje na tela, e acabei bem satisfeito com tudo, me divertindo bastante, e as crianças que estavam na sala também riram e curtiram bastante, então vale a recomendação mesmo já sendo a segunda semana de exibição, então fica a dica para levar desde os menorzinhos até os mais velhos que conhecem o personagem pelos livros. E é isso meus amigos, fico por aqui agora, mas vou conferir outro longa agora na sequência, então abraços e até mais tarde.



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Uma Advogada Brilhante

3/07/2025 01:21:00 AM |

Não vou enrolar vocês, pois sei do pessoal que gosta de comédias nacionais, principalmente as que tem Leandro Hassum no protagonismo, e de cara fui conferir "Uma Advogada Brilhante" preparado para algo bem bombástico, mas como era o que tinha melhor horário para uma quinta-feira de estreias, eis que foi a única opção, e o que posso falar é que o longa não é ruim dentro da proposta que queriam entregar, de mostrar a força do feminino que mesmo empresas falando que equiparam homens e mulheres, muitas das vezes acabam causando mais assédio do que dando reais oportunidades para elas, e o quão difícil é ser uma mulher para um homem não perder seu emprego, e até aí ok, porém o longa é uma comédia, ou melhor tenta ser, pois não faz rir em momento algum, e assim sendo falha bastante, e o pior é que fizeram um esforço gigantesco para tentar deixar o longa ruim, com tantos absurdos que chega a chocar o exagero feito na tela, parecendo que queriam realmente parodiar algo do passado ou "zoar" as mudanças atuais no mundo. Ou seja, é um filme que tem um final bem bacana, mas um começo deprimente e um miolo bagunçado, que quem quiser conferir vai sofrer um bocado e rir bem pouco.

O confuso e cômico advogado Michelle detesta seu nome por ser confundido com um nome feminino. Seu nome lê-se Mikele, mas ninguém consegue acertar. Ele recebe a incumbência de sustentar a ex-mulher e o filho, ou ambos serão liberados pela juíza de família a se mudar para os Estados Unidos. Como notícia ruim não anda sozinha, no mesmo dia, ele descobre que o escritório de advocacia onde trabalha foi comprado, e somente as advogadas mulheres continuarão trabalhando lá. Aí é que a sorte, ou o azar, de Mike muda. Seu nome é confundido com Dra. Michelle, e ele ganha uma segunda chance. Só precisa se passar por mulher para continuar empregado e ter dinheiro para bancar a pensão.

Diria que a diretora Ale McHaddo tentou fazer cômica a famosa briga dos sexos na tela, colocando em pauta também sua transição como elo secundário, de tal forma que o filme tem até muitas piadas de duplo sentido sendo colocadas nos diálogos, porém quase nenhuma engrena e faz rir (e olha que dessa vez a sala tinha mais algumas pessoas para não dizer que apenas eu não ri). Ou seja, o trio de roteiristas não conseguiu fazer com que o politicamente incorreto superasse o elo de quebra para que o filme funcionasse como uma boa comédia, e nem os protagonistas foram na onda, de modo que o jeitão de Mamma Bruscheta de Hassum até tem um certo gracejo cômico com as apelações que faz para que o filme tente engrenar, mas não rola, e já que também não tem uma pegada dramática satisfatória sem ser nos atos finais, o longa acaba ficando naquele limbo que ninguém vai entender o que a diretora quis mostrar.

Sei que posso estar mais chato, mas muitos vão concordar comigo que depois que Leandro Hassum emagreceu ele perdeu a graça, e desde "O Candidato Honesto" não conseguiu mais lotar as salas e nem fazer rir como antigamente, mudando o tom e o estilo de suas piadas, que por vezes não funcionam bem, e aqui seu Michelle é meio abobado e até um pouco irritante, enquanto sua Michelle já tem uma pegada mais cheia de sacadas, e que se impondo com bons traquejos até agrada dentro do possível, mas sem ir muito longe. Bruno Garcia forçou um pouco a barra para que seu JP tivesse traquejos de um advogado de grande porte da empresa, mas não conseguiu agradar nem com o capacho que colocaram para lhe acompanhar que nem tem uma frase completa para ir além. Claudia Campolina tentou dar um tom meio que romantizado para sua Julia, mas ficou no meio do caminho com o que a diretora desejava, tendo um lado bem empoderado, mas ao mesmo tempo deixada de lado. Paulinho Serra pareceu saído de uma esquete do Zorra Total com seu Guido (usando até a antiga piada para sua aula de academia Power Guido). Quem eu diria que foi bem no que fez foi Marcelo Mansfield com seu Dr. Pacheco, que brincando com alguns elos foi bem encaixado. Já os demais, é melhor economizar no teclado.

