Amazon Prime Video - Vermelho, Branco e Sangue Azul (Red, White & Royal Blue)

8/14/2023 12:22:00 AM |

É interessante observar que vemos todos os dias tantas comédias românticas heterossexuais explodindo mundo afora, cheias de divulgação e chamarizes, que quando surge uma homossexual tão imponente, cheia de boas sacadas e que trabalha de uma forma tão gostosa e leve quanto as tradicionais, parece que ninguém sequer abre a boca para falar que viu ela, e isso é muito triste, pois o pessoal fala que não tem homofobia e tudo mais, mas não divulga um grande sucesso que chegou na plataforma da Amazon Prime Video, "Vermelho, Branco e Sangue Azul", que antes de se tornar um filme foi um dos livros mais vendidos mundo afora, e que tem um gracejo tão bem colocado entre os herdeiros das duas grandes potências mundiais, trabalhando algo tão leve e gostoso de ver, contando com sacadas e motivos próprios para quebrar as regras reais e políticas de ambos os países por irem contra as convenções tradicionais. Ou seja, é um romance gay muito bem desenvolvido, cheio de nuances bem colocadas com dois bons atores, e com desenvolturas tão cheias de bom humor que poucos filmes românticos tradicionais conseguiram entregar algo bem feito assim. Claro que tem defeitos que vou falar mais para baixo, mas é um filme que faz bem ver, que diverte ao mostrar que culturas e desenvolturas emocionais tão bem trabalhadas entre dois jovens, e mais do que isso conseguiu ser gracioso e divertido sem precisar apelar, o que parecia difícil pela cena do bolo que tanto foi divulgada.

A história se concentra em Alex Claremont-Diaz, o primeiro filho da presidente dos Estados Unidos e sua rivalidade com o jovem príncipe Henry. Depois de causar um grande alvoroço no casamento do irmão do príncipe mais velho, os dois são forçados a evitar um incidente nacional, valorizando sua amizade inexistente com uma visita de boa vontade ao Reino Unido. Sua rivalidade logo se transforma em uma amizade forçada e depois se transforma em algo ainda maior. Os dois tentam manter seu relacionamento em segredo, apesar de suas vidas altamente públicas em meio à campanha de reeleição de sua mãe como a primeira mulher presidente.

Diria que o diretor e roteirista Matthew López foi muito sagaz na sua estreia utilizando o livro de Casey McQuinston, pois não se deixou levar por regras clássicas do estilo cômico-romântico, deixou que o filme fluísse com boas sacadas entre os protagonistas, e criou um ambiente fechado de ambos os lados tão bem marcado que se não conhecêssemos bem os príncipes britânicos até poderíamos achar que a trama tinha algum embasamento real, pois tudo foi muito bem elaborado, as situações funcionaram com um estilo carinhoso e envolvente, e mesmo nas principais falhas de estrutura, como por exemplo a química meio que não tão pegada entre os protagonistas, e algumas cenas exageradamente corridas, o resultado final acaba agradando demais, sendo daqueles filmes que mesmo você não sendo do time dos rapazes consegue se comover com a história e vibrar com alguns bons atos. Ou seja, é um filme completo para todos, e que felizmente não teve problemas de direção, pois como já disse outras vezes estrear no mundo da comédia romântica é algo que poucos se saem bem, e o diretor mostrou serviço.

E já que entrei nesse assunto, da química entre os protagonistas, diria que a relação visual entre eles foi até bem trabalhada, mas não tão convincente, de tal forma que acaba sendo bonita, gostosa e até interessante no conceito completo, porém Nicholas Gaslitzine fez seu príncipe Henry muito seco, e já tinha feito da mesma forma o príncipe no filme da "Cinderella", o que mostra que ele tem problemas com o estilo da realeza, faltando para ele passar um pouco mais de emoção nos seus atos para convencer o público de seu modo de atuar. Já Taylor Zakhar Perez se soltou por completo com seu Alex, fazendo cenas emotivas bem trabalhadas, cenas de imposição bem dinâmicas e passando um carisma maior durante todo o longa conseguiu ir muito mais além, o que fez com que tivesse também mais tempo de tela. O filme em si é bem fechado na relação dos dois e com isso fizeram até bem em não usar tanto os demais atores, dando para eles todo o chamariz e desenvoltura, e dessa forma o peso ficou bem grande para os jovens atores, mas ainda tivemos boas cenas de Sarah Shani como a marqueteira da presidente Zahra bem imponente, Uma Thurman bem colocada como uma presidente forte, mas bem amorosa com o filho quando ele se abre para ela, e até Clifton Collins Jr. entregou um pai interessante para o jovem, mostrando um estilo mais latino e bem puxado para a pegada da trama, entre muitos outros que tiveram boas participações.

Visualmente a trama foi muito bem elaborada, com festas grandiosas desde um casamento real, com a fatídica cena do bolo gigante, mas regada a figurinos bem tradicionais de luxo, vários encontros em outros atos cheios de protocolos em hospitais e ambientes políticos bem cheios de detalhes, várias cenas do rapaz tentando angariar votos em cidades e tudo mais que certamente gastaram muito tempo da produção e ficaram bem feitas, um jogo de polo bem intenso, e uma festa de réveillon bem imponente, além de visita a um museu, casa de campo e muito mais, mostrando que a produção gastou bastante para que a equipe de arte entregasse todos os detalhes presentes no livro, e o resultado ao menos compensou, pois ficou algo cheio de emoção visual que acabou agradando na medida certa.

Enfim, é um filme que se analisarmos a fundo alguns vão achar mais do mesmo, mas que não é, pois foi bem funcional dentro do estilo gay, mas sem ficar pesado para que todos pudessem ver e se envolver, funcionando bastante e agradando com classe e emoção, que mesmo tendo alguns defeitos acaba sendo bem bacana de conferir. Então fica a recomendação e eu fico por aqui hoje deixando meus abraços para todos, e voltando amanhã com mais textos.


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