Gatos No Museu (Коты Эрмитажа) (Koty Ermitazha) (Cats in the Museum)

Costumo dizer que isso serve tanto para filmes quanto para a publicidade em geral, que o primeiro passo a se dar em uma produção é saber para quem você quer fazer o seu produto, pois o meio do caminho incomoda demais quem vai conferir, e o que quero dizer com isso, que se você fizer uma animação infantil e bem bobinha para crianças pequenas, os adultos acabarão vendo e até se divertindo com as bobagens entregues, e se você fizer uma mais cabeça, cheia de densidade, se colocar boas cores e personagens interessantes os pequenos também irão curtir, mas quando faz algo que tenta ser inteligente, mas que acaba soando bobo, o resultado é um desastre, pois os adultos ficam com sono durante a trama, e os pequenos acabam pedindo para ir embora. E foi bem isso o que ocorreu hoje com a animação russa "Gatos no Museu", que até parecia interessante pelo trailer, pois mostra uma história animada dos gatos que cuidam das obras do Museu Hermitage, caçando pragas e tudo mais que apareçam por lá, e isso por si só daria algo bem chamativo, mas os bichanos da trama são tão bobos e sem noção, com uma reviravolta meio que jogada e estranha que acabamos não entrando na onda dos personagens, sendo algo curto com apenas 83 minutos, mas que pareceu que fiquei a tarde inteira na sessão, o que é bem ruim, mostrando-se bem cansativo.

A sinopse nos conta que um jovem gato chamado Vincent, na companhia do rato Maurice, escapa de uma enchente e é recolhido por marinheiros. Enviado a São Petersburgo, lá Vincent conhece um esquadrão felino de elite no Museu Hermitage, que protege as obras de arte de ratos e outras pragas há séculos. Vincent sonha em encontrar uma verdadeira família felina, mas não quer perder seu amigo Maurice, que salvou sua vida. Vincent então terá que esconder seu amigo, que também tem uma "pequena fraqueza" - Maurice adora roer obras-primas da pintura. A situação se complica ainda mais quando uma das maiores pinturas da humanidade, a Monalisa, chega ao Museu, e é o sonho de todos os ratos roê-la. Mas nem Vincent, nem Maurice, nem os gatos do Museu Hermitage suspeitam que a pintura será roubada.

O diretor e roteirista Vasiliy Rovenskiy já tinha feito uma arte desse estilo com seu longa "Pinocchio - O Menino de Madeira" no ano passado, e voltou a cometer a mesma falha de entregar um filme sem estilo para um público mais preciso, ou seja, ele ainda se encontra preso aos filmes bem infantis que fez no passado e não conseguiu ainda passar a transição para o lado mais inteligente do estilo, de tal forma que parece não querer abandonar personagens bobinhos e corridas aleatórias na tela, e isso pesa demais no público, tanto que hoje até assustei quando vi a sala enchendo durante os trailers, mas ao ir embora estava praticamente vazia a sala, o que significa que muitos foram embora durante a exibição, o que é muito ruim de acontecer. Ou seja, já é um diretor que vou colocar o nome na listinha para pensar se vejo ou não mais algo dele, pois não passou confiança mais de que deva melhorar. Agora sobre a trama, achei bem interessante saber que gatos salvaram muitas obras de arte de um museu, e fui pesquisar sobre a história sendo algo bem verdadeiro, tanto que muitos russos tem devoção por gatos por salvar sua cultura das pragas, então valeria uma trama melhorada para que o filme fosse mais além.

Diria que os personagens são ao menos bonitinhos, embora um pouco esquisitos de personalidade, tendo o gatinho Vincent chamando mais a atenção como protagonista, mas meio que bobo já que não teve uma vivência realmente como gato, o ratinho Maurice sendo bem esperto usando desses artifícios, e até a gatinha Cleópatra sendo sensual de certa forma, mas os demais gatos são todos atrapalhados, os cachorros burros demais, e o fantasma até que deram um sotaque bacana para suas atitudes meio atrapalhadas, alias a sacada dele entrar nos quadros e dar movimento para as pinturas foi a melhor e mais bem pensada atitude da trama. 

Todos os personagens e cenários tiveram ao menos texturas e cores bem interessantes, mostrando que a paleta de cores da equipe ao menos não foi economizada, e assim a trama pelo menos tem estilo, colocando bem em suma todo o trabalho da equipe de arte, mostrando facetas bem colocadas e algumas obras de arte sendo destacadas na tela.

Enfim, é um filme bem mediano pra fraco, que não empolga, não tem canções para enganar ao menos o público e que certamente dava para ter tido um zelo a mais com tudo para chamar atenção e ir além, mas depois de feito não tem como remendar, e assim sendo diria que não recomendo ele para ninguém, nem como passatempo. E é isso pessoal, fico por aqui hoje, mas volto amanhã com mais dicas de filmes, então abraços e até logo mais.