Visualmente a trama até tem momentos e ambientes bem detalhados, com um tribunal até que bem arrumado para um caso maior, claro que exagerando nas torcidas ao fundo de pessoas de academia versus fãs de uma funkeira com uma música incrível (ironia nível hard!), tivemos o fã clube da funkeira também que mais parece algo saído de um filme de terror cheio de coisas antigas, o escritório dos advogados até bem arrumado com a sala do dono quase como uma catacumba do drácula, uma boate também dentro do escritório (algo até estranho demais), e claro um tribunal menor da vara de família com Danilo Gentili de juiz, ou seja, o absurdo máximo, ainda tivemos também a pizzaria da família, além de uma escola aonde vemos só a sala da diretoria, ou seja, tudo bem econômico, mas bem representado na tela.

Enfim, é um filme que se fosse melhor desenvolvido até seria agradável e muito recomendável nessa época do ano em homenagem ao Dia das Mulheres, mas acabaram zoando tudo de uma forma não divertida e nem interessante de ser vista, que a proposta mais desanda do que agrada, e assim o resultado não flui como uma boa comédia, e fica mediano como algo maior, ou seja, tem filmes melhores para se conferir na telona. E é isso meus amigos, fico por aqui hoje, mas volto amanhã com mais dicas, então abraços e até logo mais.


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Netflix - Os Dois Hemisférios de Lucca (Los Dos Hemisferios de Lucca) (Lucca's World)

3/06/2025 01:18:00 AM |

Amo ver filmes de histórias reais dramáticas de superação que trazem aquele envolvimento gostoso e quentinho para o coração, pois mesmo que não faça você lavar a sala do cinema ou seu quarto conferindo, o resultado acaba sendo bem trabalhado, mas uma coisa que me incomoda demais é que o diretor não quer saber apenas de lhe dar o envolvimento, ele quer de qualquer forma que você chore, e fica forçando isso com músicas, com situações inacreditáveis e tudo mais, ao ponto de que o filme não se desprende do roteiro. E comecei falando dessa forma sobre o filme da Netflix, "Os Dois Hemisférios de Lucca", pois o público fica conectado com a mãe do garoto em menos de meia hora que iniciou o longa, mas vamos vendo tudo acontecer e ficar tão pautado algumas situações que poderia rolar, mas o diretor insiste em tentar provocar a comoção. Claro que no livro em que o filme foi baseado tudo pode ser bem detalhado, mas no cinema dá para absorver algumas coisas, e a tesoura tem de funcionar, senão acaba virando um novelão mexicano, que quase acabou ocorrendo. Ou seja, o filme é lindo, mas está no limiar do aceitável, e alguns até podem se incomodar com alguns excessos.

A trama gira em torno de Bárbara, uma mãe que viaja até a Índia com seu marido Andrés, e a sua família em busca de um novo tratamento para seu filho, Lucca, seu primogênito que sofre com paralisia cerebral. Chegando no país, Bárbara coloca a vida de seu filho nas mãos de Rajah Kumar, um médico e cientista que vai transformar a vida da família. Através de uma terapia futurista e inovadora chamada Cytotron, o doutor Kumar é capaz de apoiar Lucca, seguindo assim a sua promessa que fez desde o princípio: apoiar o garoto, mesmo que isso significasse ir para o fim.

Posso dizer que a diretora e roteirista Mariana Chenillo conseguiu extrair muitas coisas do livro de Bárbara Anderson, e também aproveitou bastante os vídeos que a mãe do garoto fez durante o tratamento e a jornada evolutiva do garoto, pois vemos a presença externa funcionando demais dentro do contexto, e claro o celular está lá meio que documentando tudo, claro que por ela ser uma jornalista teve muitas ideias e conexões, e claro isso ajudou, mas o filme se aprofunda ao invés de ser raso como muitas vezes vemos, e isso ao mesmo tempo que mostra uma qualidade da diretora, também pesa no arco exageradamente dramático do filme, e como disse acima acaba parecendo um pouco apelativo. Claro que volto a frisar que pelos vídeos o garotinho sofreu muito e sua família também, mas dava para que o filme não ficasse tão denso, e ainda assim continuasse emotivo, mas faltou saber segurar a onda na tela, o que não é nenhum demérito.

Quanto das atuações, posso afirmar que Bárbara Mori se jogou dentro da verdadeira Bárbara para que conseguisse passar uma emoção realista na tela, sabendo dosar seus atos na tela e ter um carinho muito grande com o jovem Julián Tello (que não consegui descobrir se realmente tem a doença ou fez uma interpretação fora dos padrões para emocionar também), e assim a atriz foi muito bem desenvolta na tela o que agradou bastante, mesmo parecendo um pouco forçada em determinados atos. Juan Pablo Medina fez boas cenas com a protagonista, porém ficou um pai meio que apenas participativo, não tendo momentos que trouxesse algo a mais para o filme, e isso acabou fazendo com que seu Andrés apenas estivesse nas cenas com trejeitos emotivos, mas nada que pudesse ir além. Ari Brickman conseguiu fazer ao mesmo tempo que seu Dr. Jaramillo fosse chamativo na tela, mas também puxasse um ódio gigantesco quando se mostra mais um empresário do que um médico, e assim acaba virando meio que um vilão do longa. Quanto aos demais, vale apenas um bom destaque para o carismático médico Kumar que Danish Husain fez uma boa entrega, Hernán Mendoza também trabalhou bem o neurologista do garoto, e a babá/cuidadora que Paloma Almavar fez também foi bem no que precisava fazer, não sendo grandiosas atuações, mas bem encaixadas pelo menos foram na tela.

