O longa acompanha a jornada de um professor estrangeiro que, ao aceitar um trabalho em uma escola na Argentina em 1976, se depara com um país dividido e uma classe de alunos indisciplinados. No entanto, sua vida toma um rumo inesperado quando ele resgata um pinguim em uma praia. A situação inusitada transforma sua visão de mundo, e lhe ensina as lições mais importantes sobre amizade, esperança e liberdade.
Não lembro de ter assistido nenhum dos outros filmes do diretor Peter Cattaneo, mas olhando sua filmografia posso dizer que ele tem um estilo bem variado, sem focar muito em dramas ou comédias, o que é bom, e aqui ele mostrou bem isso ao trabalhar de cara o professor entrando na sala e já tendo que explicar o que é sarcasmo e metáfora, para que o público seja como os alunos e já pegue todas as referências que ele irá jogar durante toda a exibição, não apenas mostrando uma história real, mas sim fazendo uma grande crítica às ditaduras, aos sumiços de pessoas, e claro a conexão emocional que temos quando tudo explode de uma vez, sendo bem sutil e sincero com as escolhas que entrega, e dessa forma ele acaba bem condizente com tudo.
Quanto das atuações, Steve Coogan soube pegar o personagem que facilmente poderia ser um professor bem simples, e encaixou nuances dentro de uma personalidade tão direta e marcante que acaba fazendo com que o papel ficasse com sua cara, de forma que você não consegue lembrar de nenhum outro papel dele com o que acabamos vendo na tela, e isso é brilhante. Além do protagonista e do pinguim bem carismático, os demais personagens acabam entregando mais conexões e dinâmicas para acrescentar algo ao filme, não tendo grandiosas atuações, ao ponto que Björn Gustafsson acaba sendo um incômodo com seu Tapio falando sem parar, e Jonathan Pryce acaba desenvolvendo o diretor da escola inicialmente como alguém mais fechado e cheio de regras e depois se entrega mais para as dinâmicas, então vale um leve destaque para Vivian El Jaber com sua Maria mais seca de entrega, mas que soube passar a mensagem das mães da Praça de Maio de forma bem coerente.
Visualmente o longa conseguiu transportar bem o cenário dos anos 70 na Argentina, brincar com o lado "milionário" de várias notas de dinheiro na hora que o protagonista recebe seu dinheiro, e também a desvalorização da moeda, teve atos da consciência ambiental mostrando uma praia cheia de óleo com vários pinguins mortos, trabalhou as boates calientes da noite do Uruguai, e claro toda a diferença entre os ambientes numa escola de elite toda normal em pleno conflito fora dali, sendo tudo bem representado na tela, com bons detalhes bem simples e encaixando bem cada elo que o longa precisava.
Enfim, é um filme de certa forma bem simples, mas que entrega algo bem representativo, cheio de mensagens, e claro com um texto ácido diluído em metáforas e sarcasmos, o que deu um tom bem marcante para os vários conceitos que o longa trabalha, e assim sendo valendo a recomendação de assistir e pensar em tudo o que acontece na tela, mas que também acaba valendo como um bom passatempo. E é isso meus amigos, fico por aqui hoje, mas volto amanhã com mais dicas, então abraços e até logo mais.
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