O longa acompanha os nove dias solitários e perigosos vividos por um menino de 12 anos separado da família numa trilha montanhosa. Baseado numa história verídica, Donn Fendler tinha apenas 12 anos quando, durante um verão em 1939, fica isolado numa montanha perigosa no estado do Maine após uma forte tempestade o separar de seus pais e irmãos. Donn precisa, de repente, lutar para sobreviver às intempéries do clima e da escassez durante o tempo em que fica perdido no meio da floresta. Sem água, comida ou roupas adequadas para o frio, o adolescente enfrenta o medo e a selvagem e impiedosa natureza, enquanto sua família o procura incessantemente.
Baseando-se no livro do garoto que viveu depois até mais de 90 anos pelo que mostra no final do longa, o diretor Andrew Boodhoo Kightlinger conseguiu usando artifícios bem tradicionais do estilo de tramas de sobrevivência desenvolver o filme com um cuidado bem marcado para que tudo fosse emocional na medida singular do drama, que é aquela que não faz o público chorar com qualquer meia vírgula na tela, e isso é certo desde que não vire padrão durante todo o longa, pois é justamente isso que faz um filme do estilo funcionar, aonde o diretor talvez colocando um pouco mais de intensidade no miolo causaria um impacto bem maior na tela contando com uma maior profundidade cênica, e talvez a trama ficaria um pouco menos cansativa no contexto geral.
Quanto das atuações, posso dizer que o jovem Luke David Blumm entregou uma segurança de expressividade para com seu Donn que poucos atores adultos tem, de modo que conseguiu criar desenvolturas nos atos mais densos e sinceridade no olhar nos atos mais soltos, para que o público conseguisse se conectar a ele, ou seja, fez com que o filme fosse totalmente seu. Paul Sparks precisou ter um controle emocional bem forte para fazer o pai durão Donald, que mesmo sendo direto nas perspectivas não soltou uma lágrima que fosse na tela, e isso é saber compor bem o papel da época. Da mesma forma, a presença humana de Caitlin FitzGerald fez com que a mãe dos garotos, Ruth, tivesse um ar sereno mesmo no momento da revelação do sumiço do garoto, e a entrevista no final da verdadeira Ruth já idosa, mostra que ela tinha a certeza que esse seria o único que nesse meio sobreviveria, e com certeza essa foi a pegada que a atriz levou para si na composição do longa.
Visualmente a trama foi muito esperta, pois reconstruir uma época é algo que demanda muito trabalho cênico da equipe de arte, então focar 100% nos atos dentro da floresta e um ou dois cenários da casa, do carro e da delegacia foi simples e efetivo, e claro que deu um realismo muito maior para toda a composição, com o garoto sofrendo muito com tudo na sua movimentação por árvores e rios, o que acabou ficando bem intenso e marcante.
Enfim, é um filme bacana que poderia ter ido muito mais além na tela, pois ficou faltando emoção para um livro tão lido por famílias inteiras, e que sintetizou demais o sofrimento do garoto na sua corajosa desenvoltura pela floresta. Então fica a dica de conferida mais como um passatempo bem montado em cima de uma história antiga e real, só não esperando algo que lhe faça chorar, como é comum nesse estilo de filme. E é isso meus amigos, fico por aqui hoje, mas volto amanhã com mais textos, então abraços e até logo mais.
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