Visualmente a trama mostrou o apartamento simples de classe média da família, um pouco da revista aonde a protagonista trabalhava, várias visitas ao hospital da cidade com cenas bem fortes de epilepsias, e depois toda a viagem para a Índia tendo problemas na parada em Paris, aí vemos todo o conflituoso trânsito da Índia, e um centro de tratamento que assim como o garotinho Bruno fala, é mais parecido com uma fazendo do que com um hospital, tendo vários bichos, mas equipamentos de ponta para testes e lasers, vemos também uma espécie de culto que o garotinho frequenta ali, entre muitos outros detalhes bem alocados para que o filme tivesse um bom funcionamento na tela, mostrando que a equipe de arte pesquisou bastante a vida da família e o resultado apareceu.

Enfim, é um filme com uma pegada bem marcante, porém um pouco forçada para que ficasse mais forte na tela, mas ainda assim envolve demais e isso acaba não incomodando, principalmente quem curte tramas desse estilo, então recomendo para quem for um pouco mais emotivo que fique com algum lencinho durante a conferida, mas nada que vá fazer você lavar sua sala ou quarto de casa. E é isso meus amigos, fico por aqui hoje, mas volto amanhã com mais dicas, então abraços e até logo mais.


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O Macaco (The Monkey)

3/05/2025 02:21:00 AM |

Existem filmes de terror que dá para levar a sério, que você acaba se arrepiando e/ou assustando com algo, tem aqueles que é a pura matança sem nexo algum que até incomodam, e tem daqueles que você tem de se desligar por completo e apenas curtir as ironias e dinâmicas cheias de sacadas de humor negro que o diretor resolveu entregar para seu público, aonde claro vemos acidentes e mortes violentíssimas e bizarras, mas é isso o que o público que vai conferir quer ver, então acaba sendo um acerto imenso. E claro que comecei o texto do filme "O Macaco" dessa forma pelo simples motivo que mesmo sendo imensamente bizarro, se você não tentar levar a sério o que a trama entrega, o resultado acaba sendo tão bom de ver, que você irá rir aos montes com cada morte mais sem noção que a outra, e com toda a ideia mostrada na tela, pois não vemos uma entidade, não temos um serial killer, nem um assassino premeditando seus crimes, apenas o que está escrito no pôster, que todo mundo morre, e isso é uma merda de um acidente. Ou seja, é daqueles filmes tão malucos que você acaba curtindo o que vê, e quando se dá conta já acaba com algo ainda mais bizarro passando na sua frente, e isso funciona demais para a proposta do longa, que facilmente devem vir com uma continuação.

A trama acompanha os gêmeos Bill e Hal, que descobrem um antigo macaco de brinquedo no sótão de seu pai. A partir desse momento, uma série de mortes terríveis começa a acontecer. Tentando se livrar do brinquedo e seguir em frente, os irmãos decidem descartá-lo e, com o tempo, distanciam-se desse passado sombrio. No entanto, o terror parece não os abandonar.

Diria que o diretor e roteirista Osgood Perkins (ou Oz Perkins como assinava antes) saiu da água para o vinho após o estranhíssimo filme do ano passado "Longlegs - Vínculo Mortal", pois ao pegar o conto de Stephen King muitos sequer imaginavam como ele faria um macaco de brinquedo virar um tremendo vilão, e a sacada escolhida foi muito bem coesa, afinal não deixando se levar como algo crível, a brincadeira com as mortes, acidentes e tudo mais virou algo muito maior e cheio de desenvoltura, ao ponto de termos até um cavaleiro do Apocalipse na trama, ou seja, absurdos insanos que acabam mostrando o fator descrença como algo perigosíssimo, mas que aqui soou como uma vingança que não pode ser ao seu favor. Ou seja, o diretor pegou um conto minúsculo de trinta e poucas páginas e brincou com as facetas simples aonde o terror acaba sendo pego pela violência das mortes, mas que também pode ser observado através do ódio da vingança e claro do poder causar, e assim o resultado funcionou demais na tela.

Quanto das atuações, o longa foi bem econômico, afinal são dois atores para fazer quatro papéis, afinal são gêmeos e apenas deram algumas mudanças de cabelo e nos óculos de Theo James quando adulto e Christian Covery na infância dos personagens Bill e Hal, de modo que os atores souberam contrapor muito nas personalidades, atitudes e trejeitos, criando quase que realmente quatro personagens bem diferentes, e essa desenvoltura bem solta meio que medrosa de Bill e já explosiva por parte de Hal consegue nos encantar com cada momento cênico da trama, sendo um belo acerto de todos. Dentre os demais personagens do filme, tivemos bons atos com Elijah Wood quase que irreconhecível com uma franja imensa bem estranha para seu Ted, Colin O'Brien como o filho irritante do protagonista, Tatiana Maslany como a mãe dos garotos, Sarah Levy como a tia Ida, Tess Degenstein como a corretora Barbara, Danica Dreyer como a babá, e pasmem o próprio diretor Osgood Perkins como o tio Chip, aonde praticamente todos tiveram mortes bem icônicas na tela.

