Netflix - Justiça em Família (Sweet Girl)

8/20/2021 09:02:00 PM |

Fazia tempo que um filme não me enganava tão bem, pois fui conferindo todas as situações, todas as ações, toda a amarração que o longa da Netflix, "Justiça em Família", vai nos entregando, e já estava bem crente de tudo o que estava rolando, mas quando chega na cena que o filme começa (sim, logo após o protagonista saltar do campo de futebol o filme volta alguns anos para trás) acontece uma reviravolta tão chocante que precisaram mostrar praticamente todas as cenas para nos convencer daquilo, e convencem, e digo mais, durante o filme inteiro eu reclamei em diversos momentos de algumas falas do protagonista, e olha, tudo fez sentido depois disso. Ou seja, temos aqui um filme que certamente a proposta em si já foi mostrada diversas vezes, mas conseguiram trabalhar tão bem as faixas ocultas do longa que a surpresa acaba sendo grandiosa, e após isso ainda deram uma boa finalização para o longa, tradicional, mas bem boa de acontecer. E sendo assim diria que é um filme que muitos vão gostar do resultado geral, mas que vou ter de me segurar bem no que falar para não entregar a melhor parte, pois é realmente top o que rola ali em cima do telhado.

No longa acompanhamos a história de Ray Cooper, um dedicado pai de família que procura justiça contra a companhia farmacêutica responsável por tirar do mercado um medicamento com potencial de salvar vidas pouco antes de sua esposa morrer vítima de um câncer. Quando a busca pela verdade coloca sua filha Rachel em perigo, a missão de Ray se torna uma caçada por vingança para proteger a única família que lhe resta.

Costumo dizer que acertar a mão no primeiro filme é algo muito difícil, pois geralmente os diretores tentam ousar em coisas que não funcionam muito bem, mas aqui o diretor Brian Andrew Mendoza soube ser tão criativo na reviravolta final que praticamente todos os erros que achava que tinha visto durante a exibição foram redimidos, e o resultado acabou saindo de uma trama bem clichê para algo surpreendente com estilo, o que certamente vai fazer o diretor ser lembrado para outras produções. Ou seja, souberam dominar tanto o estilo da trama, criaram bons vértices, intensificaram a ação de uma maneira bem condizente, e claro usaram bem os atores protagonistas para que o filme tivesse um conteúdo bem colocado, sendo daquelas tramas que entramos completamente no clima, e esquecemos as loucuras por completo, mas que se formos a fundo iremos achar as brechas e reclamar de tudo, mas que como souberam brincar conosco fazendo com que nosso queixo fosse ao chão, tudo muda, e a intensidade funciona.

Sobre as atuações, primeiramente tenho que falar que é muito feio ver um brutamontes do tamanho de Jason Momoa chorando, pois suas expressões não foram feitas para isso, então pensem nisso antes de contratar um ator para esse estilo de interpretação, dito isso, ele nos entregou um Ray bem imponente, cheio de estilo, mostrando claro boas lutas corporais e interações fortes, sabendo os momentos certos para que tudo encaixasse, e assim acertando a formatação que o personagem necessitava, sendo bem colocado em cena, e agradando até mais do que parecia. Isabela Merced cresceu bem, e já não passa mais aqueles trejeitos de garotinha ingênua que jogava antes nos filmes e séries que fez, e aqui sua Rachel é bem marcante, cheia de força e expressividade, disposta a tudo e com uma precisão de movimentos bem encontrada para todos os atos, ou seja, se jogou completamente para algo que certamente iremos ver sendo chamada para mais filmes do estilo, pois a atriz caiu muito bem para o personagem que precisavam e agradou demais. Lex Scott Davis acabou aparecendo pouco com sua detetive Meeker, mas nos atos que entrou trabalhou bem os diálogos para ficar marcante nos atos, ao ponto que no final tem até um bom encaixe com suas cenas, servindo bem de encaixe para o ato final. Manuel Garcia-Rulfo tem o estilo tradicional de vilão assassino, e se no início achei que ele era um dos mandantes, quando vemos que ele é apenas um capataz bem imponente sentimos ainda mais raiva de seus atos, e claro pelo motivo de ter sido muito bom com seu personagem, agradando na forma de matar, nas brigas, nos tiros, e tudo mais, sendo bem preciso e interessante de acompanhar. Quanto aos demais, praticamente todos foram bem encaixes, tendo claro destaque para Justin Bartha pela forma direta dos atos de seu Keeley, sendo duríssimo no seu texto agradando na forma de entregar ele, e uma rápida colocação para Amy Brenneman com sua Diana Morgan, pois soube dosar o estilo e chamar atenção, não sendo nada expressiva demais, mas funcionando dentro do que o filme propunha.

Visualmente tivemos atos bem marcantes numa floresta completamente cheia de neve, com muitas dinâmicas duplas, tivemos toda a preparação das capturas e consequentemente boas mortes, diversos elementos cênicos marcantes para entregar cada ato, com destaque claro para o coelho de pelúcia Paloma, e ainda tivemos vários eventos beneficentes imponentes e cheios de figurantes, muita ação num estádio de futebol, e ainda algumas lutas e eventos em ringues, em hospitais, metrôs e tudo mais aonde pudessem colocar muita tensão e envolvimento. Ou seja, a equipe de arte trabalhou de uma forma bem simbólica e representativa, primeiro para enganar a todos com as cenas, e segundo para que o filme tivesse um bom conteúdo de ação com muitas armas, perseguições e tudo mais, agradando em cheio. 

Enfim, é um filme bem expressivo, cheio de boas nuances, e que certamente vamos nos lembrar dele mais para frente, pois tanto a história acabou sendo boa ao mudar de clichê para algo surpreendente, como o diretor soube conduzir bem todos os atores e personagens para que o filme fosse interessante de ver e agradasse bastante. Ou seja, é daqueles que certamente valem a conferida, e que quem der o play não irá se arrepender no final, mas friso que fiquem até o final, pois muitos podem desanimar na metade e perder a grande reviravolta. Bem é isso pessoal, fico por aqui hoje, mas vou agora para mais uma sessão, então amanhã volto com mais textos, então abraços e até logo mais.


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