O diretor e roteirista Patxi Amezcua já é um velho conhecido aqui do site, pois já conferi tanto seu longa anterior que dirigiu, "Sétimo", quanto seus últimos roteiros que não dirigiu, "Um Homem de Ação" e "Gun City", e em ambos os casos diria que seu problema principal é o de se fechar nas ideias e ir batendo na tecla do começo ao fim, e aqui essa ideia se perdura de manter o foco sem abrir grandes vieses, mas ele conseguiu corrigir um fator muito grande aqui nesse filme de hoje que foi não guardar brechas e se apegar à personagens, pois temos alguns momentos bem impactantes que outros diretores precisam realmente aprender com ele, isso acontecendo inclusive antes dos atos finais, ou seja, ele soube brincar com toda a ideia, soube causar bem tudo, e principalmente deu a voz para que seus personagens se virassem sozinhos, o que é raro de acontecer em filmes do estilo, e aqui essa intensidade até choca, o que é muito bom para o gênero. Ou seja, acontecem situações bem fechadas no roteiro e elas não são casuais, então a oportunidade de virada se dá por personagens mais destacados que sabem aonde impactar, e isso o diretor conseguiu demonstrar um bom crescimento, funcionando, e agradando com símbolos e boas pegadas.
E já que falei que os atores souberam inverter todo esse fechamento, tenho claro que destacar a química de parceria entre os dois investigadores, pois tanto Isak Férriz com seu Samuel quanto Iria del Rio com sua Castro se dedicaram de forma corporal bem marcante, tiveram atitudes bem diretas em cada um de seus atos, e expressaram olhares e dinâmicas bem cadenciadas que marcaram cada momento deles na trama, fora todo o lance do começo da pandemia que alguns não usavam de forma alguma as máscaras, ou seja, representaram bem todo o momento e impactaram com o que poderiam fazer em cena. Quanto aos demais personagens, diria que fizeram expressões bem marcantes, mas sem grandes chamarizes, com destaques claro para um dos sequestradores vivido por José Manuel Poga com seu Demônio, e claro os atos finais do personagem Profeta, mas não vou dar o nome do ator pois estragaria a surpresa, então diria apenas que é alguém que não deu nenhuma desconfiança durante o filme.
Visualmente a trama tem cenas bem marcantes, com ruas praticamente vazias com a quarentena da Covid-19 rolando (não sei se o filme foi realmente rodado na época ou se conseguiram simbolizar bem com fechamentos de ruas), vemos hospitais movimentados, e locações mais afastadas com símbolos e elementos bem comuns de ver em longas com rituais e sequestros, tendo inclusive o fator mais comum dos filmes policiais espanhóis em destaque que é chuva e lama para todo lado (acho que gostam de dar uma tensão maior com esse estilo), então diria que a equipe de arte fez um bom trabalho.
Enfim, não digo que tenha sido um longa perfeito, mas conseguiu ser tenso na medida e bem denso na história, criando atos marcantes e chamativos, e principalmente não revelando de cara quem era o principal líder do culto, e assim segurando para os atos finais toda a surpresa, ou seja, um grande acerto de estilo que agradará quem gosta do gênero e estiver disposto a não se incomodar com alguns leves defeitos, então fica a dica para dar play e eu fico por aqui hoje, então abraços e até logo mais.
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