Visualmente uma grande sacada da equipe de arte foi fazer o macaco diabólico de um tamanho bem maior do que casualmente vemos esse brinquedo em outros filmes, sendo algo bem chamativo e feio, que ao abrir o sorrisão já era, tivemos casas bem rústicas e antigas para criar aspectos estranhos na tela, mas que funcionaram muito bem com todos os detalhes, um galpão quase no estilo 'Esqueceram de Mim' cheio de armadilhas de tudo quanto estilo, mortes bem impactantes de todos os jeitos possíveis e bizarramente inimagináveis, e um final destrutivo para a cidade no melhor estilo possível com muito fogo, quedas de aviões, e até um caminhão da morte, e como dei o spoiler em cima um cavaleiro do Apocalipse passeando pelas ruas em caos, ou seja, capricharam na direção de arte.

Enfim, não é um filme que você vai ficar com medo, temor ou tomar grandes sustos, pois não é essa a proposta da trama, mas tudo é tão bem colocado e impactante com as mortes, que você se chocará com o que verá ou irá rir aos montes, o que também vale como uma forma de causar algo no público, e assim sendo vale a recomendação de conferida para todos. E é isso meus amigos, fico por aqui hoje, mas volto amanhã com mais dicas, então abraços e até logo mais.


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Netflix - Bastion 36

3/04/2025 08:09:00 PM |

Costumo dizer que ao darmos play em um longa francês já sabemos que não irá acabar de um modo comum, pois eles gostam de diferenciar as situações e entregas na tela, e geralmente conseguem trabalhar tramas comuns com outra pegada. E depois de um bom tempo sem ver nada na Netflix, o longa "Bastion 36" me pareceu interessante pela sinopse, e a entrega cênica funciona bastante do começo ao fim, mesmo parecendo uma série com o tanto de personagens "importantes" para a trama que vão aparecendo e se conectando. Ou seja, é daqueles filmes que dentro do conceito policial investigativo funciona bastante, mas que raspa a trave de se perder com tantos personagens, pois em determinado momento já nem sabemos quem é mais importante ou não para o desenrolar, e assim sendo o filme se abre demais na tela, o que é sempre um grandioso perigo.

O longa acompanha Antoine Cerda em sua mudança da Brigada de Investigações e Intervenções para a Brigada Anti-Crime após as mortes e desaparecimento de seus colegas de trabalho. Curioso com o mistério envolvendo os crimes ocorridos em menos de 24 horas, o oficial da polícia francesa toma a decisão de averiguar sozinho todas as pistas envolvidas no caso. Com isso, ele entra em uma terrível guerra policial, sendo capaz de descobrir um conflito interno na segurança da cidade.

Diria que o diretor e roteirista Olivier Marchal soube usar bem o livro de Michel Tourscher para que sua obra ficasse dinâmica e com bons desenvolvimentos na tela, de modo que certamente tinha muito mais para colocar na trama, mas ele optou por segurar a trama sem ficar fazendo muitas apresentações e interações, o que talvez numa série policial maior acabaria tendo um resultado maior, mas com o tempo de tela contado, o que fez foi funcional e bem entregue para que cada momento focasse mais no protagonista e na sua dinâmica de ir em busca de verdades. Claro que dessa forma também o diretor acabou deixando todos os demais meio que turvos na trama, pois por vezes aparecem do nada, conversam muito e saem de cena sem nem sabermos quem é, mas aí volto a frisar que o filme acabaria virando uma série, e o que acabou faltando foi polir melhor o roteiro para que nem precisassem de tantos outros personagens na tela.

Quanto das atuações, como falei acima um feito bem colocado do diretor foi dar a Victor Belmondo a liberdade dinâmica para que seu Antoine se impusesse de uma maneira fácil nos diversos meios, pois o ator não teve um carisma ou traquejos que fizesse o público se conectar com o que entrega, mas como o filme o leva a experimentar diversos tipos de cenas, desde lutas, perseguições, tiros e investigações, o resultado dele acaba ficando maior, e agrada com a pedida da trama. Juliette Dol trabalhou sua Hanna com alguns atos mais dispersos, aparecendo e desaparecendo conforme o protagonista precisava dela, mas conseguiu ser despojada dentro do ambiente cênico e com isso agradar com o que fez. Dentre os demais, o que acabou se destacando um pouco mais foi Tewfik Jallab com seu Sami e Yvan Attal com seu Charles, mas sem grandes momentos marcantes realmente, pois faltou um desenvolvimento maior para que todos pudessem participar mais, mas com isso também precisaria de tempo, o que a equipe não tinha na tela.

Visualmente o longa tem até uma boa pegada com boas perseguições em carros e motos, mortes bem próximas com tiros para ninguém reclamar de não voar sangue pelas cabeças, boas lutas e ringues clandestinos, e até mesmo os atos policiais ficaram dentro de um padrão de detalhes bem montado, que talvez pudessem ser mais representativos, mas não incomodam com o que colocaram na tela.

