Dawson Ilha 10

12/17/2011 08:36:00 PM |

Filmes de ficção documentais, aqueles que contam a história de alguém ou algum acontecimento real, mas na forma de visão de alguém, sempre serão contraditórios ou no mínimo cansativos, pelo menos na visão da maioria das pessoas. Hoje por exemplo na sessão que fui de "Dawson Ilha 10", haviam 5 pessoas, eu e mais 2 permanecemos até o fim, mas dois saíram não estava nem na metade do longa, e põe longo nisso, pois o filme parece ter uma eternidade de duração de tão lento que é.

O longa nos mostra que em 1973, o general Pinochet lidera o golpe de estado que depõe o governo democrático de Salvador Allende no Chile. Os ministros e autoridades depostas tornam-se presos políticos dos militares e são levados para a ilha Dawson, no extremo sul do país, utilizada como campo de concentração da ditadura chilena. Lá os presos políticos são submetidos a violentos interrogatórios, trabalhos forçados, constantes torturas físicas e psicológicas. Dawson Ilha 10 representa um momento histórico que se propagou por toda América do Sul.

Nessa produção que envolveu equipe técnica do Brasil, Chile e Venezuela, o diretor até tenta nos passar a sua visão, ou melhor a visão do escritor do livro no qual o filme é baseado e pode até conseguir principalmente nas pessoas que são fãs de história, devido ao alto teor da ideologia comunista envolvida nele. Ao assistir esse filme me senti da mesma forma que quando assisti "Che", pois embora seja algo do qual já ouvimos falar no colegial não temos tanto conhecimento para saber da história de um país que não é tão explorado na mídia e a forma escolhida pelo diretor para contar não é algo que cative o espectador.

Falar das atuações é complicado pois o longa tem tantos personagens, e logo que chegam na prisão já recebem nomes de Ilha 1, 2, 3, .... e por aí vai e os guardas os chamam assim, mas entre eles se chamavam pelos nomes, então a confusão é maior ainda. Todos fazem bem seus papéis embora os guardas pudessem parecer menos abobados. Os destaques ficam com o escritor, o engenheiro/desenhista e com o médico que por aparecerem mais conseguem cativar mais os olhares do público que aguentar ficar até o final.

A fotografia que optaram para o longa na minha opinião é o que tem de melhor para retratar tanto a época/lugar onde está se passando, pois a paisagem gélida exigia mesmo o tom acinzentado e o sépia escolhido para representar os flashbacks e noticias jornalísticas caiu num tom bem colocado, claro além da sujeira/ranhuras na imagem nesses momentos. Ficou agradável. Como sempre falo filme de época sem uma boa equipe de arte é querer matar a trama, e embora tudo seja feito com planos não tão abertos para não pecar em detalhes, é notável a falta de elementos que caracterizem a época que se passa o longa e se não fosse os textos que são colocados seja em legenda ou em imagens ficaria quase impossível distinguir 1973 de alguma guerra que estivesse acontecendo agora ou mais no passado ainda.

As trilhas colocadas agradam, principalmente no momento em que é dado um violão para um dos personagens e esses começam a cantar inclusive canções que conhecemos, acredito que a cena até deve ter sido inserida depois para que desse um pouco de cadência ao longa que estava quase morto de tão devagar, e ela é a única que diverge bem do contexto do filme.

Enfim, o longa não irá agradar o público em geral, e mesmo tendo sido a opção chilena para o Oscar de 2010 acabou não sendo escolhido para estar entre os indicados de filme estrangeiro, e claro por não ser algo tão comercial acabou que mesmo sendo produzido e exibido em seu país de origem Chile em 2009  acaba sendo exibido aqui no país co-produtor apenas agora no fim de 2011, e não deve nem sequer levar meia sala nem nas capitais, pelo menos na minha opinião. Não o recomendo, mas não é um filme de todo ruim, apenas extremamente cansativo devido a lentidão dos fatos. Fico por aqui hoje, mas amanhã tem mais. Até mais pessoal, abraços.



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