Amanhã Nunca Mais

12/10/2011 05:21:00 PM |

Vigésimo nono filme brasileiro dos 181 filmes que vi no cinema neste ano, mostra que enfim a produção e distribuição de filmes nacionais aumentou, claro está muito longe ainda de ser uma potência, mas já vemos um crescimento agradável, tanto no quesito técnico quanto de histórias. Outro ponto que me surpreendeu é que surgiram muitos diretores iniciantes, e que principalmente mostraram garras para sair da mesmice que assombrava nosso cinema. "Amanhã Nunca Mais" se enquadra nessas duas estatísticas, tanto por fazer um filme um pouco diferente dos nossos padrões, e por ser o filme de estréia do diretor Tadeu Jungle, e se tenho algumas palavras para definir o longa é diversão com uma dose de desespero. Só terminaria ele de forma diferente para aí sim ficar excelente.

O filme conta a história de uma noite extraordinária na vida de um homem que não sabe dizer “não”. Walter precisa buscar o bolo de aniversário de sua filha e o que parecia ser uma tarefa simples se mostra fora de todos os costumes. Aquela noite de sexta-feira nunca será esquecida e Walter nunca mais será o mesmo.

O diretor que também está na equipe de roteiro, consegue amarrar a história colocando problemas em cima de problemas e cada vez o protagonista parece estar mais enrascado que tudo, e pelo andamento do longa, o qual tem um bom ritmo, tudo parecia nos levar para uma solução completamente fora dos padrões que me deixaria extremamente animado e feliz da mesma forma que fiquei o longa inteiro.

Lázaro Ramos, é um ator multi-facetas que só tem um pequeno problema pra seguir o mesmo rumo que Wagner Moura e se tornar "O" ator brasileiro, são seus altos e baixos em todos os longas que atua, pois ele começa por baixo, tem um alto miolo de todos os filmes e termina mediano, e isso não foi apenas nesse longa que vi, ocorre em todos. Mas tirando esse detalhe do protagonista ter essa pequena variação de interpretações, ele consegue conduzir bem o filme ao trombar com coadjuvantes que em muitos momentos até tentam roubar a cena com suas desventuras, e todos agradam de forma divertida. Somente a personagem da esposa de Lázaro, Fernanda Machado que achei meio apagada demais. Destaque do longa fica na minha opinião para o personagem de Maria Luisa Mendonça que fez de sua Miriam um personagem excepcional.

Nos quesitos técnicos quando vi o nome de Ricardo Della Rosa("Lope", "O Homem do Futuro") na fotografia já sabia que o que veria seriam imagens bem trabalhadas e câmeras ousadíssimas e ele cumpre exatamente tudo isso que com certeza proposto pelo diretor faz planos detalhes e imagens abertas de forma bem incomum, o que agrada. Aliado por uma boa direção de arte que valorizou objetos riquíssimos em todas as cenas desde o hospital até uma doceira meio incomum, e colocando entre tudo isso as diversas locações bem escolhidas conseguem retratar a loucura que é a cidade de São Paulo.

Em resumo, é uma boa comédia, a forma inusitada me lembrou um pouco o filme "Uma Noite Fora de Série" que assisti o ano passado, mas ainda fico com a versão brasileira do estreante Tadeu Jungle que mostrou ter uma boa mão e escolher uma boa equipe para comandar em suas produções. Recomendo com a única ressalva de que faria diferente o final para ser algo mais inteligente da parte do personagem. Encerro essa semana dominada pelo gatinho malvado de botas nas salas daqui do interior, e até sexta que vem pessoal. Abraços.


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