Enfim, é um filme que traz um bom passatempo na tela, que funciona bem dentro da proposta e tem uma boa entrega, mas que não joga muito além para o público por precisar de muitos personagens e eles não serem desenvolvidos na tela, e sendo assim o resultado acaba sendo um mediano um pouco melhorado, que até vale uma leve recomendação. E é isso pessoal, fico por aqui hoje, mas volto amanhã com mais dicas, então abraços e até logo mais.


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Amazon Prime Video - Red Rooms: Obsessão Doentia (Les Chambres Rouges)

3/02/2025 08:41:00 PM |

Coloquei o longa canadense "Red Rooms: Obsessão Doentia" como sendo da Amazon Prime Video, mas ele está em todas as plataformas para locação, e trabalha bem tanto a postura de uma trama de julgamentos, quanto permeia bem um drama em cima da desenvoltura de uma pessoa se apaixonar por um assassino ou pelo caso em si, tentando resolver ele mais do que o próprio júri. Ou seja, é uma trama bem densa, cheia de dinâmicas obscuras por trabalhar a dark web, mas que mostra tanta personalidade por parte das protagonistas que o resultado acaba chamando muita atenção, mesmo não sendo daqueles filmes que você vai se surpreender com as reviravoltas do caso. Diria que o filme tem uma pegada que vai muito além do mostrado, que encaixa com elos estranhos e pessoas estranhas, e que talvez o julgamento valesse mostrar um pouco mais tudo, para realmente chocar, mas ainda assim a densidade agrada bastante.

A sinopse nos conta que Kelly-Anne acorda todas as manhãs na porta do tribunal para garantir um lugar no julgamento altamente divulgado de Ludovic Chevalier, um serial killer por quem ela é obcecada. Com o passar dos dias, a jovem criará laços com outra groupie, o que a afastará momentaneamente de sua sufocante solidão. Mas ao conviver com os pais das vítimas em um julgamento que está ficando paralisado, Kelly-Anne acha cada vez mais difícil manter seu equilíbrio psicológico e lidar com sua fixação doentia no carrasco. Ela então tentará por todos os meios colocar as mãos na peça final do quebra-cabeça: o vídeo desaparecido do assassinato de uma das vítimas, com quem ela tem uma semelhança perturbadora.

O diretor e roteirista Pascal Plante conseguiu criar uma trama densa em cima de uma situação que sabemos que realmente existe de pessoas que acabam fissuradas/apaixonadas por um caso e/ou um assassino, mas fez disso uma obra tão aberta e dinâmica que acabamos entrando no clima que ele propõe, desenhando todo o envolvimento das protagonistas, parecendo que no primeiro momento a protagonista não tinha esse afinco do que realmente queria, mas ao viver um pouco com a outra mudou suas perspectivas, para depois voltar a explodir e nos dar um final bem interessante, mostrando que tanto o diretor, quanto o roteiro permeavam a isso.

Quanto das atuações, Juliette Gariépy trabalhou sua Kelly-Anne com muita imposição cênica e determinação, parecendo estar ligada no 220V tanto com expressividade quanto com interação, fazendo atos imponentes e bem encaixados. A jovem Laurie Babin trabalhou sua Clementine como uma fanática pelo assassino tão imponente que você fica pensando como alguém pode ser assim, mas sabemos que na vida real existem dessas, mas o seu final foi bacana, e a atriz soube trabalhar bem essa essência. O longa não foca mais tanto nos demais personagens, de modo que vale uma leve menção para Maxwell McCabe Lokos por trabalhar um Chevalier quieto quase sem expressão, mas dando um leve tchauzinho para o ato que a protagonista se maquia do jeito que o assassino gosta, e claro para o surto da mãe da garota que Elisabeth Locas faz na mesma cena.

Visualmente a trama mostra um tribunal meio confuso e num espaço tão pequeno que parece uma repartição dessas de telefonia, um apartamento minúsculo também da protagonista, porém muito refinado e tecnológico, com seu computador de duas telas, seus jogos de pôquer, o quadro conversando com ela e fazendo as devidas atividades eletrônicas, um show jornalístico meio que bagunçado e bem pouco da dark web sendo mostrada, o que valeria uma maior interação.

Enfim, é um filme que tem estilo, que funciona bem dentro da proposta, mas que talvez pudesse ser mais contundente e incisivo na tela, que você assiste e fica esperando aquele algo a mais que não acontece, e assim sendo vale a locação desde que se não espere muito dele. E é isso meus amigos, fico por aqui hoje, logo mais tem o Oscar para conferir, e volto amanhã com mais dicas, então abraços e até logo mais.


