Amazon Prime Video - A Rosa Venenosa (The Poison Rose)

1/02/2021 01:32:00 AM |

Você olha o pôster do filme da Amazon, "A Rosa Venenosa", e já vê duas lendas vivas do cinema, ou seja, quase que um convite de nível maior para dar o play no longa, daí dá uma leve lida na sinopse e já se interessa um pouco mais pelo tema, então pode soltar o filme e curtir, então começa uma certa narração exagerada e você já começa a desanimar com tudo, o ritmo vai numa toada lenta de nível máximo, então tudo começa a ser tão enrolado, e o que você faz? Acende a luz, senão a chance de dormir com o filme é bem alta! Dito isso, a trama do longa é bem amarrada, e lembra um pouco o estilão clássico dos filmes antigos de John Travolta, e a finalização é bem arquitetada ao ponto de fazer quem conferir curtir, porém os diretores italianos acabaram criando um dramalhão exagerado e lento demais para que o filme fluísse como deveria, ao ponto que ficamos mais cansados do que empolgados, e olha que a trama tem bons tiroteios, tem um clima investigativo e tudo mais, porém com momentos tão espaçados que fizeram o longa de apenas 97 minutos parecer ter pelo menos 3 horas.

O longa nos conta que Carson Philips é um ex-astro de futebol que terminou sua carreira e virou detetive particular. Quando ele assume um caso de desaparecimento que se mostra mais complexo que parecia, acaba descobrindo que sua filha é a suspeita número um, precisando correr contra o tempo para tentar provar a inocência da moça, ao mesmo tempo em que desvenda perigosos e sujos segredos da cidade onde vive.

É bem fácil encontrar culpados para o maior problema do filme (o ritmo) nas mãos dos diretores italianos Francesco Cinquemani e George Gallo, pois eles foram omissos em não querer ousar nas cenas de tiroteios e brigas que tanto poderia dar uma boa dinâmica e até personalidade para trama, optando por colocar o filme quase como uma trama de pensamentos do protagonista, aonde ele acaba narrando tudo o que faz, sem que o filme fosse isso. Ou seja, a cada ato que parecia que a trama iria engrenar eles acabam segurando tudo para uma reflexão do protagonista sobre seus atos passados e tudo que está acontecendo, e assim falham brilhantemente em algo cheio de ótimos atores, com uma história até que bem criada sobre a volta de alguém que virou detetive para sua pequena cidade nativa, que hoje é controlada por grandes nomes do jogo/drogas, e assim teria tudo para explodir, para criar bagunças e tudo mais, ao ponto que até colocaram um tipo de vingança antiga no longa de pessoas da cidade onde o protagonista estava vivendo meio que sem base para funcionar com tudo, e assim sendo, infelizmente o filme não flui.

Sobre as atuações, seria até incoerente falar que foram mal no que fizeram, pois é algo difícil demais para tão bons atores, e aqui John Travolta trouxe para o seu Carson algo muito semelhante ao que já vimos em outros bons filmes seus dos anos 80/90, aonde brinca com seus trejeitos, segura a dramaticidade e entre uma cena mais pesada e outra dá aquelas leves tiradas com outros personagens, ou seja, se o filme fosse mais ágil certamente veríamos o ator deslanchando e agradando ainda mais. Morgan Freeman está com mais de 80 anos e segue firme fazendo longas, e aqui diria que ele precisa começar a escolher melhor as produções, pois seu Doc é um personagem até que instigante, mas muito mal usado, e é até estranho suas jogadas e olhares, não caindo nem como um grande dono da cidade, nem como um figurão clássico, parecendo algo no meio do caminho que é muito rico e estranho, além de não chamar a atenção para si, coisa que sempre faz. Famke Janssen deu um tom interessante para sua Jayne, mas faltou trabalhar um pouco mais sua intensidade para causar em ambos os lados, além de que seu final foi estranho demais. Outro que nem reconhecemos direito e ficou muito jogado foi Brendan Fraser com seu Miles, ao ponto que estava tão estranho tanto no visual como nos trejeitos colocados que só teve uma grande imponência nas cenas finais, e ainda assim ficamos bem na dúvida de ser o ator realmente ali, ou seja, falhou muito. Quanto aos demais, tivemos um pouco de sensualidade de Kat Graham com sua Rose, uma ingenuidade meio boba demais de Ella Bleu Travolta com sua Becky (filha real do ator fazendo sua filha aqui também, em seu segundo filme), e um estilo meio forçado demais de Robert Patrick com seu Xerife Walsh, não conseguindo destacar em nada na trama, mas pelo menos esses apareceram um pouco mais, já os demais foram meros enfeites cênicos tanto para a história, quanto pelo que fizeram.

Visualmente a trama até tem estilo, dando um ar misto entre filmes noir e westerns, com investigações, romances antigos, carros clássicos, drogas, apostas e tudo mais que o estilo pede, porém o filme ficou meio seco nas ambientações, ao ponto que tudo poderia acontecer para ambos os lados, e nada acontece de demais em nenhum dos cenários, tirando todo o ato final, e sendo assim o filme não flui e nem mostra o trabalho da direção de arte, parecendo que a equipe locou os espaços rapidamente e os jogou na produção, o que certamente não aconteceu, mas em momento algum vemos detalhes e pistas investigativas que funcionariam para tudo, e nas cenas de tiroteios e brigas tudo soa artificial demais sem ter efeitos funcionais, ou seja, uma bagunça completa.

Enfim, é um longa bem mediano que poderia ser muito diferente com pouquíssimas mudanças, principalmente no ritmo, mas que quem não tiver muito para conferir acaba sendo bacana para ver a interação dos protagonistas ao menos. Bem é isso pessoal, não diria que comecei bem o ano cinematográfico, mas vamos seguindo e torcendo por bons longas em todos os meios possíveis. Fico por aqui agora, mas volto em breve com mais textos, então abraços e até logo mais.


0 comentários:

Postar um comentário

Obrigado por comentar em meu site... desde já agradeço por ler minhas críticas...