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Reality de Horror: Influencers em Pânico (Amp House Massacre)

3/02/2025 02:34:00 AM |

Tenho para mim que um longa que muda a data de estreia diversas vezes tem problemas, pois o público acaba vendo tanto o trailer nas sessões que acaba até enjoando, e isso aconteceu com "Reality de Horror: Influencers em Pânico" para quem foi aos cinemas nos últimos 4 meses muitas vezes, porém sempre me dou a chance de estar errado, e cá estava eu e mais uma meia dúzia de adolescentes numa sala de 200 lugares para conferir o longa na sessão, esperando ao menos que fosse um slasher decente (slasher são filmes de matança a toa, com algum tipo de assassino sanguinolento que mata quem tiver na sua frente) ou então algum tipo de vingança bem feita por algo contra esse povo que ganha dinheiro indicando coisas e mostrando sua vida aparentemente perfeita. Bem começou o longa senti que a jovem escolhida para substituir um integrante morto iria ter algo a mais para causar, depois imaginei a possibilidade do jovem não ter morrido, e por último imaginei que fosse algum tipo de pegadinha apenas para ganhar visualizações e que ninguém tinha morrido, e pasmem errei nas três teorias que construí em minha mente, mas não foi essa a minha decepção com o longa, mas sim a escolha do assassino e sua motivação tão fútil quanto os integrantes da casa, e aí sim fiquei desapontado com a entrega, pois é curto, direto ao ponto, deixa aberto para quem sabe uma continuação, mas faltou o principal: motivação, e isso é a base que odeio em slashers aonde o cara mata por matar, e aqui não era um slasher para me causar isso.

O longa mostra um reality com famosos influenciadores que ficam juntos confinados em uma mansão em Los Angeles. O programa mostra o dia a dia dos jovens ricos e famosos. Inesperadamente o líder da casa, Mario, morre misteriosamente. Um ano depois, uma nova influenciadora, Amanda, é convidada a entrar na casa, e um novo fato passa a assombrar a todos. No aniversário da morte de Mario, o grupo perde o controle da casa e os influenciadores começam a morrer um a um.

Diria que os diretores e roteiristas Dame Pierre e Mike Ware sonharam com a possibilidade de fazer um Big Brother com influenciadores (algo que acho que já até teve) e colocar algumas gotas de "Pânico" com um ser estranho das pegadinhas deles os seguindo e matando, mas não conseguiram elaborar algo que funcionasse realmente na tela sem que ficasse absurdo e estranho, pois as histórias anteriores dos personagens não nos convence, sendo algo que talvez se lá fora os caras fossem bem famosos e conhecidos, o resultado talvez chamaria a atenção sem precisar apresentações, mas como não acontece, a trama acaba sendo confusa e sem grandes fluxos na tela, fora que faltou apavoramento por parte dos atores, como se as mortes estivessem ocorrendo e faltasse eles posarem para foto junto.

E já que comecei a falar das atuações, Rafael Cebrián até tentou parecer alguém interessante, meio como um líder da casa com seu Jared, mas seu estilo descontrolado acaba não sendo convincente depois que aparece uma certa traição, parecendo estar mais perdido que tudo com os trejeitos exagerados na tela. Ana Osorio meio que entrou como uma coitadinha com sua Amanda e não consegue entregar nada com facetas expressivas ao menos deprimentes que era o que gostavam de ver em seus vídeos, ou seja, chegou sem um personagem e nem teve tempo para isso. Kara Royster trabalhou sua Janelle com classe sendo bem expressiva e até fazendo alguns carões meio que desesperados, mas não convenceu muito até seu ato final, o que poderia ser mais imponente na tela. Ainda tivemos até um câmera tentando ser convincente na tela com Jordan Tortorello, Pedro Correa tentando ser meio que galã com seu Hunter, Chris O'Neal tentando ser descolado com seu Lonnie e Cassandra Scerbo passando um ar de mocinha indefesa/Cinderela na tela, mas não convenceram.

Visualmente o longa é cheio de luzes piscantes, muitas imagens de vídeos, curtidas, câmeras de segurança, festas, drogas, bebidas, e claro a matança tudo em um único ambiente, de modo que certamente a produção gastou muito mais para fazer os mini-vídeos que aparecem no começo do que para todas as demais cenas dentro da mansão, e assim mesmo o misterioso assassino com cabeça tecnológica não chama atenção na tela.

Enfim, faltou trabalhar melhor tudo para que o filme funcionasse na tela e não ser apenas esquetes meio que jogadas, pois mexendo um pouco no roteiro ali, eliminando outros personagens acolá e talvez até aumentando a duração para desenvolver melhor os personagens o resultado acabaria sendo uma trama bacana de terror, mas do jeito que ficou dá até dó de recomendar que alguém pague ingresso para ver isso, então fica a dica para ir conferir outros longas que estão passando. E é isso meus amigos, fico por aqui hoje, mas volto amanhã com mais dicas, então abraços e até logo mais.


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Os Radley (The Radleys)

3/01/2025 08:19:00 PM |

É até engraçado de se pensar em mais um filme de vampiros, pois se pararmos para enumerar a quantidade de longas do estilo que já vimos chega a dar até um livro, mas como costumo dizer, se conseguirem entreter sem precisar apelar, e tendo algo bem encaixado para a duração não virar uma tortura, todo filme acaba sendo bem vindo para conferirmos, ao menos como um bom passatempo. Dito isso, não tinha visto trailer nem sinopse do filme, "Os Radley", antes de ir conferir, apenas sabendo que era de vampiros pelo garoto no pôster que já estava há um certo tempo nos cinemas, e então meu medo era que fosse algo genérico e sem estilo, daqueles até meio bobinhos demais que mais irritaria do que agradaria, mas fui pego de surpresa com uma trama leve e bem colocada, aonde os personagens brincam com a moral ou não de sair mordendo os pescoços, e principalmente com os jovens descobrindo esse segredo da família em plena época da juventude, não sabendo como lidar com tudo. Ou seja, é daqueles filmes que passam longe de serem memoráveis, mas que tem uma boa entrega na tela, e o resultado final acaba surpreendendo, mesmo tendo um miolo meio que alongado demais sem ritmo, e personagens praticamente desaparecendo da história toda.

O longa nos conta que os Radley aparentam ser uma família perfeita, mas escondem um segredo obscuro. Ninguém suspeita que, por trás da casa arrumada, das festas impecáveis e dos empregos incríveis, eles são vampiros. Helen e Peter escondem de todos, até de seus filhos, a verdadeira natureza dos quatro. Até porque, ambos são o que chamam de “abstêmios”, vampiros que escolhem não beber sangue apesar de seus instintos e desejos. O disfarce dos pais, entretanto, cai por terra quando a filha adolescente precisa se defender de um assédio e acaba se deixando levar por seu desejo sanguinário. Helen e Peter, então, são obrigados a revelar a verdade.

Diria que o diretor Euros Lyn soube desenvolver bem o livro de Matt Haig na tela, pois não deixou que nada ficasse jogado, fazendo as devidas apresentações, mote e encerramento com pegadas não tão clichês, encontrou bons personagens para ficar na tela, e principalmente deixou tudo dinâmico, tirando um pouco do miolo aonde quis trabalhar um pouco demais a paixonite do garoto e o dilema dos pais no relacionamento conturbado, e com isso o filme beira a se perder, mas felizmente o fechamento volta para o rumo e o resultado acaba agradando bastante. Um fator interessante de ver no trabalho do diretor é que mesmo o filme sendo aberto para muitos personagens, ele foi conciso e não quis que sua trama virasse uma série ou novelona, e assim vemos a entrega agradável e divertida que funciona na tela.

Quanto das atuações, Damian Lewis trabalhou bastante em dobro com seus Peter e Will, mas ganhou apenas um cachê, e com isso trabalhou trejeitos bem colocados, porém sem grandes explosões cênicas, de modo que vemos um médico controlado certinho de um lado e um viajante quase que adolescente do outro, aonde a entrega deles se complementam, mas que facilmente valeria explorar um pouco mais de ambos na tela. Kelly Macdonald trabalhou sua Helen quase como uma dependente se segurando ao máximo para atacar, ao ponto que chega até ser engraçado alguns traquejos que coloca em seus atos, e assim flui bastante com o que faz. O jovem Harry Baxendale trabalhou os momentos de seu Rowan de uma forma muito reflexiva, que por vezes até chega a ser um incômodo, mas quando se joga para o vício consegue permear bem uma mudança drástica até de visual e acaba funcionando com o que faz em cena. A jovem Bo Bragason fez uma Clara inicialmente meio retraída, mas logo que seu instinto explode na cena de assédio, e após os pais revelarem o que eles eram realmente, ela faz atos muito mais chamativos na sequência, porém praticamente desaparece de cena, o que é muito estranho, voltando somente nos atos finais, o que não dá para entender, pois facilmente a jovem poderia agregar mais para os momentos seguintes. Ainda tivemos bons atos com o jovem Jay Licurgo trabalhando seu Evan com um carisma bem bacana, que mesmo não sendo bonitinho fez o pequeno vampiro ficar gamado nele, e o pai dele vivido por Shaun Parkes com uma paranoia tão marcante que a cena que o jovem briga com ele quebrando sua argumentação chega a dar até dó do personagem pela boa atuação feita na tela.

Visualmente o longa teve uma pegada até que bem interessante, pois indo no contraponto da maioria dos filmes de vampiros, o filme tem um tom bem claro, não tendo os personagens fugindo da luz solar, nem precisando se besuntar de protetores como vimos em alguns exemplares, tendo festas durante o dia em lugares bem abertos, mas o que chamou bastante atenção foram os sangues em garrafinhas meio que quase uma droga alucinante para eles, er cenas cheias de nuances em casas ricas e um trailer bem largado do tio, ou seja, a equipe de arte conseguiu fazer algo simples, porém bem elaborado, tendo inclusive muitas cenas com coisas vermelhas que não são sangue para "assustar" os vampiros abstêmios.

Enfim, é um exemplar diferenciado dos filmes de vampiros que tem um humor mais sarcástico e que funciona como um bom passatempo para uma tarde tranquila, que você tem de ver sem esperar muito, mas que não derrete nossa mente com situações bobas jogadas ao vento, então fica sendo uma boa dica. E é isso meus amigos, fico por aqui agora, mas volto mais tarde com outra dica, então abraços e até logo mais.


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Amazon Prime Video - O Reformatório Nickel (Nickel Boys)

3/01/2025 01:34:00 AM |

Muitas vezes fico pensando na trajetória de um filme para ele ser aclamado mundialmente, pois vejo algumas bombas que ganham tantos prêmios que me vejo não como um crítico, mas como um produtor para tentar entender o que um diretor pensa ao colocar uma câmera em primeira pessoa para que você se sentisse como os jovens no reformatório, misturando cenas reais documentais com atuações meio que jogadas, afinal o ator tem de praticamente carregar a câmera consigo. Ou seja, não dá para entender qual realmente era a proposta do longa da Amazon Prime Video, "O Reformatório Nickel", que está concorrendo ao Oscar como Melhor Filme e Melhor Roteiro Adaptado, mas que num primeiro momento até parece algo meio vanguardista, com nuances interessantes, mas depois se perde na ideia e não entrega mais quase nada que flua como perfeição, até chegarmos na mistura de atos de muitos anos depois aonde a câmera não fica mais no olhar do rapaz, e sim nas costas, quase como uma perseguição, e assim não flui e se alonga em algo que chega a dar tanto sono quanto o ganhador de 2016, "Moonlight".

O longa acompanha a aliança entre Elwood e Turner, dois adolescentes afro-americanos que são enviados para um brutal reformatório juvenil na Flórida no ápice da implementação das leis segregacionistas de Jim Crow. A forte irmandade criada entre os dois forja um refúgio de esperança e carinho em meio aos horrores e às violências sofridas dentro e fora da detenção. Enquanto Elwood cultiva em Turner uma nova e mais otimista perspectiva do mundo, Turner conhece a realidade desse mundo bárbaro e ensina a Elwood os truques necessários para sobreviver. Tudo isso tendo como pano de fundo o notável e iminente Movimento pelos Direitos Civis encabeçado por Martin Luther King, de um lado, e Malcolm X, do outro.

Claro que entrei num quesito que é algo muito pessoal, afinal alguns podem amar a ideia, enquanto outros não conseguirão comprar a essência passada, pois já que o livro que serviu de base para o roteiro foi vencedor de um prêmio Pulitzer, o diretor e roteirista RaMell Ross apenas teve de ser bastante criativo para trabalhar a ideia na tela, e volto a frisar, no começo estava até que gostando bastante do que via na tela, pois é uma perspectiva interessante de se pensar em mostrar um filme inteiro com você sendo o protagonista, mas logo em seguida a câmera vai para outro garoto, volta e fica nessa de olhares subjetivos de tudo o que rola ali, algumas discussões abertas, um futuro colocado em cima de situações passadas, não ficando nem algo de memórias nem algo imponente para fluir, que até não é ruim, mas necessitava de um trato melhor, que o diretor de fotografia que ousou virar diretor não conseguiu dar conta do recado.

É até engraçado falar das atuações, afinal vemos pouco realmente dos protagonistas, e suas interações como disse são subjetivas pelo olhar do outro, que no momento da câmera somos nós mesmos, ou seja, posso dizer que enxerguei tanto Ethan Herrise com seu Elwood quanto Brandon Wilson com seu Turner bem dispostos a vivenciar tudo para as câmeras, sendo diretos e funcionais, e sabendo pontuar como conversas soltas, não forçando uma atuação realmente, e assim fizeram bem seus momentos e diálogos, mas acredito que se o longa fosse de outro formato os jovens entregariam ainda mais e com certeza estariam entre alguns indicados das premiações. Quanto aos demais diria que cada um trabalhou bem os personagens mais severos do reformatório, criaram dinâmicas e contextualizações bem encaixadas para os olhares dos garotos (no caso os nossos), mas quem deu vida e soube emocionar com uma entrega bem imponente foi Aunjanue Ellis-Taylor como a avó do protagonista, e assim vale o destaque em suas poucas cenas que valeriam bem mais minutos de tela. 

Visualmente acredito que o livro deva ser tão cheio de detalhes que o diretor acabou "economizando" na hora de desenvolver sua trama, ou gravou coisas demais e na hora de cortar ficou apenas com algo que não desse a imponência do local, não mostrasse os jovens realmente com medo de tudo o que acontece ali, ficando tudo tão subjetivo que nos atos dele adulto você não crê no trauma como deveria rolar mesmo, e assim sendo faltou detalhar bem mais o ambiente, as torturas, as "aulas", os trabalhos e assim veríamos mais de tudo ali.

Enfim, é daqueles longas que você até pode se envolver, não duvido de muitos amarem ele, mas que facilmente daqui algum tempo nem lembrará dele e só voltará a pensar no assunto quando ver outro semelhante, como ocorreu comigo que nem lembra de "Moonlight", ou seja, passa longe de ser algo ruim, mas também passa longe de ser algo bom de conferir, ficando naquele meio do caminho que nunca é bom de se estar. Sendo assim deixo a dica apenas para você completar os longas que estão brigando pelas premiações, mas do contrário com certeza tem algo muito melhor para você ver. E é isso meus amigos, fico por aqui hoje, mas volto amanhã com mais dicas, então abraços e até logo mais.


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